Samir Oliveira
O governador Tarso Genro (PT) dedicou parte de seu dia nesta quarta-feira (13) para falar sobre pedágios. Já pela manhã, às 6h57, ele teceu um longo comentário na reportagem do Sul21 que relata a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Pela tarde, o petista convocou uma coletiva de imprensa para explicar o funcionamento da nova estatal.
Entretanto, muitas dúvidas ainda permanecem. O governador sustenta que o conselho de administração da EGR irá consolidar a estrutura e o quadro funcional da empresa e que, portanto, ainda não há como dimensionar esses aspectos – apesar de, na prática, o conselho estar majoritariamente nas mãos do Palácio Piratini, que indicará 7 dos 13 integrantes.
Tarso disse que a estatal foi pensada para “um período de transição”. O governo criou a empresa para que as praças de pedágios cedidas à iniciativa privada em 1997 – cujos contratos vencem no ano que vem – não se tornem terra de ninguém, já que os contratos não serão renovados.
“A EGR é um instrumento que precisamos para um período de transição. As cancelas dos pedágios não ficarão ao Deus-dará”, comentou Tarso. Ele justificou que o Daer não poderia executar essa função transitória de assumir rapidamente essas praças por estar “sucateado e esvaziado tecnicamente”.
Enquanto a EGR administra os pedágios que hoje estão sob poder da iniciativa privada, uma consultoria contratada pelo governo fará um mapa da situação dos pedágios no Estado e apontará possíveis modelos de gestão que podem ser adotados em diferentes regiões. É com esse estudo em mãos que o governador irá decidir quais praças continuarão sob controle público e quais serão cedidas, num novo contrato, a empresas privadas – hipótese que passa longe de ser descartada pelo Palácio Piratini. A consultoria Dynatest SD venceu a licitação e tem até 18 meses para realizar esse estudo, que custará R$ 7,4 milhões aos cofres públicos.
Com as soluções em mãos, Tarso não descarta a possibilidade de “desfazer” a EGR. “Se essa transição determinar que a empresa é desnecessária, que tudo pode ser feito pelo Daer mais tarde, ela pode ser suprimida”, admitiu o governador na coletiva.
Logo em seguida à afirmação, o petista voltou atrás e disse que não está “pensando numa empresa que está sendo formada para ser extinta”. “Estamos pensando numa empresa que, por sua eficiência, tenha durabilidade”, minimizou.
O governador fez questão de deixar claro que irá cumprir as três promessas que fez durante a campanha eleitoral sobre o tema: baixar as tarifas dos pedágios, não renovar as atuais concessões e eliminar a praça de Farroupilha.
“As tarifas irão baixar assim que assumirmos, no dia que terminar as concessões. Podem estar certos disso e nos cobrar”, assegurou, acrescentando que irá “demonstrar que os pedágios cobrados até agora foram escorchantes ao povo gaúcho”.
Tarso disse que, no dia seguinte ao término dos contratos, eliminará a praça de Farroupilha. “Acabaremos com o polo de Farroupilha no outro dia. Vamos cumprir rigorosamente o prometido”, garantiu.