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9 de março de 2012
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18:03

Grupos anti-governo crescem 755% nos EUA durante crise, aponta relatório

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Sul 21
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Grupos de ódio, como a Ku Klux Klan e suas ramificações, chegaram a 1018 nos EUA; maior crescimento é das milícias anti-governo | Foto: Arete13 / Flickr

Da Redação

Um relatório do grupo norte-americano Southern Poverty Law Center mostra um crescimento acentuado dos chamados “grupos do ódio” e de organizações anti-governo nos EUA. De acordo com o estudo, a maior explosão se verifica no chamado movimento patriótico, que enxerga o governo norte-americano como um inimigo que deve ser derrubado. De acordo com o órgão, o aumento dos anti-governo alcança 755% entre 2008 e 2011 – período que coincide com a crise econômica internacional, de forte efeito sobre a sociedade dos EUA.

Fenômeno de características milicianas e localizado em zonas rurais, o movimento patriótico alcançou sua maior exposição com o ataque de Timothy McVeigh em Oklahoma, que provocou 168 mortes em 1996. A partir dali, o movimento entrou em queda, chegando ao patamar de 149 grupos em 2008. No últimos anos, porém, as milícias patrióticas passaram para 512 em 2009, 824 em 2010 e alçaram em 2011 o número de 1.274 núcleos.

Ainda segundo o relatório, os EUA contavam em 2010 um total de 1002 ‘grupos de ódio’, entre agrupamentos racistas, nazistas, separatistas negros e neo-confederados. No ano passado, esses grupos atingiram um número estimado em 1018 organizações. É uma oscilação pequena, mas que mantém uma tendência de crescimento observada desde 2000, quando o relatório aponta 620 grupos do tipo no país.

De acordo com Mark Potok, editor do relatório, é difícil dizer com certeza quantas pessoas estão engajadas em ‘grupos de ódio’ ou em milícias anti-governo, mas estima-se que esteja entre 200 mil e 300 mil. O centro também acredita que outros 300 mil se auto-intitulam “cidadãos soberanos”, recusando-se a cumprir a maioria das leis, a pagar impostos e até mesmo obter documentos de identificação, como carteiras de motorista. Os “cidadãos soberanos” são vistos pelo relatório como um subgrupo patriótico.

O relatório aponta a recessão econômica dos EUA e a eleição do presidente Barack Obama, primeiro negro a ocupar a Casa Branca, como fatores decisivos para o aumento dos grupos extremistas no país. As medidas de salvamento adotadas junto aos setores bancário e automobilístico, além das acusações não-confirmadas de que Barack Obama não seria um cidadão norte-americano de fato, serviram como uma espécie de base racional para esses grupos, de acordo com o Southern Poverty Law Center. A campanha eleitoral norte-americana deste ano pode “ser combustível para o fogo”, segundo Mark Potok. De acordo com ele, os grupos de ódio abominam Obama e a possibilidade de sua reeleição é vista como “um show de horror” por eles.

Com informações de Southern Poverty Law Center, Reuters e THV2.com


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