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10 de maio de 2012
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Tecnologia móvel não deve sobrecarregar trabalhador, diz Cezar Alvarez

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Sul 21
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Felipe Prestes

“Não sei aonde a mobilidade vai nos levar, mas sei onde não quero que nos leve”, afirmou nesta quarta-feira (9) o secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, que foi um dos participantes do painel Tendências de Mercado: para onde a mobilidade está nos levando, do seminário Mobilidade e Segurança: O Desafio da Convergência Digital, organizado pelo Banrisul e realizado no Teatro do Bourbon Country. Em sua apresentação, Alvarez ressaltou que a mobilidade deve servir para facilitar o trabalho, não para que o trabalhador precise estar conectado 24 horas por dia.

“Não quero ser aquele que, no domingo de manhã, à beira da praia, fica respondendo emails ou SMS. Não é para isto que a mobilidade pode servir”, disse o secretário-executivo. Alvarez relatou que na Grã-Bretanha um recente acordo entre sindicatos de trabalhadores e patronais decidiu que as empresas ficam proibidas de mandarem SMS ou emails para funcionários durante o final de semana.

O representante do Ministério das Comunicações também desmistificou a ideia de que o aparelho celular, ou outros aparelhos portáteis, irão substituir todas as outras tecnologias. “Se dizia que com o gramofone as óperas iriam acabar, ou que o rádio iria acabar com todos os espetáculos. Eu posso um dia assistir um DVD em casa, mas haverá um momento em que quero estar no escurinho do cinema”.

Ainda assim, Alvarez mostrou dados que indicam que, de fato, o crescimento dos smartphone nos países em desenvolvimento é muito grande. Até 2015, metade dos smartphones estarão no Brasil, Índia e China. Estes aparelhos já são mais desejados no Brasil que os notebooks ou tablets. “A busca por equipamento móvel é um dado significativo”, disse.

O secretário-executivo do Ministério das Comunicações também falou sobre a meta do G-20 de inclusão financeira, com responsabilidade. Ele relatou que no Brasil ainda é muito alto o número de pessoas que não possui conta em banco. Nas regiões Norte e Nordeste cerca de 50% dos trabalhadores não têm conta. Enquanto isto, 42 milhões de contas bancárias do país já são, inclusive, acessáveis pela internet. O internet banking já é responsável por 24% das transações financeiras no país. “Queremos que tecnologia torne mais barateie os custos das transações financeiras”, disse Alvarez.

Ele defendeu, por exemplo, que o custo para usar o celular como cartão de crédito não seja mais alto. “O aparelho é mais um intermediário. Trabalharemos para não termos mais um custo”, disse. Alvarez também falou que será preciso regular o pagamento de produtos e serviços feitos por aparelhos móveis. “Há empresas trabalhando com isto que nem são consideradas instituições financeiras. É preciso regular este mercado”.

Além de Alvarez, também participaram do painel dois representantes de empresas de tecnologia, Maria Fernanda Teixeira, da First Data Brasil; e Moacyr Gomes, da Gartner. Eles falaram sobre inovações na área de compras e pagamentos pelo celular. Nesta quinta-feira (10), o seminário continua com quatro painéis. Veja a programação no site do evento.


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