Com o objetivo de apoiar educadores que buscam alternativas para oferecer a seus alunos atividades pedagógicas relacionadas ao cinema, a Secretaria Municipal da Cultura (SMC) lançou a segunda edição do curso “Cinema Negro na Escola”.
Criado com o propósito de democratizar o ensino audiovisual no ambiente escolar, o curso será realizado por meio de formação virtual, oferecendo aos professores e alunos uma discussão sobre questões raciais, a cultura afro-brasileira e sua representatividade na sociedade.
O curso é composto por três módulos, cada um idealizado para uma faixa etária de estudantes: ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA); ensino fundamental; e educação infantil. Os professores inscritos terão acesso aos links de 12 filmes nacionais de curta-metragem dirigidos por cineastas negros, e haverá também uma conversa em vídeo entre a programadora responsável pela seleção das obras, cineastas, professores convidados e pesquisadores da educação de cinema.
“O projeto tem a intenção de instrumentalizar a proposta da educação anti-racista. Numa conjuntura em que os ataques aos direitos humanos são sistemáticos, a educação e o cinema buscam com essa formação de professores uma instância fundamental para abrir e sustentar a discussão no universo escolar”, explica Maria Angélica, coordenadora do projeto, realizado pelo Programa de Alfabetização Audiovisual da Coordenação de Cinema e Audiovisual da SMC.
O projeto tem parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e produção do coletivo Sigma Cinema.
“Nos 15 anos do programa, temos perseguido uma ação de buscar no cinema, no seu aspecto mais sensível, ferramentas e instrumentalizar os professores para essa linguagem, para trabalhar os mais diferentes temas”, afirma a coordenadora do projeto.
Entre os filmes que serão mostrados, estão obras como Lápis de Cor, de Larissa Santos, Ewé de Òsányìn – O segredo das folhas, de Pâmela Peregrino e Filme de Domingo, de Lincoln Péricles, que abordam questões da infância e da juventude, refletem sobre o pertencimento social e valorizam a história e a cultura afro-brasileiras.
Segundo a Coordenação de Cinema e Audiovisual da SMC, a curadoria buscou priorizar a escolha de filmes criados em diversos lugares do país, além de abranger uma variedade de produções, oferecendo obras de realizadores consagrados, mas também filmes feitos em escolas, instigando o aluno a se enxergar como um produtor audiovisual.
Além do acesso aos filmes e da conversa gravada com seus diretores e outros convidados, será disponibilizado aos inscritos do curso uma série de textos, críticas, sugestões de bibliografia e outras indicações de filmes que abordam a temática racial. O curso é gratuito e certificado pela UFRGS. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de agosto.
