Agenda
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30 de março de 2012
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17:00

Sul21 recomenda Aforismos, Heleno e também um psiquiatra para o Papa

Por
Sul 21
[email protected]
A edição da Arquipélago: capa dura e 205 páginas

Milton Ribeiro

Hoje, o Sul21 não traz apenas suas habituais dicas para o fim-de-semana como também irá sortear, dentre seus comentaristas, três exemplares de Aforismos, de Karl Kraus (crítica e degustação aqui), livro luxuosamente editado pela Arquipélago (segundo a Redação do Sul21, o mais belo nome de editora). Podem comentar abaixo, faremos o sorteio na segunda-feira pela manhã, quando a caixa de comentários será fechada. Escrevam seu e-mails corretamente de forma a que possamos contatar os vencedores.

O estranho título do “Recomenda” de hoje deve-se ao curioso argumento do filme do incontrolável e ótimo Nanni Moretti, que entrou em cartaz esta semana no Instituto NT e no Arteplex. E a presença de Heleno deve-se… Bem, leiam abaixo.

Todas as sextas-feiras, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas apenas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Para acessar esta matéria durante a semana, bastará clicar em Agenda em nossa capa.

Cinema

Habemus Papam (****)
(Habemus Papam), de Nanni Moretti, 2011, Itália / França, 102 minutos

O novo papa eleito (Michel Piccoli) sofre um ataque de pânico no momento em que deveria aparecer na varanda da Praça de São Pedro para saudar os fiéis, que esperaram pacientemente o veredito do conclave. Seus conselheiros, incapazes de convencê-lo de que é o homem certo para o cargo, procuram a ajuda de um conhecido psicanalista ateísta (Nanni Moretti). Trata-se de uma situação extremamente tensa! Algo que apenas o cardeal poderá enfrentar! O que fazer? O papa assume ou não o cargo? A imprensa de todo o mundo pressiona para saber o nome do eleito! Sempre inteligente e engraçado, Moretti faz uma comédia que ironiza religião e psicanálise. O novo papa é interpretado pelo notável Michel Piccoli, que dá vida à psicologia muito especial do cardeal Melville. Moretti: “As pessoas esperavam um filme denúncia sobre as atrocidades do Vaticano. Todos conhecemos os escândalos financeiros, a pedofilia que grassa e a crise de autoridade da igreja. Estes são bons motivos para falar de outro ponto de vista, de fazer uma comédia de uma perspectiva mais filosófica e humana do que religiosa”.
http://youtu.be/DfJnFDTONvk
No Instituto NT, às 15h40 e 19h40.
No Unibanco Arteplex 8, às 14h, 16h, 20h e 22h.

Heleno (***)
(Heleno), de José Henrique Fonseca, 2011, Brasil, 116 minutos


Heleno é um charmoso filme todo em preto e branco sobre a trajetória do jogador de futebol e ídolo do Botafogo nos anos 1940, Heleno de Freitas. Foca-se menos no futebol e mais na atribulada e louca vida do craque. Heleno era um extraordinário atacante — marcou 209 gols em 235 partidas, sendo o quarto maior artilheiro da história do clube — e fazia grande sucesso com as mulheres. De família rica, temperamental e cultuado, Heleno era formado em Direito no Rio de Janeiro. Os adversários tentavam provocá-lo chamando de Gilda, em referência à sua beleza, comparando-a com a de Gilda, personagem da atriz estadunidense Rita Hayworth no filme de mesmo nome. Heleno se perdeu nas drogas, além de sempre envolver-se em brigas, provocado por torcidas rivais e reclamando de companheiros. Morreu como doente mental, aos 39 anos, em um sanatório de Barbacena-MG, em 1959.

No Cinemark Ipiranga 6, às 12h55, 15h50, 18h20, 21h e 23h45.
No GNC Moinhos 3, às 16h20 e 21h30.

