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13 de julho de 2012
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10:57

Azeitando o casamento

Por
Sul 21
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Hopper, Room in New York, 1932

Quando o vidro de azeite cai, não é só o azeite que cai. Cai também o jantar, a tradução, a academia, porque pela próxima hora e meia sua vida se resumirá a tirar vidro do pé e azeite do chão – o que estaria muito bem, não fosse pela parte do vice-versa. Aí você entende por que azeite é tão bom: porque ele impregna nas folhas. E se ele adere com tanto amor a um pé de alface, por que não aderiria ao seu pé? Além disso, vidro temperado é um conceito que ainda não chegou à indústria azeitícia. Porque caco de vidro é uma coisa, assim, da vida. Minha avó punha em cima do muro e eu, criança feliz, achava que era para ficar bonito – e ficava, né, o sol atravessando as transparências verdes e marrons. Foi um choque descobrir que era para espantar ladrão (para isso já não tínhamos o guarda-noturno?), mas deixemos nossas descobertas infantis de lado. O argumento é que um caco de vidro até o ladrão que escapou do guarda-noturno é capaz de pegar cuidadosamente e jogar fora. Mas e quando você tem farelo de vidro misturado no azeite, é para fazer o quê? “Aspirador, fia.” Então, falando nisso, hoje chegou a peça do aspirador. Já podemos mudar de assunto?

Melhor não, porque aí vou começar a falar do carro e não tem coisa mais desagradável do que ficar de babá do próprio carro, tarefa que assumi com afinco e zelo nos últimos dias. Você dá leitinho, leva no médico, leva para passear, dá banho. Ter filho é mesmo caro e cansativo.

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