Cidades
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5 de outubro de 2015
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20:02

Projeto Marcas da Memória instala placa no local onde foram detidas 300 pessoas na ditadura

Por
Sul 21
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Projeto Marcas da Memória instala placa no local onde foram detidas 300 pessoas na ditadura
Projeto Marcas da Memória instala placa no local onde foram detidas 300 pessoas na ditadura
Foto: Ricardo Giusti/PMPA
Foto: Ricardo Giusti/PMPA

Da Redação*

A quinta placa do projeto Marcas da Memória foi afixada na manhã desta segunda-feira (5), no local onde foram detidos mais de 300 presos políticos durante o período da ditadura. Pelo antigo Serviço Social de Menores (Sesme), onde hoje funciona a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), na avenida Padre Cacique, passaram, entre outros, dirigentes sindicais, deputados e o então prefeito Sereno Chaise, em abril de 1964. O projeto Marcas da Memória é uma parceria do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) e da Prefeitura de Porto Alegre.

Instalada na calçada externa, a placa que faz alusão à adaptação do prédio para prisão de pessoas transferidas após interrogatórios no Departamento da Ordem Política e Social (Dops) é uma forma de lembrar a população sobre os malefícios de um regime de exceção. Para o prefeito José Fortunati, a ditadura é desconhecida por muitos, uma vez que 70% da população brasileira não era nascida na época. “Há também quem tente omitir as mazelas pelas quais passou a população. É importante esse resgate, sobretudo em uma época de crise, em que se faz ainda mais necessário o fortalecimento das instituições”, disse. Segundo o prefeito, para manter o Estado Democrático de Direito, é fundamental a reflexão sobre a importância do fortalecimento das instituições, da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão.

De acordo com o presidente do MJDH, Jair Krischke, as pessoas que foram presas no local foram punidas porque lutavam pela manutenção da democracia. “Foi uma ditadura feroz, que mantinha calado quem se contrapunha a ela”, observou. Já o secretário municipal dos Direitos Humanos, Luciano Marcantônio, destacou o déficit cultural e educacional que se instalou no país após a ditadura. O ato de inauguração da placa teve a presença de presos políticos detidos ali e em outros locais da cidade, além de funcionários da Fase. A próxima placa será colocada no antigo 18º Regimento de Infantaria (18 RI), onde hoje é a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com previsão para o dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Marcas da Memória 

O projeto Marcas da Memória se propõe a formar a denominada cultura material de desvendamento da repressão, assinalando na paisagem urbana da cidade de Porto Alegre locais que tenham servido como prisões ou centros de detenção, de tortura e de desaparecimentos de pessoas, tornando público que ali aconteceram graves violações aos direitos humanos. Já foram identificados os antigos Dops (Palácio da Polícia), Dopinha, Escola Paulo Gama e Praça Raul Pilla.

*Com informações da Prefeitura de Porto Alegre


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