Pina (*****)
(Ein Film für Pina Bausch), de Wim Wenders, 2011, Alemanha / França / Grã-Bretanha, 106 minutos


O nome alemão deste documentário de Wim Wenders — Um filme para Pina Bausch — é bem mais significativo do que a redução para Pina, utilizada no resto do mundo. No título original fica clara a intenção de Wenders de homenagear a grande Pina. Pina Bausch (1940-2009) foi a mais importante coreógrafa do século XX. Suas criações eram dança e não eram; na verdade eram teatro mais dança mais música mais literatura. Sua companhia era não por acaso chamada de Teatro de Dança de Wuppertal e, nos anos 80, fez uma inesquecível passagem de dois viscerais dias pela Reitoria da UFRGS, com os espetáculos A Sagração da Primavera e Café Müller. O filme de Wenders é deslumbrante ao levar para as ruas e a outros cenários as criações de Bausch. E é um documentário emocionadíssimo: imaginem que Pina faleceu aos 68 anos, a dois dias do início das filmagens e a cinco após ser diagnosticada com câncer. Wenders pensou em cancelar o projeto, mas foi convencido pelos bailarinos a não fazê-lo. Bem, se você não gosta de dança — este entusiasmado comentarista confessa sua quase hostilidade — , vá ver o filme do mesmo jeito, para comprovar como Pina Bausch transcende o gênero.

No GNC Moinhos 3, às 13h45 e 18h50 (Convencional).
No Unibanco Arteplex 1, às 16h40, 19h e 21h30 (3D).

Slovenian Girl (****)
(Slovenka), de Damjan Kozole, Eslovênia / Alemanha / Sérvia, 90 minutos


Slovenian Girl conta a história de Alexandra (Nina Ivanisin), uma jovem do interior da Eslovênia que estuda Letras na Universidade de Ljubljana, capital do país. Abandonada pela mãe e criada pelo pai, o operário e boêmio Edo (Peter Musevski), ela planeja ganhar o mundo. Para alcançar seus objetivos, trabalha nas horas livres como garota de programa, sob o pseudônimo “Slovenian Girl”, atraindo seus clientes através de anúncios de jornal. Sua vida segue como planejado até que a morte de um figurão em um dos seus programas a coloca em evidência na mídia e na mira do submundo dos cafetões eslovenos. Ganhou o prêmio de Melhor Filme Europeu no European Film Academy, Melhor Filme segundo o público no Cinessonne IFF, de Melhor Atriz (Nina Ivanisin) no Cinessonne IFF, Les Arcs EFF e na Mostra de Valência e de Melhor Ator Coadjuvante (Primoz Pirnat) no Festival de Cinema da Eslovênia.

No Instituto NT, às 11h30 e 21h30.

Meu Primeiro Casamento (***)
(Mi Primera Boda), de Ariel Winograd, 2011, Argentina, 102 minutos


O diretor argentino Ariel Winograd tem formação no cinema norte-americano e nos chega através de uma boa comédia, mas sem despregar-se da matriz. Sendo mais claro: talvez “dentro demais” do estilo das comédias clichês dos EUA, mas bastante eficiente Meu Primeiro Casamento conta o dia do matrimônio de Leonora e Adrian. Leonora (Natalia Oreiro) não vê a hora de trocar alianças com o noivo, Adrian (Daniel Hendler). Tudo está perfeito para o casamento começar, mas, por um descuido, Adrian perde o anel no jardim. Até encontrá-lo, decide retardar a cerimônia. Ele tenta de tudo, inclusive atrapalhar o motorista que conduz um padre e um rabino, responsáveis por celebrar o casório. Grandíssimos destaques do filme são as presenças dos célebres companheiros de Les Luthiers, Marcos Mundstock, no papel do padre Patricio, e Daniel Rabinovich, no do rabino Mendl. Um filme que funciona bem, apesar de fugir da sintaxe habitual hermana.

No Guion Center 2, às 14h30, 16h25, 18h20 e 20h15.
No Unibanco Arteplex 3, às 13h.

Shame (***)
(Shame), de Steve McQueen, 2011, Grã-Bretanha, 101 minutos


Favor não confundir o ator Steve McQueen (1930-1980), com o Steve McQueen diretor, nascido em 1969. Ambos competentíssimos, aquele era loiro, atlético e norte-americano, este é negro, gordinho e inglês. Brandon (Michael Fassbender) é um jovem de sucesso, com trinta e poucos anos, que vive confortavelmente no seu apartamento em Nova Iorque. Mas ele também é um compulsivo sexual que vive dias de desespero após a chegada de sua irmã ao apartamento onde mora. Seus dias, antes preenchidos com visitas a sites pornográficos, coleções de revistas com tema adulto. masturbações nas pausas do trabalho, encontros com desconhecidas, etc. parecem entrar em colapso, quando a sua irmã Sissy (a fantástica Carey Mulligan de Drive), uma jovem muito agitada, aparece inesperadamente. Elogiadíssimo na Europa, o filme não chegou a encher os olhos deste que vos escreve. Narrativa de ritmo europeu sobre temática norte-americana, a história adquire certo tom moralista que poderia ser ignorado.

No GNC Moinhos 1, às 14h, 18h e 22h.
No Guion Center 3, às 20h40.
No Unibanco Arteplex 2, às 17h e 21h40.

As Mulheres do 6º Andar (***)
(Les Femmes du 6ême Étage), de Philippe Le Guay, 2011, França, 104 minutos


Paris dos anos 60. Jean-Louis Joubert (o excelente Fabrice Luchini) é um corretor da bolsa que leva uma vida tranquila e rotineira ao lado da esposa Suzanne (Sandrine Kiberlain). A vida do casal é alterada quando sua empregada domestica que trabalha com eles há 20 anos se demite. Em seu lugar, é contratada a espanhola Maria Gonzalez (Natalie Verbeke) que passa a morar com a tia e outras conterrâneas no sexto andar do prédio onde ficam os alojamentos dos empregados. Impulsionado pela simpatia da nova contratada Jean-Louis se aproxima de Maria e suas colegas descobrindo uma forma de viver desconhecida para ele. Um belo roteiro para um tema bastante explorado: o da burguesia X proletariado, aqui recontado em ritmo de comédia, sem grandes ranços… Sem receios, Maria abre os olhos Jean-Louis para a situação das empregadas de seu prédio, que vivem em pequenos quartos sem água corrente, chuveiro e com um banheiro coletivo em más condições. Enquanto tenta ajudar as serviçais espanholas, Jean-Louis aproxima-se dessas mulheres.
http://youtu.be/6dkIJjhs9Jo
No Instituto NT, às 13h40 e 17h40.
No Unibanco Arteplex 8, às 18h.

Drive (*****)
(Drive), de Nicolas Winding Refn, 2011, EUA, 100 minutos


Apenas fartas doses de má política justificam o fato de Drive ter ficado fora dos indicados ao Oscar 2012. É o segundo 5 estrelas deste ano. Ryan “I just drive” Gosling (Tudo pelo Poder) interpreta um dublê de filmes de ação — cenas arriscadas com carros — , que também trabalha em uma oficina mecânica e faz bicos como motorista em assaltos na cidade de Los Angeles. I just drive. Seu personagem é controlado e seguro, quase sem emoções. Então, ele conhece a vizinha do apartamento ao lado (a inglesa Carey Mulligan de Educação) e seu filho Benício. De forma tímida, apaixona-se por ambos. Durante a relação, começa a despontar a personalidade do homem sem nome de Gosling, apenas chamado “The kid” ou “The Driver”. Ele acaba servindo de motorista ao quase ex-marido de Irene (Mulligan), entrando em conflito com um grupo de mafiosos. Ok, a sinopse é desinteressante, mas o filme arrasa. É um filme de ação? Sim, mas sem simplismos ou respostas fáceis. O finla do filme? Não contarei, mas é de elegância impar. As referências? Ora, o Homem Sem Nome vem claramente de Clint Eastwood, o clima retrô é de Tarantino e a brilhante colocação das música parece vir de Refn mesmo, que recebeu o prêmio de melhor Diretor em Cannes pelo filme. Com Ryan Gosling, Carey Mulligan e Bryan Cranston.

No GNC Iguatemi 1, às 16h30 e 22h10.
No Guion Center 3, às 18h45.

A Separação (*****)
(Jodaeiye Nader az Simin), de Asghar Farhadi, 2011, Irã, 110 minutos


Uma unanimidade, se você for ver apenas um filme neste verão, a escolha correta é este A Separação. Vencedor do Urso de Ouro em Berlim e do Globo de Ouro norte-americano, A Separação é um monumental filme sobre a situação feminina no Irã. Mas é mais, é um filme universal sobre as relação entre casais, familiares e sobre as camadas de realidade que vão se sobrepondo a cada decisão que tomamos. O filme parte da história da separação de Nader (Peyman Moaadi) e Simin (Leila Hatami). Eles expõem a um juiz cuja face não é mostrada os motivos que os levam a divergir fortemente. Ela quer sair do Irã, enquanto ele deseja permanecer no país para cuidar do pai doente de Alzheimer. Entre os dois, está Termeh (Sarina Farhadi), a filha de 11 anos que, segundo a mãe, terá condições de vida muito melhores fora do país e uma empregada que acusa Nader de ter causado a interrupção de sua gravidez. Todos defendem com veemência suas posições e o espectador se vê dividido entre eles, que apresentam motivos críveis e razoáveis. Não perca. Com Leila Hatami, Peyman Moadi e Sarina Farhadi.

Na Sala Paulo Amorim, às 15h45 e 19h30.

O Artista (***)
(The Artist), de Michel Hazanavicius, 2011, EUA, 100 minutos


O principal favorito ao Oscar de melhor filme chegou aos cinemas de Porto Alegre. O Artista, filme de Michel Hazanavicius, narra a decadência do ator de filmes mudos George Valentin (Jean Dujardin). Ambientada entre 1927 e o início da década de 1930 e filmada em estúdios que recriam a Hollywood da época, a história também acompanha a ascensão de Peppy Miller (Bérénice Bejo), nova estrela do cinema em sua fase sonora. Todo em preto e branco, sem diálogos e apresentado com aquelas cartelas dos filmes mudos, O Artista retrata a mudança pela qual o cinema passou com o advento do som — e suas implicações, sobretudo a queda irreversível de quem não admitiu se adequar aos “novos” tempos. (André Carvalho)
http://youtu.be/Tl7vP3ndik0
No GNC Moinhos 4, às 14h30, 17h, 19h e 21h15.

Os Descendentes (****)
(The Descendants), de Alexandre Payne, 2011, EUA, 117 minutos


Também vencedor do Globo de Ouro, Os Descendentes invade os cinemas do Brasil na qualidade de favorito ao Oscar. Um acidente de barco põe em coma e com poucas chances de sobrevivência a mulher de Matt (George Clooney). Ele, que vivia afastado dos filhos, vê-se às voltas com a tarefa de conhecê-las, criá-las e educá-las, ao mesmo tempo que descobre que a mulher o traía. É uma boa história, muito bem dirigida, pontuada de bons diálogos e personagens interessantes. Payne tira o máximo do elenco à sua disposição e apostamos em Clooney para o Oscar de melhor ator. Com George Clooney, Judy Greer, Shailene Woodley, Matthew Lillard e Beau Bridges.
http://youtu.be/3li2vOCgzd8
No Guion Center 3, às 16h40.

Triângulo Amoroso (***)
(Drei), de Tom Tykwer, 2010, Alemanha, 119 minutos

Tom Tykwer é um daqueles diretores cujas obras devem ser vistas quanto mais não seja por seus grandes acertos anteriores como Inverno Quente, Corra Lola Corra, Paraíso e O Perfume. Neste trabalho de 2010, o diretor volta à Alemanha a fim de contar uma história muito interessante. Na efervescente Berlim, a jornalista Hanna (Sophie Rois) vive há vinte anos uma relação tranquila com Simon (Sebastian Schipper). Um dia, num debate sobre bioética, ela conhece Adam (Devid Striesow), com quem se envolve. Enquanto isso, Simon deprime-se com a morte da mãe e ainda descobre um tumor num testículo. Propõe casamento a Hannah. Só que ele também acaba conhecendo Adam e também se envolve com ele. Neste triângulo onde todos se amam, Hanna descobre que está grávida… O humor não está ausente na trama em que Adam conquista o casal. Caberá à mulher escolher qual dos homens manterá a seu lado. Ou nenhum deles. Quem sabe ambos? Tykwer não é amigo das soluções fáceis. Grande atuação de Sophie Rois no papel principal. Com Sophie Rois, Sebastian Schipper, Devid Striesow, Annedore Kleist, Angela Winkler, Alexander Hörbe, Winnie Böwe e Hans-Uwe Bauer.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 14h e 19h30.

Exposições e Artes Plásticas

Além do Apartheid
Galeria Lunara na Usina do Gasômetro, João Goulart, 551
De terça a sexta, das 9h às 21h

A mostra discute raça, sexo e política na África contemporânea. A exposição coletiva que ocupa a Galeria Lunara traz pela primeira vez a Porto Alegre uma pequena mas significativa mostra da arte produzida na África do Sul, seja por sul-africanos ou mesmo por imigrantes vizinhos lá residentes ou tornados conhecidos por galerias daquele país. A mostra inclui nomes consagrados como William Kentridge (já conhecido dos porto-alegrenses por sua participação na Bienal do Mercosul) e David Goldblatt, a jovens expoentes como Dan Halter, Jodi Bieber e Kudzanai Chiunai, passando por Nontsikelelo Veleko, Athi-Patra Ruga e Cameron Platter.

O Triunfo do Contemporâneo – Os 20 anos do MAC-RS
MAC-RS da Casa de Cultura Mário Quintana — Andradas, 736
Até 22 de abril

A mostra O Triunfo do Contemporâneo – 20 Anos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul é uma realização conjunta do MAC-RS com o Santander Cultural. De 7 de março a 22 de abril, 150 obras de 65 artistas da coleção do museu cobrem o grande hall e as galerias térreas numa iniciativa que comemora a trajetória da instituição.O curador da exposição é Gaudêncio Fidelis, fundador e primeiro diretor do MAC–RS. A proposta curatoria de O Triunfo do Contemporâneo utiliza estratégias para constituir novas possibilidades de leitura, recepção, interpretação e associações contextuais que mostram de maneira criativa o potencial dos artistas representados na coleção. Entre as obras selecionadas do acervo do MAC,destacam-se os trabalhos dos artistas: Britto Velho, Carlos Fajardo, Daniel Escobar, Dudi Maia Rosa, Eduardo Haesbaert, Gilda Vogt, Iole de Freitas, Leopoldo Plentz, Lia Menna Barreto, Cibele Vieira, Karin Lambrecht, Fernando Lindote, Marina Camargo, Pablo Lobato, Romanita Disconzi, Tânia Resmini, Sandro Ka, Yuri Firmeza, Mário Röhnelt, Milton Kurtz e Nuno Ramos.

Leonilson – Sob o peso dos meus amores
Fundação Iberê Camargo — Av. Padre Cacique, 2000
Até 3 de junho

Um dos expoentes da arte contemporânea brasileira, o cearense José Leonilson, ganhará uma retrospectiva à altura do seu talento na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Entre 15 de março e 3 de junho de 2012, o museu apresenta a exposição Sob o peso dos meus amores, concebida pelo Itaú Cultural no primeiro semestre de 2011, em São Paulo. Embora as diretrizes da curadoria permaneçam as mesmas, quase um terço das obras que serão expostas em Porto Alegre estava ausente na montagem original. É a primeira mostra de Leonilson com este porte na capital gaúcha, que há mais de três décadas não recebe uma individual do artista. Nesta reedição, a exposição ganha um conjunto de ilustrações realizadas entre 1991 e 1993 para a coluna da jornalista Barbara Gancia no jornal Folha de São Paulo. “São cem desenhos que comentam o cotidiano da cidade de São Paulo, do país e do mundo de forma irônica e com humor”, descreve o cocurador Ricardo Resende, também consultor do Projeto Leonilson e diretor geral do Centro Cultural São Paulo. Parte importante da obra de Leonilson, esses trabalhos contrapõem a ausência de uma instalação na Capela do Morumbi, remontada em seu sítio original em São Paulo, e de outras obras que foram substituídas nesta segunda versão de Sob o peso dos meus amores. (Fonte: Diário Popular, Pelotas).

