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23 de abril de 2012
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14:31

Trabalhadores paralisam atividades nos canteiros da usina Belo Monte

Por
Sul 21
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Primeira paralisação ocorreu no fim do mês de março | Foto: Ruy Sposati/Xingu Vivo

Da Redação
Atualizado às 14h28

Trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), retomaram nesta segunda-feira (23) a paralisação das atividades por melhores condições de trabalho. A categoria — organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav) —  fechou o principal acesso aos cinco canteiros de obras da usina, no km 27 da Rodovia Transamazônica. Eles pedem o aumento do valor da cesta básica, que hoje é de R$ 95 para R$ 300, e a diminuição do intervalo entre os periodos de folga. Atualmente, os trabalhadores têm direito a sair para ver a família de seis em seis meses.

Dos cerca de 7,7 mil trabalhadores, apenas 850 trabalhadores mantém os serviços essenciais nos canteiros de obras, como atendimento médico, segurança e alimentação. A paralisação começou por volta de cinco horas da manhã quando lideranças da manifestação bloquearam o acesso dos ônibus que levam trabalhadores para as cinco frentes de trabalho de Belo Monte.

Segundo o vice-presidente do Sintrapav, Roginel Gobbo, os trabalhadores fizeram barricadas, mas os serviços essenciais foram mantidos. “Fizemos algumas barricadas, mas apenas para explicar aos trabalhadores o que estava acontecendo. Não impedimos ninguém de trabalhar, mas deixamos clara a necessidade de eles aderirem à greve, até porque ela foi votada e decidida por eles. Além disso, pedimos ao CCBM que identificasse os ônibus que transportariam os funcionários responsáveis pelos serviços essenciais. Não houve nenhuma objeção a eles serem levados aos canteiros”, acrescentou o sindicalista.

CCBM diz que acionará Justiça contra movimento grevista

Em nota, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) — responsável pela maior obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) — informou que tomará medidas judiciais para que a greve nas obras de construção da usina seja considerada ilegal, alegando que as reivindicações do movimento paredista estão sendo feitas fora da data-base, que é outubro. A paralisação alcança cerca de 7 mil funcionários dos cinco canteiros da usina.

Na nota, o consórcio diz que “a paralisação surgiu do não atendimento pelo CCBM de reivindicações realizadas fora da data-base da categoria, e em plena vigência de acordo coletivo de trabalho válido até outubro de 2012”. Além disso, a empresa informa no texto que “está tomando todas as medidas judiciais visando ao encerramento do movimento e o retorno dos funcionários ao trabalho”.

Primeira paralisação ocorreu em março

A primeira suspensão das atividades em Belo Monte ocorreu no dia 29 de março quando funcionários de dois dos cinco canteiros de obras paralisaram as obras exigindo melhores condições de trabalho. A manifestação ocorreu após a morte do operário Francisco Orlando Rodrigues no dia 27 de março, que trabalhava para uma empresa terceirizada que executava serviços de supressão vegetal para o Consórcio.

Na época, os responsáveis pela obra informaram que as manifestações não estavam relacionadas ao falecimento de Rodrigues, e que ainda aguardavam a pauta de reinvindicações dos demais trabalhadores. As atividades nos canteiros foram retomadas no dia 30 de março.

Com informações do G1 e Agência Brasil


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