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17 de julho de 2012
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20:53

Rio Grande do Sul assume BRDE e aposta no fomento às pequenas empresas

Por
Sul 21
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Rio Grande do Sul assume BRDE e aposta no fomento às pequenas empresas
Rio Grande do Sul assume BRDE e aposta no fomento às pequenas empresas
Caroline Bicocchi / Palácio Piratini
Governador do RS Tarso Genro assinou transferência do BRDE para o comando de Carlos Henrique Horn | Foto: Caroline Bicocchi / Palácio Piratini

Rachel Duarte

O comando do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) passou nesta terça-feira (17) para o estado do Rio Grande do Sul. Pelo sistema de rodízio entre os estados controladores da instituição (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), a presidência foi transferida do advogado catarinense Renato de Mello Vianna para o economista indicado pelo governador gaúcho, Carlos Henrique Horn. A cerimônia de posse ocorreu no Palácio Piratini e o novo presidente se comprometeu com uma agenda estratégica voltada a sustentabilidade e fomento da base produtiva local.

“O BRDE tem condições de alavancar mais de R$ 2 bilhões por ano, sendo que 1/3 é canalizado para o Rio Grande do Sul”, estimou Horn nas primeiras declarações à imprensa após a solenidade. Segundo ele, a gestão gaúcha manterá o foco atual de incentivos à agroindústria, mas também agregará financiamentos em infraestrutura e demais projetos. “Queremos operar o cartão do BNDES, um instrumento para atingir os pequenos empreendimentos no interior do estado. O BRDE não vem operando este cartão. Já temos um grupo formado e queremos começar a repassar recursos por meio deste instrumento até o final deste ano”, projetou.

Esta é a segunda vez que Horn assume a presidência do BRDE, cargo que exerceu de 2000 até 2002. Entre os anos de 1999 a 2002, ocupou também as Diretorias Financeira, Administrativa e de Planejamento do Banco. Segundo ele, assumir a função neste momento tem o diferencial da conjuntura macroeconomica global. “É diferente hoje. Há dois fenômenos de transformações na economia. De um lado, a Europa industrializada enfrenta a insegurança das dívidas soberanas. De outro, uma firme opção pela industrialização, no leste asiático, deslocou o centro dinâmico da economia internacional para o oriente. E tudo indica que os anos vindouros serão distinguidos por recessão européia e crescimento asiático. Quanto ao papel dos Estados Unidos, o economista disse “por hora, melhor aguardarmos”.

Tarso Genro elogiou a capacidade técnica de Horn e disse que a política econômica estadual é de valorização das instituições financeiras públicas. “Conseguimos organizar um plano de desenvolvimento industrial orgânico, seletivo e capaz de impulsionar o desenvolvimento da economia gaúcha. Hoje podemos dizer que temos garantidos R$ 10 bilhões para investimentos em infraestrutura, energia e saneamento básico. Em um sentido totalmente contrário aos ajustes recomendados pelas agências financeiras privadas internacionais que recomendam o défict zero, timidez nos investimentos, cortes dos gastos públicos com aposentadorias e salários e o aumento de impostos”, explicou.

Horn irá ocupar o cargo até novembro de 2013. O economista é professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestre em Economia pela mesma universidade. Fez doutorado em Relações Industriais na Universidade de Londres e preside a Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE). Segundo ele, o Brasil vive um momento diferente na relação com as instituições financeiras públicas. “A imagem dos bancos públicos melhorou muito e a sociedade aumentou a confiança nestas agências de fomento. Como o cenário externo não é animador, nós temos condições de confiar no mercado interno de regiões em franco crescimento dentro do Brasil”, argumentou.

R$ 50 milhões para projetos de audiovisual em parceria com a Ancine

Na ocasião, o novo presidente do BRDE falou que até o final do ano a modelagem de repasse de recursos para projetos audiovisuais da região Sul estará definida. A iniciativa é uma parceria entre o banco e a Agência Nacional de Cinema para criação de um Fundo Setorial Audiovisual Regional. “O BRDE se transformou no gestor financeiro do setor audiovisual para editais lançados pela Ancine. Já houve o primeiro encontro em Curitiba e haverá outro encontro em Porto Alegre. Estamos discutindo se serão feitos os repasses para projetos por estado ou para a região toda. Os recursos deverão ser acessados em 2013”, disse.

Os projetos foram inscritos até junho deste ano e a seleção seguirá critérios de concurso público. Foram apresentadas propostas de produção independente de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de longa-metragem de ficção, documentário ou de animação, visando à contratação de operações financeiras, exclusivamente na forma de investimento.


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