Coronavírus
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10 de janeiro de 2022
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10:39

Brasil supera 620 mil mortos por covid, enquanto média móvel de casos aumenta

Foto: Alex Pazuello/Semcom
Foto: Alex Pazuello/Semcom

Da RBA

O Brasil passou a marca de 620 mil mortos pela covid-19 neste domingo (9). De acordo com dados do consórcio de imprensa, consolidados às 20h, foram registrados 50 óbitos em decorrência da doença do novo coronavírus. O que elevou o total de vidas perdidas no país para 620.031. A média móvel de mortes também subiu e foi 28% maior do que o total de duas semanas atrás, com 123 óbitos. O dado aponta para uma tendência de alta nas mortes e nos casos da doença. Ao todo, 23.504 novos casos foram confirmados nas últimas 24 horas, elevando mais de 22,5 milhões o total desde o início da pandemia no Brasil. A média móvel de casos registrados dos últimos sete dias, de 33.146, é a maior desde 23 de setembro do ano passado.

Os números divergem do compilado neste domingo pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Isso porque, até às 18h, o órgão não havia recebido dados de cinco estados. Mas apesar das diferenças, o levantamento também confirma a tendência de alta dos casos de covid-19 no Brasil, com aumento de 329% em relação à semana anterior de 27 de dezembro a 2 de janeiro.

Em meio à aceleração dos casos no Brasil, pacientes já relatam dificuldades para a realização de testes de covid-19 e influenza em laboratórios particulares e farmácias. Com isso, em São Paulo, por exemplo, a fila de espera chega a três dias e o prazo está cada vez mais longo para os resultados. Já no setor público, funcionários se queixam de hospitais lotados, demora no atendimento e carga horária exaustiva, como mostra reportagem da Rádio Brasil Atual.

A alta procura explica a demora. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a busca por testes de covid aumentou em 50% na semana entre 27 de dezembro e 2 de janeiro em relação à semana anterior. O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), médico e ex-ministro da Saúde, alerta que a testagem é uma das principais recomendações para o controle da pandemia de covid. “Desde o começo da pandemia, muito antes de ter a vacina, uma das principais prioridades da Organização Mundial de Saúde sempre foi testar”, observa à repórter Júlia Pereira.

“Porque se a pessoa sabe que está positiva (para a doença), ela se compromete mais em fazer o isolamento. E assim reduzir o risco de transmissão entre familiares e pessoas do trabalho. Muitas vezes o trabalhador só consegue a dispensa do trabalho se tiver o teste da covid positivo. Mesmo se ele tiver os sinais e sintomas que apontam o risco dele ser um transmissor para outros, o patrão só o libera para ficar em casa, se tiver o teste positivo. E o correto é ficar pelo menos 10 dias em isolamento a partir que o teste dê positivo”, completa.

Vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado (SindSaúde-SP), Hélcio Marcelino, ressalta que as unidades têm registrado uma alta nos atendimentos, inclusive aos finais de semana. O que pode resultar na falta de testes disponíveis nas próximas semanas.

“As faltas que estão tendo são pontuais porque tinham muitos testes estocados nas unidades por conta do encaminhamento da pandemia. Mas a principal reclamação dos trabalhadores é na verdade sobre o volume ‘monstruoso’ de pessoas procurando as unidades para fazer os testes. E além da procura por testes há uma quantidade muito grande de contaminados. Então no setor público até ainda tem teste para fazer, mas o número de pessoas que têm procurado tem sido astronômico”, destaca.

Segundo a secretaria estadual de Saúde, no dia 4 de janeiro, o governo de São Paulo recebeu 800 mil testes do Ministério da Saúde. A pasta afirma que todos foram distribuídos aos 645 municípios. Já a secretaria municipal na capital informou que, desde o dia 16 de dezembro, realizou mais de 132 mil testes rápidos para covid-19. E que desde o dia 30, quando teve início a testagem rápida para diagnóstico de influenza, realizou 41,6 mil.


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