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17 de agosto de 2012
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18:35

Aos 99 anos, mãe vai a julgamento de processo de filho desaparecido na ditadura

Por
Sul 21
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Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desaparecido político durante a ditadura militar | Foto: Reprodução

Da Redação

Nascida, criada e residente na histórica cidade de Olinda, em Pernambuco, dona Elzita Santos de Santa Cruz Oliveira, de 99 anos, acompanha nesta sexta-feira (17) o julgamento, na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, do processo de seu filho, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desaparecido político durante a ditadura militar.

O julgamento ocorrerá durante a 61ª Caravana da Anistia na sede da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro sob a condução do presidente da Comissão, Paulo Abraão. O presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, fará a sustentação oral no processo em nome da famíl ia Santa Cruz.

Dona Elzita é avó de Felipe Santa Cruz, atual presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro, cujo pai, então com 26 anos e estudante de Direito na Universidade Federal Fluminense, foi preso e torturado por agentes do DOI-CODI em fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro, juntamente com outros integrantes da Ação Popular Marxista-Leninista (APML).

Também assistirá a Caravana da Cidadania a mãe de Felipe, Ana Santa Cruz que desde a prisão e desaparecimento do marido vem lutando junto aos governos para obter informações do que aconteceu com ele. A família sabe que foi morto pela repressão, mas seu corpo nunca foi encontrado. Seu nome foi dado ao Centro Acadêmico de Direito da Faculdade Católica de Pernambuco e da Universidade Federal Fluminense.

“Fernando foi mais um dos muitos jovens brasileiros que tiveram a vida ceifada pelos sicários da ditadura”. disse o representante da família, o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous.

No entanto, segundo ele, a anistia não basta. “Todos queremos saber o que aconteceu com Fernando, até hoje desaparecido. Onde está enterrado e quem são os seus assassinos. São perguntas que, até que sejam respondidas, jamais calarão”.

Recentemente, o ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, Claudio Guerra, revelou em seu livro, “Memórias de uma guerra suja”, que o corpo de Fernando Santa Cruz teria sido um dos incinerados por ele em uma usina de açúcar na cidade fluminense de Campos, no ano de 1974.

Com informações do Direito Global


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