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2 de janeiro de 2012
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20:59

Michels promete acabar com superlotação das cadeias até final do mandato

Por
Sul 21
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Bruno Alencastro/Sul21
Airton Michels garante que, até o fim do governo, o Presídio Central vai atender a demanda dos presos de forma provisória, sem superlotação | Foto: Bruno Alencastro/Sul21

Rachel Duarte

No primeiro dia útil de 2012, o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels, fez uma declaração contundente a respeito da sua gestão à frente da pasta durante o programa Conexão Band, programa de entrevista coletiva na Rádio Bandeirantes. “Vamos ter até o final do governo Tarso o Presídio Central como um presídio provisório para atender a demanda dos presos, sem superlotação”, garantiu ao responder as soluções do atual governo para reduzir o déficit no sistema carcerário gaúcho. O secretário garantiu também que, até março, 1,7 mil novas vagas serão disponibilizadas nas casas prisionais para reduzir emergencialmente a superlotação.

Michels foi diretor do Departamento Nacional Penitenciário (Depen) antes de assumir o cargo no governo estadual, em 2010. Como secretário, disse que a meta é diminuir o número de presos nas cadeias e não aumentar o número de vagas. “Eu não gosto de pessoalizar o meu cargo, mas eu não seria secretário se não conseguisse enfrentar o problema central da segurança”, afirmou.

O prazo inicial da entrega das novas vagas era até o dia 31 de dezembro de 2010 , mas foi prorrogada até março deste ano. Na época do anúncio da primeira data, o secretário adjunto de Segurança Pública, Juarez Pinheiro declarou publicamente, em tom de brincadeira, que colocaria o cargo à disposição caso a meta não fosse alcançada. Nesta segunda-feira, Michels afirmou que instabilidade política sempre existe diante de funções públicas, mas afastou qualquer risco de demissão na pasta. “As metas são até o final do governo, se eu até lá continuar. Todo cargo político é instável. Mas eu pretendo continuar”, disse.

Anaclara Britto/Sul21
Contrado da PPP firmada entre prefeitura de Canoas e governo Yeda era "despautério público", diz Michels | Foto: Anaclara Britto/Sul21

Sobre a construção do Complexo Prisional em Canoas, anunciado há dois anos, Michels disse que a Parceria Público Privada firmada entre o prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PT) e a ex- governadora Yeda Crusius (PSDB) “era um despautério público”. Segundo ele, as mudanças feitas no ano passado adequaram a proposta e o novo presídio deve sair em 2012. “Como estava, iria dobrar os gastos da Susepe com apenas esta casa. Não sei qual o cálculo que se fez. Tivemos que refazer estes projetos. Não temos preconceito com PPP, mas todas as que eu vi até hoje deixam o ônus com o estado e enriquecem as empresas. Não vamos deixar empresas enriquecerem às custas das cadeias”, declarou sem precisar a data para construir o presídio de Canoas.

Aumento de 8% para os delegados

Nesta terça-feira (03), o governo irá se reunir com a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep) para voltar a negociar a política salarial para reajuste da categoria. Os delegados cobram o princípio da isonomia e uma equiparação aos valores concedidos aos procuradores de justiça. Segundo Michels, a oferta deverá ser próxima a 8% de aumento, levando em conta as limitações do estado. “Vamos manter o que já propusemos e esperar uma contraproposta. A história salarial dos delegados tem altos e baixos. Por algum tempo eles tiveram a semelhança de vencimentos com procuradores, mas buscamos um acordo político e administrativo”, falou.

O secretário disse que está ciente do efeito cascata das propostas salariais. “Estamos cientes que teremos que atender a categoria de comissários, agentes, e na BM, dos tenentes e sargentos. Por isso, temos que trabalhar com isso de forma cautelosa. O governo tem consciência disso e os delegados também”.


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