Notícias em geral
|
13 de agosto de 2012
|
23:10

Comissão da verdade da UnB abre com revelações sobre a morte de Anísio Teixeira

Por
Sul 21
[email protected]
O professor João Augusto de Lima Rocha lê os primeiros depoimentos da Comissão Anísio Teixeira| Foto: Paulo Castro/UnB Agência

Criada para investigar os casos de repressão que envolvem a UnB, a Comissão Anísio Teixeira, fundador da instituição, começa com a leitura de depoimentos que confirmam o assassinato, pelo regime militar, do homenageado da comissão. O grupo conta com 11 integrantes, entre professores e ex-alunos vítimas do período da repressão e tem como presidente o ex-reitor Roberto Aguiar. Esta será a primeira Comissão com esta finalidade criada por uma universidade brasileira.

Os três depoimentos lidos pelo professor João Augusto de Lima Rocha na cerimônia de abertura reforçam a suspeita de que Teixeira foi assassinado pelo regime militar, o que contraria os documentos da época.  João Augusto afirma ter ouvido de Luiz Viana Filho, governador da Bahia quando Anísio Teixeira foi encontrado morto, que o educador foi preso no dia 11 de março de 1971 e levado para o quartel da Aeronáutica. O corpo foi encontrado no fosso de um elevador dois dias depois, em 13 de março.

De acordo com os relatos de policiais da 10ª Delegacia de Polícia, responsáveis pela investigação do caso à época, Anísio Teixeira estava “de cócoras, com a cabeça junto aos joelhos, sob um platô de cimento armado, meio metro acima do fundo do poço”. Havia ferimentos na base da cabeça e no rosto e respingos de sangue na parte interna da casa de força. Pasta de documentos e óculos estavam intactos ao lado do corpo. O professor conta que ouviu de um dos médicos responsáveis pela necropsia que os graves ferimentos de Anísio Teixeira jamais poderiam ter resultado de uma queda no fosso do elevador.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora