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28 de maio de 2012
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14:16

Mais de 5 mil indignados lotam o centro de Assunção em protesto

Por
Sul 21
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Milhares de paraguaios protestaram na sexta-feira em frente ao Congresso | Foto: Divulgação/After Office Revolucionário

Da Redação

Cerca de 5 mil pessoas foram às ruas no Paraguai para protestar contra uma lei elaborada pelos deputados para destinar verbas a seus operadores políticos nas campanhas eleitorais. A manifestação ocorreu na sexta-feira (25), na Praça das Armas, em Assunção, em frente ao Congresso Nacional.

O protesto foi organizado por meio das redes sociais e surpreendeu os paraguaios pela adesão que conseguiu angariar na sociedade. Profissionais liberais de diversas áreas, artistas e estudantes lotaram a praça para manifestar o repúdio contra os abusos dos políticos.

O ato foi chamado de “After Office Revolucionário”, em referência ao fato de as pessoas saírem de seus trabalhos para protestar. A lei que causou a ira da população foi aprovada pelo Congresso em dezembro de 2011, e previa uma ampliação no orçamento público, que destinaria 215 bilhões de guaranis (R$ 99,8 milhões) à Justiça Eleitoral para pagar salários de operadores dos principais partidos políticos com representação parlamentária, supostamente contratados para inscrever novos cidadãos ao padrão eleitoral, embora todos saibam que o dinheiro é utilizado para comprar favores políticos.

No último dia 9 de maio, o presidente Fernando Lugo aplicou o veto constitucional para rechaçar a lei, alegando que além de ser imoral, não havia dinheiro nos cofres públicos para pagar tais salários. Mas a lei retornou à Câmara dos Deputados, onde, apesar de todas as críticas, foi novamente aprovada, eliminando uma parte destinada à inscrição de paraguaios residentes no exterior, mas deixando 150 bilhões de guaranis (pouco menos de R$ 68 milhões) para os operadores políticos.

O sucesso da manifestação de sexta-feira indica que está em curso um movimento de indignação popular no Paraguai. Já foi convocada uma nova grande manifestação, na noite da próxima quarta-feira (30/05), na mesma Praça de Armas, em frente ao Congresso – com réplicas em várias cidades do interior do país – , que foi anunciada como uma “vigília democrática” para sitiar o Congresso na véspera do dia decisivo, em que os senadores deverão votar entre respaldar o desperdício impulsado pelos deputados ou dar marcha à ré na lei.

Com informações do Opera Mundi.


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