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31 de maio de 2012
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17:05

Demóstenes fica calado e provoca bate-boca durante CPI

Por
Sul 21
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"Prestei depoimento por mais de cinco horas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar", justificou Demóstenes ao não falar em CPI | Foto: Antônio Cruz/ABr

Da Redação

No início da reunião desta quinta-feira (31) em que prestaria depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) disse que não responderia às perguntas feitas pelos parlamentares. Demóstenes alegou que seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, solicitou ao Conselho de Ética a degravação de seu depoimento e as notas taquigráficas para entregá-las aos integrantes da comissão. A atitude irritou parlamentares e provocou um bate-boca, que levou ao cancelamento da sessão.

Leia mais:
– CPI do Cachoeira ouve Marconi Perillo em 12 de junho e Agnelo no dia 13

“Anteontem (terça-feira, 29) prestei depoimento por mais de cinco horas no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, cuja pertinência temática é a mesma desta CPI. Em decorrência disso, por solicitação do meu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, endereçamos ontem petição a essa comissão e comunicamos, até por uma questão de lealdade, que permaneceríamos calados, conforme faculdade expressamente prevista na Constituição Federal”, disse Demóstenes.

A atitude de Demóstenes fez com que o deputado Sílvio Costa (PTB-PE) se exaltasse e começasse a ofender o senador, acusado de ligações com o suposto esquema criminoso liderado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, investigado pela Polícia Federal. O presidente da comissão decidiu dispensar Demóstenes da oitiva, mesmo procedimento que vem adotando diante dos demais depoentes que se negaram a falar. No entanto, essa atitude acabou irritando ainda mais o deputado.

Foto: Antônio Cruz/ABr
Atitude de senador irritou parlamentares e provocou confusão e encerramento da sessão | Foto: Antônio Cruz/ABr

“O senhor passou cinco horas no Conselho de Ética e não conseguiu se explicar. Aqui, com cinco minutos, o senhor explicou tudo. O seu silêncio é a mais prefeita tradução da sua culpa”, ressaltou o deputado. “O senhor apelou para Deus, se disse carola, mas o senhor não vai para o céu porque o céu não é lugar para mentiroso, não é lugar de gente hipócrita”, disse o deputado se dirigindo a Demóstenes.

Diante da exaltação dos parlamentares, o senador Pedro Taques (PDT-MT) reagiu: “Todos aqui, enquanto parlamentares, devem obedecer à Constituição Federal, que afirma que o cidadão, seja lá quem for, merece respeito. Fui procurador da República por mais de 15 anos e tenho a convicção de que um parlamentar não pode tratar quem quer que seja com indignidade”, argumentou Pedro Taques.

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"O senhor apelou para Deus, se disse carola, mas o senhor não vai para o céu porque o céu não é lugar para mentiroso", vociferou Sílvio Costa (PTB-PE) | Foto: Antônio Cruz/ABr

A defesa feita por Pedro Taques fez com que Sílvio Costa se voltasse contra ele com xingamentos. Em meio ao tumulto, o presidente da comissão, Vital do Rêgo, encerrou a sessão que durou 20 minutos.

Na última terça-feira, Demóstenes prestou depoimento ao Conselho de Ética do Senado e confirmou sua ligação com o empresário Carlinhos Cachoeira. Ele sustentou que não sabia do envolvimento de Cachoeira com atividades ilícitas, apesar dos mais de dez anos de convivência com o empresário e negou ter recebido dinheiro de Cahoeira.

Além disso, Demóstenes também confirmou usar um celular via rádio doado por Cachoeira e que era o empresário que pagava a conta. Ontem, os integrantes da CPMI quebraram os sigilos telefônicos, bancário, fiscal, de e-mail e de mensagens por celular de Demóstenes.

Com informações da Agência Brasil


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