Umberto Eco, guru querido que completa 80 anos, marcou meus tempos de faculdade com um livro, Apocalípticos e Integrados, em que dividia os teóricos entre os que viam na chamada cultura de massas um desastre diluidor e alienante, nocivo às liberdades e à riqueza da experiência dos indivíduos, e os que saudavam eufóricos as novas tecnologias e novas formas de produção da cultura. Bons tempos, em que era tão fácil dividr os grupos.
Hoje, a voz dominante, à esquerda e à direita, é a que comemora a força das redes sociais na Primavera Árabe _ não importa se as revoltas foram massacradas em países como o Bahrein, a Líbia se viu engolfada em uma disputa de tribos e, enquanto pedem pena de morte para o ex-ditador Hosni Mubarack, os mesmos militares que serviram a ele controlam o poder no Egito e já mataram uns democratas que insistiam em ficar na praça.