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28 de fevereiro de 2023
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19:17

Trabalho escravo: Governo do Estado, PF e corregedoria investigam participação de PMs

Por
Sul 21
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Em fevereiro de 2023, mais de 200 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão atuando na colheita da uva em Bento Gonçalves. Foto: Divulgação/PRF
Em fevereiro de 2023, mais de 200 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão atuando na colheita da uva em Bento Gonçalves. Foto: Divulgação/PRF

Na tarde desta terça-feira (28), após reunião com o secretariado estadual, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que recebeu informações preliminares a respeito das investigações lideradas pela Polícia Federal sobre o envolvimento de policiais militares no acobertamento da situação de trabalho análogo à escravidão na serra gaúcha.

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“Há um conjunto de provas que estão sendo recolhidas para poder dar encaminhamento a um processo de responsabilização”, relatou Leite. “Acho que é importante dizer que a Brigada Militar é uma instituição respeitável, com mais de 180 anos de história tem uma corregedoria forte e atuante”, completou.

Segundo informações obtidas pelo Jornal Pioneiro, trabalhadores afirmaram, em depoimento às autoridades, que foram agredidos fisicamente e ameaçados de morte por policiais que teriam acordo com o proprietário do alojamento em que eram mantidos. Em casos de brigas ou reclamações quanto ao tratamento recebido, os seguranças do local chamariam os agentes para coagir os trabalhadores.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Sandro Caron, o governo está em contato com os órgãos de fiscalização e será aberto um processo interno na corregedoria da BM. “A corregedoria esteve reunida com o delegado que preside as investigações na PF em Caxias do Sul, com duas linhas: a primeira delas é colocar a corregedoria à disposição nessas apurações de um possível envolvimento de integrantes da Polícia Militar, e a outra é solicitar o compartilhamento de provas de modo que possam ser oficialmente remetidas à BM e à corregedoria”, explicou. A SSP comunicou que a investigação corre em sigilo e não é possível contabilizar o número de investigados.


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