Política
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1 de janeiro de 2023
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14:15

No último dia, Mourão discursa a golpistas e assina decreto que tira receita do próximo governo

Por
Sul 21
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Mourão conclamou os comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra o que chamou de “condução arbitrária de processos ilegais” que atingem os integrantes da instituição. Foto: TV Brasil
Mourão conclamou os comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra o que chamou de “condução arbitrária de processos ilegais” que atingem os integrantes da instituição. Foto: TV Brasil

No último dia do governo de Jair Bolsonaro (PL), seu vice e presidente em exercício, Hamilton Mourão (Republicanos), fez dois movimentos em busca de protagonismo na reta final. Primeiro, editou um decreto que reduz a tributação das maiores empresas do País, e que deve retirar R$ 5,8 bilhões anuais dos cofres do próximo governo.

Com a medida, a contribuição ao PIS/Cofins sobre as receitas financeiras das empresas que adotam a tributação do lucro real cai de 4,65% para 2,33%. Além de ser uma decisão de grande impacto no desenho econômico do governo que toma posse neste domingo (1º), vai na contramão do discurso de teto de gastos e de cortes proposto por Bolsonaro e Mourão ao longo dos últimos quatro anos.

De acordo com o Correio Braziliense, o futuro ministro da Economia, Fernando Haddad, havia solicitado ao atual governo que não tomasse medidas nesses últimos dias capazes de impactar a gestão futura.

Além do decreto, que embora assinado por Mourão já teria sido aprovado por Bolsonaro, um pronunciamento do general, que agora assume uma cadeira no Senado, também o levou a ser assunto no último dia de governo. Em rede nacional, no que deveria ser uma mensagem de fim de ano, Mourão chegou a elogiar a alternância de poder, afirmando que “manteremos nosso caráter democrático com poderes equilibrados e harmônicos”.

Na sequência, se dirigiu diretamente aos bolsonaristas que não aceitam o novo governo eleito: “Tranquilizemo-nos, retornemos à normalidade da vida, aos nosso afazeres e ao concerto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao governo sem fazer oposição ao Brasil”.

Segundo ele, as lideranças deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de País, mas “deixaram com que o silêncio criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta”, criticou.

O chapéu parece ter servido a Bolsonaro. Seus filhos foram para o Twitter comentar o pronunciamento no tom agressivo que lhes é comum.

*Com informações da Agência Brasil


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