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27 de fevereiro de 2012
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20:28

Partidos da oposição ensaiam bloco para eleição em Porto Alegre

Por
Sul 21
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Almoço reuniu pré-candidatos de PSDB e DEM à prefeitura de Porto Alegre, além de representantes de PMDB e PP | Foto: Nabor Goulart/Ag.Freelancer

Rachel Duarte

Mais um passo foi dado na consolidação do bloco para contrabalancear a disputa à Prefeitura de Porto Alegre nesta segunda-feira (27). Em almoço na churrascaria Santo Antonio, no bairro Moinhos de Vento, os pré-candidatos a Prefeitura de Porto Alegre deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB) e deputado estadual Paulo Borges (DEM) selaram união entre as siglas e dialogaram com os presidentes Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Celso Bernardi (PP-RS). Na ocasião, ficou acordado um pacto de unidade entre as bancadas oposicionistas ao governo Tarso Genro no legislativo gaúcho. Os partidos querem imprimir força para tentar equilibrar o debate na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, investindo nos temas que consideram pontos frágeis do governo, como a dívida pública e o piso do magistério.

“Algumas bancadas já trabalham juntas em alguns temas. Estamos tentando unificar o discurso, mantendo a independência de cada partido, mas consolidando algumas posições”, disse Nelson Marchezan Jr. Como representante da pré-candidatura tucana, o parlamentar disse que o que existe de concreto é o seu nome pelo PSDB e o nome do deputado estadual Paulo Borges, pelo Democratas. “E existe a possibilidade destes dois partidos estarem juntos com o PMDB em Porto Alegre”, projetou. Sem admitir o desenho dos cenários ou qualquer fórmula de coligação que efetive o bloco na capital, Marchezan Jr. disse que a unidade está formada apenas no âmbito das bancadas. “Estamos juntos na AL. Se possível, manteremos esta unidade por mais tempo depois, pensando nas eleições de 2014”, disse.

No exercício da oposição no legislativo, o deputado estadual Paulo Borges disse que “a união dos partidos de oposição ao executivo é fundamental para que possa haver a análise equilibrada das leis que impactam na vida dos cidadãos gaúchos”.  Se afirmando como crítico ferrenho da estratégia do governador Tarso Genro em enviar projetos em regime de urgência, o deputado democrata diz que a medida enfraquece o debate na Casa. “Segundo um levantamento interno, de cada quatro projetos que Tarso Genro encaminhou à AL em 2011, três vieram com pedido de urgência. Isso engessa o parlamento. Como deputado da oposição, espero que esse jeito de governar mude em 2012, já que o partido do governador sempre usou como bandeira política a defesa do debate democrático”, critica.

Bloco unido até 2013

“Com relação às eleições municipais, o DEM e o PSDB já decidiram que vão estar juntos em 2012, por que acreditam na força da aliança dos dois partidos, que já é histórica”, reforçou o deputado Paulo Borges (DEM). Ainda sem confirmar nomes, mesmo porque pode haver ampliação do leque de alianças da oposição, o deputado democrata diz que “a dobradinha DEM-PSDB já é uma opção ao eleitorado que não concorda com a gestão do grupo que governa a capital gaúcha há 24 anos”.

“Estamos em aberto. Se tivermos candidatura, pensamos as alianças de uma forma. Se não tivermos, de outra. Mas não decidimos nada", disse Ibsen Pinheiro | Foto: Nabor Goulart/Ag.Freelancer

O presidente do PP, Celso Bernardi, que já considera a pré-candidatura da senadora Ana Amélia Lemos ao Palácio Piratini nas próximas eleições estaduais, diz que a posição que os progressistas adotarem na eleição municipal pode não estar relacionada com a disputa dos próximos dois anos. “Nossa posição em Porto Alegre é muito clara. Estamos debatendo com dois candidatos: Manuela (D´Ávila, PcdoB) e (José) Fortunati (PDT). Manteremos uma unidade no bloco até onde for possível. Queremos manter até 2013”, fala.

O PP discute internamente os rumos para a disputa em Porto Alegre e deverá bater o martelo no dia 30 de março, diz Bernardi. Segundo o presidente progressista, a plataforma que está sendo trabalhada pode ser apresentada para os demais partidos interessados em aliança, como o DEM e o PSDB, mas o pactuado até o momento é apenas cobrar o governo gaúcho. “Primeiro vem a crítica ao governo Tarso. Segundo tentar manter unidade para 2014”, afirma.

Quanto a ter candidatura própria ou manter o apoio à reeleição de José Fortunati (PDT), o PMDB tomará decisão em nível municipal, garante o presidente Ibsen Pinheiro. “Estamos em aberto. Se tivermos candidatura, pensamos as alianças de uma forma. Se não tivermos, de outra. Mas não decidimos nada. A instância municipal que irá decidir”, falou. Ibsen disse que não irá opinar sobre seu nome como pré-candidato do partido ou mesmo na manutenção da presidência da sigla, para não influenciar o processo interno do PMDB. “Temos muitas definições. Conversar sobre política não tem limites, mas temos que respeitar as decisões da executiva municipal”, resumiu.

O presidente do PMDB gaúcho disse que ficou combinada uma nova reunião para o dia 26 de março entre os dirigentes que almoçaram nesta segunda. Outro encontro foi acordado para reunir os líderes de bancada e dos cinco partidos de oposição no legislativo gaúcho. “Será no próximo dia 12. Nos grandes temas de relevância que há questionamento das bancadas ao governo, precisamos de mais força”, destacou.


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