Metropolitanos – A nova urbanidade em exposição
MAC-RS da Casa de Cultura Mário Quintana — Andradas, 736
Até 15 de abril

O Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS) comemora 20 anos e oferece aos visitantes a oportunidade inédita de conhecer os principais artistas da nova cena urbana do Estado. A exposição, que será realizada de 15 de março a 15 de abril, na Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 – 6° andar), celebra o encontro de 25 artistas gaúchos, de diferentes cidades do RS, que já circularam o mundo com seus trabalhos. O termo urbanidade foi emprestado para localizar estes artistas que se apropriam da cidade para projeção e construção de imagens artísticas. Mais do que uma exposição, Metropolitanos é uma provocação visual, com figuras enigmáticas, formas desconcertantes e traços livres em um lúdico universo de cores e formas, signos que já habitam as paredes das metrópoles, mas, sobretudo, renovam o estilo de ser contemporâneo, ou revelam uma nova urbanidade.

Perplexidade — Pinturas de Jorgeh José Ramos
Hall da Casa de Cultura Mário Quintana — Andradas, 736
Até 31 de março

De 5 a 31 de março, o hall da Ala Leste da Casa de Cultura Mario Quintana abrigará a exposição PERPLEXIDADE, composta por pinturas de Jorgeh José Ramos. Sua obra consiste no retrato de traje carnavalesco, das nossas caras no cotidiano e pode ser conferida de terças a sextas, a partir das 9h; finais de semana e feriados, das 12h e segundas, das 14h, com encerramento sempre às 21h. Diz o artista OrlandoDaSilva: “Circular entre as obras do Jorgeh – é participar no baile de ‘máscaras verdadeiras’, baile de desmascarados. Jorgeh usa tela como peneira. A multidão que passa por ela deixa para trás a falsidade, a pose, a hipocrisia, a polidez. Bagaço fica. O que vai e sai na tela é desprovido de recurso ‘esconderijo, jogo, tapeação, fingimento’. Uma característica de sua pintura é o exagero barroco de formas e cores, um certo tumulto e acúmulo proposital de ‘retratos’ e elementos. Quase que podemos sentir a falta de vacilo no momento de feitio da obra, um despojamento, pinceladas intensas, certeiras que avançam na tela sem deixar nenhum espaço de ‘respiração’.

Laura Teixeira no Museu do Trabalho
Andradas, 230. Até 15 de abril

A artista paulista Laura Teixeira apresenta uma pesquisa acerca de seu trabalho como ilustradora, aproximando-se, de forma direta ou não, ao universo gráfico dos livros. A exposição é o resultado de uma residência de um mês no Museu, período no qual se dedicou a experimentar algumas atividades desenvolvidas em oficinas para crianças e adultos que ministrou nos últimos anos.

Conjuro do Mundo — As Figuras-cesuras de Iberê Camargo
Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000)
Até 6 de maio

Com curadoria de Adolfo Najas, crítico de arte e curador espanhol radicado há anos no Brasil, a mostra destaca o último período do artista, dos anos 1980 até sua morte, em 1994, dando especial atenção para os trabalhos de desenho e técnica mista. Muitas das obras escolhidas por Montejo foram pouco vistas até hoje, e configuram um espaço por vezes surpreendente da produção do artista – nelas, Iberê misturava matérias-primas como guache, grafite, nanquin, lápis stabilotone, pastel seco, pastel oleoso, crayon e até caneta esferográfica, tudo em um mesmo desenho. “Estas obras oferecem uma liberdade estética, um imaginário artístico maior e mais heteróclito do que nas pinturas, sempre muito mais pensadas e demoradas”, argumenta o curador. “Elas têm autonomia estética e apresentam certas liberdades (estruturais e cromáticas), e até um approach mais heterodoxo, que as aproxima, surpreendentemente, de obras de outras gerações mais novas. A quase leveza que respiram estes desenhos contrasta com o desassossego das grandes telas. Este é um ponto nuclear e operativo de minha leitura da obra de Iberê Camargo”, explica. (Fonte: Fundação Iberê Camargo)

