Da Redação
O Parlamento Europeu decidiu nesta quarta-feira (9) cancelar a ida de uma delegação de eurodeputados que participaria da Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+20, no Rio de Janeiro, em junho. Segundo os coordenadores da Comissão de Meio Ambiente, os valores envolvidos na viagem e na hospedagem no Rio seriam altos demais e “injustificáveis em um momento de crise”, segundo fontes citadas pela agência EFE.
“O Parlamento cancelou sua delegação na Rio+20 pelos custos excessivos. O Brasil deveria realmente controlar os custos para evitar um grande fracasso”, afirmou nesta quarta (9), via Twitter, o deputado holandês Gerben-Jan Gerbrandy. Ele denuncia que alguns hotéis do Rio chegaram a pedir 600 euros por noite, além de pedir que o governo brasileiro intervenha de alguma forma no assunto.
Em abril, após calcularem que o preço estimado de hospedagem da delegação no Brasil seria de 100 mil euros (dez vezes mais que o custo originalmente previsto), os coordenadores decidiram diminuir a delegação para apenas um eurodeputado. Agora, porém, o anúncio é de cancelamento definitivo da viagem.
“Os organizadores mudam as condições constantemente. Pedem que reservas sejam feitas para a semana completa, apesar de não precisarmos deste tempo”, lamentou o eurodeputado alemão Matthias Groote, durante debate ocorrido no final de abril, também citado pela EFE. “Quando se quer convidar o mundo inteiro é preciso tratar os convidados de outra maneira”, alfinetou.
“Cancelamento é justificável”, diz Carlos Minc
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta quarta-feira (9) que é “justificável” a posição de deputados do Parlamento Europeu de cancelar a viagem oficial para a Rio+20. O ex-ministro do Meio Ambiente e atual coordenador da conferência da ONU junto ao Governo do Rio disse que “não faz sentido” o Rio estar mais caro do que capitais europeias, onde “a mão de obra é muito mais cara”. Segundo ele, alguns representantes europeus entraram em contato se dizendo “horrorizados” com os valores cobrados no Rio.
Para Carlos Minc, o gesto dos deputados do Parlamento Europeu pode ser útil para forçar uma investigação sobre o setor hoteleiro do Rio de Janeiro. Em março, o Ministério da Justiça anunciou que havia iniciado uma investigação para apurar denúncias de que hotéis do Rio estariam cobrando preços abusivos em reservas para o período da Rio+20, em junho. Citada em reportagem do iG, a Associação Brasileira de Hotéis (ABIH) do Rio informou, em nota, que “não há informações que confirmem a desistência de uma delegação europeia em participar da Rio+20 em função do preço das diárias dos hotéis”.
Com informações de EFE e iG
