Hoje à frente do jornal de bairro mais importante de Porto Alegre, o JÁ Bom Fim, o jornalista Elmar Bones viveu, em cerca de meio século de profissão, as principais fases do jornalismo brasileiro moderno. Depois de começar a carreira em um pequeno jornal de Livramento, no interior do RS, esteve na primeira equipe da revista Veja, editada por Mino Carta, e passou por alguns dos principais veículos do país: Estadão, Gazeta Mercantil, Folha da Manhã. Elmar foi também editor da principal iniciativa de jornalismo cooperativo que o Brasil já teve: o Coojornal, veículo que desafiou os limites à informação impostos pela Ditadura Militar.
No momento, toda essa trajetória é desafiada pela mordaça. Em 2001, seu jornal foi processado pela mãe do ex governador do Estado, Germano Rigotto (PMDB), por conta de uma reportagem sobre seu outro filho, Lindomar, morto meses antes. O processo resultou em uma multa que hoje estrangula as finanças do JÁ.
Na entrevista a seguir, Elmar fala sobre sua trajetória como jornalista, sobre como era fazer jornalismo durante a Ditadura Militar, a caminhada do JÁ e o momento do jornalismo brasileiro.