Música Erudita

OSPA — Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
2° Concerto Oficial — em homenagem ao Dia Mundial do Autismo
Salão de Atos da UFRGS — Avenida Paulo Gama, 110, Porto Alegre
Dia 3 de abril 20:30

PROGRAMA:
Hector Berlioz: Sinfonia Fantástica, Op. 14
Sergei Rachmaninov: Rhapsodia Sobre um Tema de Paganini, Op.43

REGENTE: Shinik Hahm
SOLISTA: Sergio Monteiro
Ingressos: Ingressos: R$20 (público em geral) e R$10 (estudantes e seniors).

O maestro Shinik Hahm
Música Popular

Ana Prada e XQuinas – gravação do DVD A Ustedes
Teatro CIEE: Rua Dom Pedro II, 861 – 51 33631111
Sexta-feira, dia 30 de março, às 21h — É hoje!

Ana Prada e XQuinas reúnem-se no palco do Teatro CIEE para o show de gravação do DVD A Ustedes. Considerada uma das maiores revelações da música latina nos últimos anos, a “cantautora” uruguaia Ana Prada se une ao grupo de música instrumental XQuinas – Marcelo Corsetti (guitarra e violão), Luke Faro (bateria), Matheus Kleber (acordeom e teclados) e Rodrigo Rheinheimer (contrabaixo) – com a proposta de celebrar influências jazzísticas com referências na música regional do sul do Brasil, em particular, e no sul da América em geral. A Pecadora se junta às feras do jazz local numa noite que promete ser antológica e que vai servir de mote a um DVD ao vivo, A Ustedes, com direção de Rene Goya Filho. O show contará com a participação especial da cantora gaúcha Gisele De Santi – premiada na categoria Revelação do Prêmio Açorianos de Música 2010.

ANA PRADA
Cantora e compositora natural de Paysandú (Uruguai), é considerada uma agradável revelação da música latina contemporânea. Tem dois CDs solo lançados: Soy Sola e Soy Pecadora. Tem se apresentado com sucesso pelos principais palcos da América do Sul e Espanha, e seus clipes estão na programação da MTV Brasil, França, Austrália e Inglaterra. Em seu país natal, é tão festejada que recebeu da mídia uma expressão associativa: Anapradismo. É prima dos irmãos Jorge e Daniel Drexler, com quem já colaborou e dividiu o palco inúmeras vezes.

XQUINAS
Referência de música instrumental no RS, o grupo formado em 2001 possui sete álbuns lançados e um DVD, e seus integrantes – Marcelo Corsetti (guitarra e violão), Luke Faro (bateria), Matheus Kleber (acordeom e teclados) e Carlos D´Elia (contrabaixo) – já tocaram ao lado de importantes músicos do Rio Grande do Sul e do Brasil, como Vitor Ramil, Bebeto Alves, Marcelo Delacroix, Vanessa Longoni, Adriana Deffenti, entre tantos.

Quanto: Ingresso na hora R$ 40,00 | Ingresso antecipado R$ 35,00
Local de venda antecipada: Zelig Bar e Restaurante (Rua Sarmento Leite, 1086 – 51. 3286.5612) e tele-entrega (51) 9327.0222

Teatro

Os Altruístas, de Nicky Silver, com direção de Guilherme Weber
Sexta e sábado às 21h, e domingo, às 18h
No Theatro São Pedro, Praça da Matriz, s/n

As produções globais que chegam à Porto Alegre — e principalmente ao Theatro São Pedro — costumam ser uma porcaria, mas este Os Altruístas é uma exceção. A peça foca a vida de um grupo de jovens radicais que vivem seus dias entre passeatas, discussões, manifestações de cunho social e ócio. Eles são bancados pela famosa atriz de TV Sydney, interpretada por Mariana Ximenes, que pela primeira vez é a produtora do espetáculo. O autor Nick Silver — também autor de Pterodáctilos , já apresentada em Porto Alegre — costuma pôr seus personagens em situações-limite. Assim como em Pterodátilos em que ele mostra um núcleo familiar desestruturado, sem amor, valores e princípios. Aqui ele subverte o conceito de altruísmo. Ao invés do amor ao próximo, o grupo de jovens radicais que diz lutar pelo bem da coletividade, são extremamente auto-centrados, egoístas, violentos e anti-éticos. Com Mariana Ximenes, Kiko Mascarenhas, Jonathan Haagensen, Miguel Thiré e Stella Rabello.

A Bilha Quebrada, de Heinrich von Kleist, com direção de Clóvis Massa
Sexta, sábado e domingo, às 21h
Na sala Carlos Carvalho da CCMQ, Andradas, 736

Esta peça é maravilhosa e indicamos fortemente mesmo sem conhecer a montagem gaúcha. Foi escrita pelo genial poeta, romancista, dramaturgo e contista alemão Heinrich von Kleist (1777-1811). A Bilha Quebrada estreou em 1808 em Weimar (Alemanha) com direção de ninguém menos do que Goethe. Em Porto Alegre, no início dos anos 1960, foi montada com muito sucesso, com a direção de Linneu Dias e elenco em que se destacavam Cláudio Heemann e Lilian Lemmertz. A ação da peça se passa no tribunal do juiz Adão, na aldeia holandesa de Huisum, onde Dona Marta se queixa que uma bilha (ou seja, um jarro) foi quebrado na noite anterior, quando sua filha Eva foi surpreendida com um homem em seu quarto em plena madrugada. Enquanto acusa o noivo da jovem, o camponês Ruprecht, sob a presença austera do desembargador Walter, vindo de Utrecht, à medida que o julgamento ocorre, fica claro que outro homem, também presente no tribunal, é o verdadeiro culpado pelo estrago. Com Luciano Pieper, Renata Teixeira, Marcello Crawshaw, Cláudia Lewis, Larissa Tavares, Marcelo Mertins e Ariane Mendes. Ingressos a R$ 20,00.

Foto: Julio Appel / Divulgação

(In)acabada
Sala A2B2 na Casa de Cultura Mario Quintana, Andradas. 736
Sexta, sábado e domingo, às 20. Até 31/3.

Com direção de Alexandre Vargas, o espetáculo tem número de espectadores limitado a 12. (In)Acabada trata-se de uma peça dentro da peça, narrada por um cadáver. O espetáculo se estrutura numa prosa de aparência desalinhada e quebrada, que evidencia e valoriza ações que despertam imagens claras de associações. Tem contorno experimental, onde o texto se desdobra em camadas narrativas e inacabadas. Na cena está presente, entre espectador e ator, uma interrupção que provoca um tipo de percepção que faz com que o público tenha que relativizar constantemente o que está vendo. A cenografia é inspirada na obra do artista Alex Flemming, um cenário doméstico com rendimento trágico, ridículo e poético que não hesita em servir-se de elementos plásticos e verbais como a foto, o grafismo e o poema. Os ingressos custam R$ 10,00. (Vera Pinto – Asscom Sedac)

Inimigos de Classe
Sala Álavro Moreyra, Erico Verissimo, 307
Sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h. Até 22/4.

Livre adaptação de Luciano Alabarse para o texto de Nigel Williams que narra a história de um aluno de uma escola pública que havia atirado em uma professora e depois cometido o suicídio. O espetáculo é focado na falência do sistema educacional e no complexo universo dos alunos marginalizados. Realista, aposta suas fichas na construção dos personagens, todos alunos de periferia, seus códigos de comportamento, suas dificuldades de integração com o grupo. A verossimilhança com os adolescentes contemporâneos é proposital e necessária, para que os discursos dos alunos não sejam exercícios de literatura e sim linguagem de uma classe estigmatizada e com problemas. Nas sextas-feiras haverá debates com profissionais da SPPA – Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, logo após a apresentação. Com Marcelo Adams, Fabrizio Gorziza, Gustavo Sussin e Fernando Zugno.


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