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27 de junho de 2012
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18:57

Rodoviária de Porto Alegre será revitalizada sem mudar de local

Por
Sul 21
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Projetos arquitetônicos para nova Rodoviária começam a ser selecionados no final de julho | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Rachel Duarte

O governo gaúcho irá selecionar a partir de 30 de julho projetos arquitetônicos para modernização da Rodoviária de Porto Alegre. O anúncio das premissas básicas e do calendário do concurso foi feito nesta quarta-feira (27), pelo secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, na presença dos membros da Comissão Julgadora. Na oportunidade, uma dúvida antiga dos usuários foi sanada: “Não está em discussão a realocação da Rodoviária. Ela ficará onde está, que é o que a maioria quer”, afirmou Beto Albuquerque.

A decisão sobre a manutenção do prédio da Rodoviária no local onde está, no Largo Vespasiano Julio Veppo, no Centro Histórico, é baseada em levantamentos feitos pela primeira gestão do PT no executivo estadual. “Foi feita uma consulta no governo Olívio (Dutra) e aproveitamos todos os levantamentos de satisfação dos usuários. Todos preferem a localização onde está. É próximo de tudo e um centro econômico importante. Uma mudança mataria toda uma região econômica constituída”, disse Albuquerque, que foi titular dos Transportes na época.

Beto Albuquerque (em pé): "o problema da Rodoviária é a falta de um viaduto e não a Rodoviária" | Foto: Rafael Medeiros

Segundo o secretário, “o problema da Rodoviária é a falta de um viaduto e não a Rodoviária. O trânsito na Rodoviária será resolvido pela Prefeitura de Porto Alegre que anuncia o viaduto da Julio de Castilhos até a Mauá”, falou.

Atualmente a Rodoviária de Porto Alegre tem um fluxo de 30 mil pessoas entre chegadas e partidas. Conforme a secretária estadual de Turismo, Abgail Pereira, o maior consumidor do turismo gaúcho são os gaúchos. “Além dos gaúchos, o emissário também é composto por turistas da Argentina. Então, o transporte rodoviário de qualidade é fundamental”, avaliou.

O concurso de projetos arquitetônicos prevê requisitos que vão além do projeto básico. É exigido estudo técnico de viabilidade econômico-financeira e respectivo Plano de Negócio. “Não adianta propor uma obra que custa 500 milhões de reais se em 20 anos se em uma concessão como a da Rodoviária de Porto Alegre isso é impagável”, alerta Beto Albuquerque.

A Comissão Julgadora é constituída por integrantes da Seinfra, Secretaria Estadual de Tursimo, Daer (Departamento de Estradas e Rodagens), Prefeitura de Porto Alegre, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-RS), Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e Associação Rio Grandense de Transporte Intermunicipal (RTI).

“Não sabemos quantos projetos receberemos. Mas a comissão escolherá os dois mais executáveis dentro dos critérios do edital e irá colocar em votação para os usuários na internet e em audiência pública na Rodoviária. Cada um dos processos significará um voto”, explica o titular da Seinfra.

Integração com outros meios de transporte e inclusão dos ciclistas

“Uma capital que vai receber Copa do Mundo tem que ter uma rodoviária com outro patamar", diz secretário gaúcho | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Nos projetos deverá estar prevista a integração da Estação Rodoviária com os diversos modais de transporte disponíveis no entorno, como a Trensurb, a estação da hidrovia Porto Alegre-Guaíba, a futura estação do Metrô de Porto Alegre e o transporte coletivo municipal. Deverá ser prevista também a integração do transporte rodoviário com a futura ciclovia do Cais Mauá.

Na logística e infraestrutura do projeto os requisitos mínimos são a integração com o Cais Mauá e o Mercado Público de Porto Alegre, um estudo de circulação viária no entorno da Rodoviária, bicicletário, estacionamento, cobertura para o embarque e desembarque de usuário de táxis. “Uma capital que vai receber Copa do Mundo tem que ter uma rodoviária com outro patamar. Que tenha um terminal térmico, que abrigue os usuários do mau tempo”, salientou o secretário Beto Albuquerque.

A realização da licitação da nova concessão da Rodoviária de Porto Alegre será um ato contínuo dentro do processo do concurso. Para isso, uma Comissão Especial de Licitação, que inclui a Comissão Julgadora, será constituída. “Vamos fazer a concessão a partir do novo projeto arquitetônico. Por isso estamos exigindo mais que um projeto básico e quem participará do concurso não poderá participar da licitação”, afirmou Albuquerque.

Melhor proposta para revitalização da Rodoviária receberá R$ 1 milhão | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

O promotor Cesar Faccioli, que representa o Ministério Público do RS no Grupo de Cooperação do Daer disse que, pelo conteúdo do anúncio, o concurso “tem todo aval do MP”. Ele considera a oitiva popular prevista no concurso um quesito importante para transparência da licitação. “Além disso, técnicos da área é que vão produzir o projeto que irá integrar o edital da licitação. Isso evita problemas”, elogiou.

Os projetos poderão ser enviados até o dia 30 de novembro. O resultado final do vencedor será no dia 15 de janeiro de 2013. O processo licitatório está previsto para o ano que vem, encerrando até o dia 30 de maio, um ano antes da Copa do Mundo de 2014. A melhor proposta receberá o valor de R$ 1 milhão de reais, a ser pago pelo vencedor da futura licitação da concessão dos serviços da Rodoviária de Porto Alegre.

Preocupação com os lojistas da área 

Segundo associação, cerca de 3 mil pessoas exercem atividades comerciais na Rodoviária de Porto Alegre | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Como pretende apresentar projeto no concurso, a Associação dos Lojistas da Estação Rodoviária de Porto Alegre manifestou preocupação com as intervenções na comunidade que desenvolve atividades comerciais no local. “São 110 lojistas que trabalham há 40 anos na Rodoviária. São aproximadamente 3 mil pessoas. Entendemos o benefício deste projeto e a decisão de manter a Rodoviária onde está. Nossa preocupação é com a responsalidade social dos comerciantes locais”, alertou o presidente Florisbelo Gonçalves.

“Teremos cuidado com os lojistas e orientamos todos da Comissão Julgadora sobre o olhar para com o respeito aos funcionários que lá estão há tantos anos na escolha dos projetos”, garantiu Beto Albuquerque.


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