Jones Rodrigues e Rodrigo Almeida da Silva (*)
Essa é uma pergunta difícil de responder porque temos que analisar esse valor em vários aspectos.
Um cobrador custa em torno R$0,70 centavos mas, para julgarmos se custa caro para o usuário ter ou não um cobrador no ônibus, devemos observar alguns pontos fundamentais. Um trabalhador paga, no seu contracheque, 6% do vale transporte (R$0,05). Um valor que, se formos analisar economicamente, é relativamente baixo diante da importância que o cobrador tem para o usuário.
Além de dar informações, cobrar a passagem e embarcar e desembarcar pessoas com deficiência em elevadores com péssima manutenção, o cobrador passa uma segurança que o passageiro não terá no momento em que o motorista acumular funções, pois o mesmo ficará sobrecarregado e os riscos de acidentes de trânsito aumentarão.
Outro ponto que a sociedade e os vereadores têm que analisar são as 3.500 vagas de emprego que vão simplesmente desaparecer. Será que é isso que nossa sociedade quer? Será que os R$0,70 centavos de redução na passagem valem os 3.500 desempregados a mais procurando vagas no mercado de trabalho?
Uma coisa é certa: a retirada desses trabalhadores não impactará significativamente no valor da tarifa. Os custos para a população são o aumento da demora nos ônibus – como já acontece na região metropolitana – e o aumento da insegurança nas viagens.
(*) Jones Rodrigues e Rodrigo Almeida da Silva fazem parte da Associação de Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Passageiros de Porto Alegre (ATTROPA)
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