No último dia do governo de Jair Bolsonaro (PL), seu vice e presidente em exercício, Hamilton Mourão (Republicanos), fez dois movimentos em busca de protagonismo na reta final. Primeiro, editou um decreto que reduz a tributação das maiores empresas do País, e que deve retirar R$ 5,8 bilhões anuais dos cofres do próximo governo.
Com a medida, a contribuição ao PIS/Cofins sobre as receitas financeiras das empresas que adotam a tributação do lucro real cai de 4,65% para 2,33%. Além de ser uma decisão de grande impacto no desenho econômico do governo que toma posse neste domingo (1º), vai na contramão do discurso de teto de gastos e de cortes proposto por Bolsonaro e Mourão ao longo dos últimos quatro anos.
De acordo com o Correio Braziliense, o futuro ministro da Economia, Fernando Haddad, havia solicitado ao atual governo que não tomasse medidas nesses últimos dias capazes de impactar a gestão futura.
Além do decreto, que embora assinado por Mourão já teria sido aprovado por Bolsonaro, um pronunciamento do general, que agora assume uma cadeira no Senado, também o levou a ser assunto no último dia de governo. Em rede nacional, no que deveria ser uma mensagem de fim de ano, Mourão chegou a elogiar a alternância de poder, afirmando que “manteremos nosso caráter democrático com poderes equilibrados e harmônicos”.
Na sequência, se dirigiu diretamente aos bolsonaristas que não aceitam o novo governo eleito: “Tranquilizemo-nos, retornemos à normalidade da vida, aos nosso afazeres e ao concerto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao governo sem fazer oposição ao Brasil”.
Segundo ele, as lideranças deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País, mas “deixaram com que o silêncio criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta”, criticou.
O chapéu parece ter servido a Bolsonaro. Seus filhos foram para o Twitter comentar o pronunciamento no tom agressivo que lhes é comum.
A cada momento crítico que exige confiança no líder que nos conduziu até este momento, mais máscaras caem.
Meu conselho aos mais jovens: não deixe que o ego e a ambição por poder te ceguem. Se isto ocorrer vc jamais será líder, pois para ser um é inerente que saiba ser liderado. pic.twitter.com/c4SrzjmCDB
— Eduardo Bolsonaro 22.22🇧🇷 (@BolsonaroSP) January 1, 2023
Nenhuma novidade vinda desse que sempre disse que era um Bosta!
— Carlos Bolsonaro 2️⃣2️⃣ (@CarlosBolsonaro) January 1, 2023
*Com informações da Agência Brasil