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6 de dezembro de 2011
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13:18

Indignados de Londres ocupam três prédios abandonados

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Sul 21
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Indignados de Londres ocupam três prédios abandonados
Indignados de Londres ocupam três prédios abandonados
Integrantes do Occupy LSX ocupa três prédios abandonados de um grande banco suiço | Foto :Roberto Almeida/Opera Mundi

Da Redação

Se por um lado, o Occupy Wall Street vem sofrendo represálias por parte do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, do outro lado do oceano, o movimento inglês Occupy LSX (Ocupe a Bolsa de Londres), conseguiu uma proeza mais do que simbólica. Os manifestantes tomaram há cerca de uma semana três prédios desocupados do maior banco da Suíça, o UBS, no coração financeiro londrino. Logo estenderam uma faixa e fundaram ali o Bank of Ideas, um quartel general para o movimento e um projeto de centro comunitário.

O Bank of Ideas fica no número 29 da Sun Street, um antigo prédio de quatro andares no coração financeiro da cidade. Ele contrasta com a fachada suntuosa da sede do UBS em Londres, que funciona normalmente do outro lado da rua. O prédio ocupado tem eletricidade em alguns andares e internet wi-fi, mas as salas do térreo ainda estão sendo adaptadas.

Uma delas é para o credenciamento de imprensa e a outra é um pequeno auditório para receber palestrantes. Já discursaram para o Occupy LSX teóricos como o economista Massimo De Angelis, da University of East London, e o antropólogo David Harvey, da City University of New York. A ideia é atrair outros nomes da academia para palestras. Segundo os ocupantes, há ainda um projeto para abrigar o Centro da Juventude de Hackney, distrito mais pobre de Londres, além de outros projetos na mesma linha.

De acordo com Bryn Phillips, que trabalhou durante anos como relações públicas e hoje é porta-voz do Bank of Ideas,”hoje somos os moradores desse prédio. Não arrombamos. A porta estava aberta e entramos. Aliás, seria uma grande bobagem se não entrássemos. Temos esse direito, está na lei”.

Os ocupantes do prédio, a propósito, não se definem como tal. Na verdade, eles rejeitam o termo e tentam se descolar do Occupy LSX. O grupo se autodenomina “squatters”, termo jurídico que os protege de uma ação da polícia ou de um despejo. A base para o “squatting” é que a propriedade esteja desocupada e em desuso – caso do prédio do UBS.

“O que nós temos não é uma questão política. Nós temos um problema civil com o banco suiço”, anota o porta-voz. Um projeto de lei que tramita no parlamento inglês tenta criminalizar o “squatting”, mas ainda está longe de ser aprovado. Por isso, o Bank of Ideas comemora uma possível vida longa. E avisa, em um cartaz colado em uma das janelas do prédio: “Nós moramos nessa propriedade, ela é nossa casa e pretendemos ficar aqui”; “Há sempre uma pessoa dentro do edifício”; e “Se você tentar entrar com violência iremos processá-lo em até 5 mil libras esterlinas”.

Ao todo, 19 pessoas se revezam vigiando o prédio recém-ocupado. Há um porteiro a postos, com um olho na TV, que recebe o sinal de uma câmera de segurança. O edifício fica aberto ao público das 9h30 às 22h. Pelo menos duas pessoas dormem ali, para garantir o “squatting”.

Com informações do Opera Mundi


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