Um dia, muito tempo atrás, Paul McCartney dialogou com o futuro — e nesse diálogo foi um dos principais artífices da música que se seguiria.
Além disso, sem medo de errar, pode-se dizer que ele foi um dos melhores cantores da era de ouro do rock. Versátil, capaz de gravar na mesma sessão uma balada como Yesterday e um rocker à la Little Richard como I’m Down. Não tinha a emoção de um Lennon, nem conseguia transmitir a verdade que ele passava; mas ia facilmente a extremos que poucos outros conseguiam.
Os anos passaram, muitos anos, e de uns tempos para cá ele vem se contentando em fazer música — muitas vezes muito boa, por sinal; seus últimos lançamentos não fazem vergonha a um ancião com mais de 40 discos nas costas (comentários sobre eles foram feitos aqui e aqui). Por outro lado, sua voz acabou há muitos anos; McCartney já não é capaz de chegar aos agudos que atingia nos anos 60, até mesmo nos 80; e desenvolveu vícios que o tornam, em alguns momentos, quase brega.