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30 de novembro de 2022
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18:35

Prefeitura cria grupo de trabalho para estudar modelo de privatização do Dmae

Por
Luciano Velleda
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Prefeitura atendeu pedido dos trabalhadores do Dmae para manter pagamento de horas extras sob risco de afetar serviços a população. | Foto: Maia Rubim/Sul21
Prefeitura atendeu pedido dos trabalhadores do Dmae para manter pagamento de horas extras sob risco de afetar serviços a população. | Foto: Maia Rubim/Sul21

O governo do prefeito Sebastião Melo (MDB) criou um grupo de trabalho com o objetivo de pensar a privatização do Dmae – chamada de “parceirização” no Diário Oficial desta quarta-feira (30).

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Coordenado pelo próprio prefeito e com prazo de atuação de 30 dias, o grupo será composto pelo vice-prefeito, Ricardo Gomes, o diretor-geral do Dmae, Alexandre de Freitas Garcia, o diretor-adjunto do Dmae, Darcy Nunes dos Santos, o secretário-adjunto da Secretaria de Obras e Infraestrutura, Rogério Baú, a procuradora Rafaela Peixoto Azevedo, e o diretor-geral da Secretaria de Parcerias, Jorge Luiz Costa Melo.

A intenção de privatizar o Dmae não é nova em Porto Alegre. A vereadora Laura Sito (PT) lembra que, recentemente, o ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) tentou construir o entendimento de que essa era a única solução para os problemas de saneamento básico na cidade.

Recém eleita deputada estadual, Laura destaca que o órgão tem perdido muitos funcionários nos últimos anos, situação que dificulta ainda mais cumprir seus objetivos. Entre 2009 e 2019, são quase mil servidores a menos no Dmae.

“Fica muito evidente que há um processo de deterioração do patrimônio. O Dmae é um ‘diamante’ pra Prefeitura, com um orçamento alto”, diz a vereadora.

Assim como a bancada do PT na Assembleia, que ontem esteve no Palácio Piratini para tentar demover o governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) de privatizar a Corsan, Laura também acredita que o momento pensado pela Prefeitura não é adequado. Isso porque, para ela, a posse de um novo governo federal poderá trazer novidades com relação aos prazos do Marco do Saneamento Básico e novas linhas de financiamento para o setor.

“Ao fazer isso às vésperas da mudança do governo federal, não se quer alternativa, se quer mesmo é entregar para o setor privado, independente de haver alternativa. Isso fica muito evidente”, afirma.

O Sul21 entrou em contato com a Prefeitura de Porto Alegre e ainda aguarda mais informações.


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