Últimas Notícias > Geral > Noticias
|
19 de dezembro de 2011
|
17:35

Em decisão liminar, ministro do STF esvazia poderes do CNJ

Por
Sul 21
[email protected]
Em decisão liminar, ministro do STF esvazia poderes do CNJ
Em decisão liminar, ministro do STF esvazia poderes do CNJ
Decisão liminar de Marco Aurélio Mello prejudica abertura de novos processos no CNJ | Foto: Gervásio Baptista

Da Redação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, suspendeu nesta segunda-feira (19) o poder “originário” de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra magistrados. A liminar determina que o órgão só poderá atuar após as corregedorias locais. Até a primeira sessão de 2012, em fevereiro, as funções da corregedoria do CNJ estarão esvaziadas.

A liminar vai ter impacto naquelas investigações que tiveram início diretamente no conselho, antes que tenham sido analisadas nas corregedorias dos tribunais onde os juízes investigados atuam.

Em outras palavras, o que não pode é iniciar uma investigação do zero, fato permitido em resolução do CNJ, editada em julho deste ano, padronizando a forma como o conselho investiga, mas que foi questionada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).

“A solução de eventual controvérsia entre as atribuições do Conselho e as dos tribunais não ocorre com a simples prevalência do primeiro, na medida em que a competência do segundo também é prevista na Constituição da República”, diz o ministro em sua decisão. “A atuação legítima, contudo, exige a observância da autonomia político-administrativa dos tribunais, enquanto instituições dotadas de capacidade autoadministrativa e disciplinar.”

Foi exatamente este assunto que colocou em lados opostos o presidente do CNJ, ministro Cezar Peluso, e sua corregedora, Eliana Calmon. O primeiro defendia exatamente a função subsidiária do conselho, enquanto a última afirmava ser fundamental a atuação “concorrente” e “originária”. Calmon chegou a dizer que o esvaziamento dos poderes do CNJ abriria espaço para os chamados “bandidos de toga”.

A ação da AMB está na pauta do STF desde o início de setembro, mas os ministros preferiram não analisar o tema, exatamente por conta desta polêmica. Como a última sessão do ano aconteceu durante a manhã e os ministros só voltam a se reunir em fevereiro, Marco Aurélio decidiu analisar sozinho uma série de pedidos feitos pela AMB.

Com informações da Folha de S. Paulo


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora