Da Redação
A presidente Dilma Rousseff (PT) empossou nesta quarta-feira (16) os sete integrantes da Comissão da Verdade. Escolhidos pessoalmente pela petista, Cláudio Fonteles, Gilson Dipp, José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso irão investigar as violações aos direitos humanos praticadas pelo Estado brasileiro entre 1946 e 1988, com foco no período que abrange a ditadura militar (1964-1985).
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Dilma – que pegou em armas contra a ditadura, foi presa e torturada – fez um pronunciamento emocionado, com direito a choro no final, onde exaltou o orgulho que sente por ser a presidente responsável pela instalação da Comissão da Verdade. A presidente disse que o país tem “um encontro marcado consigo mesmo”.
“O Brasil não pode ficar sem a totalidade da sua história. A ignorância não é pacífica, pelo contrário, mantém latentes mágoas e controles. A sombra e a mentira não são capazes de prover a concórdia”, discursou, acrescentando que “nas sombras somos todos privados da verdade, mas não é justo que continuemos apartados dela durante o dia”.
A presidente garantiu que o ato de instalação da Comissão da Verdade não é movido por revanchismo. “Ao instalar a comissão, não nos move o desejo de reescrever a história. E sim, mostrar o que aconteceu sem vetos e sem proibições. Aqui o objetivo é transparência e liberdade”, comentou.
Dilma exaltou as qualidades dos escolhidos para integrar o colegiado e se emocionou ao lembrar dos que tombaram na luta contra a ditadura. “Se existem filhos sem pais, pais sem túmulos e túmulos sem corpos, não pode persistir uma história sem voz”, disse.
A solenidade ocorreu com a presença de todos os ex-presidentes da República que governaram o país após a queda do regime autoritário: José Sarney (PMDB – 1985/1990), Fernando Collor (PTB – 1990/1992), Fernando Henrique Cardoso (PSDB – 1995/2003) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT – 2003-2011). Os sete membros da comissão se reúnem ainda nesta quarta-feira (16) para elaborar um plano de trabalho.
– Ouça o áudio do discurso na íntegra: