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29 de fevereiro de 2012
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17:45

Coreia do Norte aceita suspender programa nuclear em troca de alimentos

Por
Sul 21
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Da Redação

A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (29) a suspensão de seu programa nuclear em troca de um pacote de 240 mil toneladas de alimentos dos Estados Unidos. Segundo o acordo, estão suspensos o enriquecimento de urânio e os testes de armas nucleares como, por exemplo, os mísseis de longo alcance. Além disso, a Coreia do Norte também autorizará a visita e o monitoramento de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para a desativação do reator nuclear norte-coreano de Yongbyon.

O Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte confirmou o acordo em comunicado, destacando que as negociações com as autoridades dos Estados Unidos “ofereceram um espaço para uma discussão sincera e profunda de medidas para a construção e o progresso de uma relação de confiança”.

Em outro comunicado, o Departamento de Estado dos EUA qualificou o acordo como um progresso “importante, mesmo que limitado”. “Os Estados Unidos continuam a ter profunda preocupação com o comportamento da Coreia do Norte em diversas áreas. Mas o anúncio de hoje reflete um progresso importante, mesmo que limitado, nessas questões”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

Em troca das concessões norte-coreanas, os Estados Unidos estariam “preparados para melhorar as relações bilaterais, no espírito de respeito mútuo pela soberania e igualdade”, além de incentivar o intercâmbio cultural, educacional e esportivo com os norte-coreanos. Uma reunião para acertar os detalhes da ajuda alimentar será realizada entre EUA e Coreia do Norte na próxima semana.

Segundo o jornal New York Times, o governo Obama se recusou a admitir oficialmente que a ajuda alimentar estaria envolvida com as negociações, e que a doação teria fins puramente humanitários, o que foi desmentido pelas autoridades norte-coreanas. O anúncio ocorre apenas dois meses depois da morte do ex-líder Kim Jong-il, que foi sucedido pelo seu filho, Kim Jong-un.

Clima de tensão na região

No domingo (26), Coreia do Sul e os Estados Unidos deram início a um de seus maiores exercícios militares anuais em território sul-coreano apesar das ameaças da Coreia do Norte, que declarou que seu povo e seu Exército estariam “preparados para uma guerra” contra os dois países. Cerca de 200 mil soldados sul-coreanos e 2.900 americanos participarão, até 9 de março, de uma série de simulações “de natureza defensiva”.

Através de sua imprensa estatal, Pyongyang qualificou as manobras dos aliados como “uma violação imperdoável à soberania e à dignidade” da Coreia do Norte, que “está em período de luto” correspondente aos cem dias posteriores à morte do líder Kim Jong-il.

A agência KCNA acrescentou que “o Exército e o povo” norte-coreanos “estão plenamente preparados para lutar em uma guerra” contra a Coreia do Sul e os EUA. No sábado (25), Pyongyang havia ameaçado começar uma “guerra santa” devido ao exercício dos aliados, que segundo o regime comunista representa uma “provocação”.

Com informações do Opera Mundi e Folha de S. Paulo


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