Eleições 2022
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25 de setembro de 2022
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09:30

Candidaturas ao Senado não movimentam as redes e Twitter esquece de Ana Amélia

Por
Duda Romagna
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Olívio Dutra, Ana Amélia Lemos e Hamilton Mourão. Fotos: Luiza Castro/Sul21, Reprodução/Facebook e Valter Campano/Agência Brasil
Olívio Dutra, Ana Amélia Lemos e Hamilton Mourão. Fotos: Luiza Castro/Sul21, Reprodução/Facebook e Valter Campano/Agência Brasil


A duas semanas da eleição, que acontece no dia 2 de outubro, domingo, uma pesquisa do Ipec-Inteligência, encomendada pelo Grupo RBS, mostrou que Olívio Dutra (PT) e Ana Amélia Lemos (PSD) estão tecnicamente empatados em intenção de votos para o Senado gaúcho, com 28% e 25%, respectivamente. Em seguida, Hamilton Mourão (Republicanos) empata na margem de erro de 3% com Ana Amélia, com 19%.

Fonte: Ipec. Pesquisa registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul sob o
protocolo Nº RS-04310/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo Nº BR00161/2022.

Os outros candidatos somados chegam a 8%, brancos ou nulos são 6% e não sabem, ou não responderam, 14%. Entretanto, na intenção de voto espontânea, quando não há a apresentação dos nomes dos candidatos, o número de eleitores que responderam que não sabem ou simplesmente não responderam é de 55%.

No Twitter, o embate muda de cara. Ana Amélia deixa a disputa e quase não tem interações na plataforma. Olívio e Mourão dividem a discussão. Analisando 12 mil publicações entre o dia 19 e o dia 22 de setembro, através do software de monitoramento de redes sociais Trendsmap, percebe-se que as hashtags #oliviosenador131 e #vote100 brigam pelo posto de mais mencionadas. O candidato petista é o mais citado no período, em cerca de 20% dos tweets.

Visualização de clusters em grafo gerado pelo software Gephi.

Olívio aparece junto das candidaturas de Edegar Pretto e de Lula, mas sem depender delas para se manter em destaque. Já Mourão é majoritariamente ligado à campanha de Bolsonaro, de quem é vice atualmente. Bolsonaro aparece em 11% dos tweets que falam da disputa gaúcha para o Senado, enquanto Mourão está em 5%. O usuário que mais obteve interações no campo da esquerda foi o candidato Olívio Dutra, mas para o lado de Mourão, quem se destaca é o influenciador e empresário bolsonarista Leandro Ruschel.

Usuários de cinco cidades gaúchas se mostram mais ativos (ver abaixo), em Porto Alegre (38%), Rio Grande (13%), Pelotas (5%), Caxias do Sul (3%) e Santa Maria (3%).

Para Paulo Peres, cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, as eleições para cargos do executivo, como presidente e governador, mobilizam mais eleitores a tomarem uma posição durante a campanha. O grande número de candidaturas de deputados estaduais e federais fica obscurecido e só alguns têm maior visibilidade.

“Esse é um padrão desde sempre. No caso do Senado, embora sejam menos candidatos, também não há muito espaço. Ou seja, a centralidade das disputas para governador e para presidente faz com que as demais disputas fiquem em menor evidência”, explica o pesquisador.

Para os deputados, há, além da competição entre partidos, há a disputa dentro de cada partido. “Quando o quociente partidário estabelece quantas vagas o partido conquistou, o que foi obtido com a votação de todos, apenas os mais votados individualmente é que ocuparão as vagas. Tudo isso estimula os candidatos a deputado a buscarem maior evidência, seja como for, nas redes sociais, cartazes, panfletos, etc”, relata.

Para o Senado, há poucos candidatos e, neste momento, uma só vaga e menos partidos competindo. “Talvez ainda não tenham percebido, pelo menos no caso do RS, a relevância das redes hoje. Normalmente, são candidatos mais velhos, ou seja, sem muita conexão com o mundo digital.”


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