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27 de outubro de 2021
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09:12

Prefeitura estuda linha de VLT entre Rodoviária e Gasômetro

Por
Luís Gomes
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VLT do Rio de Janeiro é a inspiração da Prefeitura de Porto Alegre | Foto: Divulgação
VLT do Rio de Janeiro é a inspiração da Prefeitura de Porto Alegre | Foto: Divulgação

A Prefeitura de Porto Alegre está realizando estudos técnicos e de viabilidade econômica sobre a possibilidade de implementação de uma linha de VLT (Veículo leve sobre trilhos) no Centro Histórico. Ainda sem qualquer previsão de prazo, a ideia vem sendo trabalhada pelo secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre, Cezar Schirmer, que se diz um entusiasta do VLT, e pelo secretário municipal de Mobilidade, Luiz Fernando Záchia. Se considerado viável, o novo modal promoveria a reorganização das linhas de ônibus no Centro, com a passagem integrada para os usuários.

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Em conversa com o Sul21, Schirmer pontua que, antes da pandemia, passavam pelo Centro 33 mil viagens de ônibus diárias. São 19 terminais de ônibus, entre linhas municipais e intermunicipais, 220 paradas, 52 pontos de táxi. “O Centro é um espaço conflagrado do ponto de vista da mobilidade urbana. Se tu pegar a Salgado Filho, é uma rodoviária a céu aberto”.

O secretário destaca que a construção da nova Ponte Guaíba transformou o viaduto sobre a Rua Dona Teodora em local de passagem de todo o tráfego de veículos da BR-116, da RS-290 e da Estrada da Produção que não se dirige ao Centro ou a Zona Sul de Porto Alegre. Neste sentido, avalia que o ideal seria levar a Rodoviária de Porto Alegre para a região. Como a ideia depende do governo do Estado, outra ideia seria aproveitar a capacidade ociosa da Rodoviária para aliviar o trânsito de ônibus do Centro.

“O Estado licitou a Rodoviária onde ela está e deu deserta (a licitação). Aí nós começamos a conversar com o Estado a possibilidade de colocar na Rodoviária alguns terminais da região metropolitana e mesmo linhas urbanas de Porto Alegre”, diz.

Neste cenário, o acesso ao Centro, a partir da Rodoviária, poderia ocorrer por uma linha de VLT. A discussão de momento na Prefeitura que uma primeira linha de VLT poderia ser estabelecida entre a Rodoviária e a Praça XV, antiga estação de bondes da Capital, percorrendo um trecho de 1,3 km. Uma segunda fase imaginada levaria as pessoas do local até a Usina do Gasômetro, um trecho de 1,5 km, o que totalizaria 2,8 km de linhas de VLT.

Schirmer imagina que, além de uma solução de mobilidade urbana, a implementação do VLT poderia servir para requalificar o espaço urbano do Centro. “Em qualquer lugar do mundo onde foi colocado o VLT, houve imediatamente uma revitalização por onde ele passa e também do entorno”, diz.

Pela ideia atual, o trajeto da primeira fase ligaria a Rodoviária ao Largo Glênio Peres pela Av. Voluntários da Pátria. “Se tu for caminhando pela Voluntários, é camelô, é ambulante, é sujeira, calçada estragada. Agora, se tu levantar a cabeça e olhar para os lado, tem prédios maravilhosos ali, lindos. É uma região belíssima, mas totalmente degradada. Então, tu imagina fazer um VLT ali, tenho certeza que, no outro dia, vão começar a melhorar aqueles prédios, vai começar a ter outro tipo de frequência, outro tipo de ambiente, vai ter outra estética urbana. Então, é um movimento de valorização, requalificação e revitalização do Centro Histórico”, afirma.

Schirmer pontua que ele e o secretário municipal de Mobilidade, Luiz Fernando Záchia, já visitaram Caxias do Sul e Rio de Janeiro para conhecer as experiências locais de VLT. Ele frisa que o tema vem sendo debatido internamente desde o início da gestão de Sebastião Melo, mas que, após a visita recente ao Rio de Janeiro, o prefeito orientou a realização de um estudo técnico e de viabilidade econômica para a implementação do modal. “Há uma decisão política de avançar nessa direção”, diz.

O secretário afirma que, no momento, não há prazo para a conclusão dos estudos, tampouco seria possível estimar um prognóstico de quando a primeira linha de VLT poderia começar a operar na cidade. Contudo, ele acredita que, uma vez considerado viável, poderia ser implantado até o final deste mandato. “Uma primeira linha de 1,2 mil metros, obviamente que demanda estudos técnicos, mas se houver possibilidade concreta e a decisão nessa direção, até o fim do governo Melo isso vai ser implantado”, diz.


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