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10 de outubro de 2012
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12:51

Boneco da Copa em Porto Alegre não teria sido danificado, diz delegado

Por
Sul 21
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Boneco foi desinflado pelo desligamento de um ventilador, podendo ser reutilizado sem necessidade de reparos de nenhuma ordem | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Igor Natusch

O boneco inflável representando o mascote da Copa do Mundo de 2014, que acabou sendo pivô de confronto entre manifestantes e forças policiais no centro de Porto Alegre na última quinta-feira (3), não teria sido danificado pelas pessoas que participavam do processo. Segundo informações repassadas pelos proprietários da peça ao delegado da 17ª Delegacia de Polícia Civil, Hilton Muller, o boneco não sofreu perfuração alguma, tendo sido apenas desinflado pelo desligamento de um ventilador externo, que mantinha o material plástico cheio de ar. O boneco, devolvido à Opus Promoções, que representa as ações de marketing da Coca-Cola no RS, poderia até mesmo ser reutilizado sem problemas.

Em conversa com a reportagem do Sul21, o delegado disse estar aguardando a documentação oficial, o que deve ser enviado pela empresa proprietária da peça até o final desta semana. “O boneco tem um motor próprio, que teria sido desligado (por um dos manifestantes) durante a confusão. Então, o boneco naturalmente desinflou”, disse Hilton Muller. “Havia a possibilidade de que ele tivesse sido rasgado ou perfurado, mas as informações que recebemos dos proprietários do boneco é de que isso não teria ocorrido”, frisou. A informação chegou ao delegado na sexta-feira (4), embora não tivesse sido revelada oficialmente ate o presente momento.

Uma confirmação de que o boneco não foi danificado pelos participantes do ato Defesa Pública da Alegria enfraquece o argumento utilizado pelo comando da Brigada Militar, de que a repressão aos manifestantes foi necessária em um contexto no qual o mascote da Copa teria acabado por ser inutilizado. Nos dias seguintes ao ato, que havia transcorrido sem incidentes durante várias horas antes ao confronto, a prefeitura de Porto Alegre chegou a pedir que a Coca-Cola, responsável pela ação publicitária que criou a réplica do mascote, enviasse um novo boneco para substituição do original supostamente avariado.

Na ocasião do conflito, o boneco chegou a ser cercado por vinte policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar. Após o confronto, o secretário estadual de Segurança, Airton Michels, deu declarações nas quais dizia não estar considerando a hipótese de excesso policial – postura desautorizada pelo governador Tarso Genro, que disse não aceitar atos de “prepotência e autoritarismo” e pediu aos participantes que relatem eventuais agressões à ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública.

Os manifestantes retornaram ao Largo no dia seguinte ao confronto e já organizam novas manifestações – a próxima delas, uma “missa de sétimo dia” para o boneco da Copa, deve ocorrer na próxima quinta-feira (11).

A reportagem do Sul21 fez repetidas tentativas de contato com a Opus Promoções, que está com o material plástico que constitui o boneco da Copa, mas não havia obtido retorno até a publicação da primeira versão desta matéria.


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