Apesar de uma pequena melhora em 2009, continua alta a concentração da renda em alguns municípios brasileiros, revela a pesquisa Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios 2005-2009, divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A renda gerada por apenas cinco municípios brasileiros correspondeu a 25% da renda gerada no país em 2009. Eles são liderados por São Paulo, com 12% do PIB nacional, seguido pelo Rio de Janeiro (5,4%), por Brasília (4,1%), Curitiba e Belo Horizonte, ambos com 1,4% cada. Somente a renda de São Paulo equivale a quase o PIB gerado por toda a Região Nordeste em 2009 (13,5%).
Excluindo as capitais, 12 cidades brasileiras destacaram-se em 2009 porque geraram, individualmente, mais do que 0,5% do PIB do país. Entre elas estão Guarulhos, Campinas e Osasco, em São Paulo, todas com geração de renda equivalente a 1% do PIB geral.
Tomando por base a média dos 10% dos municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB), observa-se que eles geraram 95,4 vezes mais renda do que a média de 60% das cidades com menor PIB.
Isso mostra a grande concentração existente na geração de renda no país, acentuou a gerente da pesquisa do IBGE, Sheila Zani. “Poucos municípios geram muita coisa”. De acordo com a pesquisa do IBGE, em 2009, 1.302 municípios que concentravam 3,3% da população, geraram apenas 1% do PIB nacional, com maior predominância nas regiões Nordeste e Norte.
Município baiano apresenta o maior PIB per capita do país em 2009
O maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita, isto é, por habitante, no Brasil foi apresentado em 2009 pelo município de São Francisco do Conde, na Bahia. O PIB per capita anual desse município totalizou R$ 360.815,83. Seguem-se Porto Real (RJ), com PIB por habitante de R$ 215.506,46, Triunfo (RS), com R$ 211.964,79, e Confins (MG), com R$ 187.402,18 por ano.
Sheila Zani informou que o PIB per capita nacional, em 2009, foi R$ 16.917,66. Em metade dos municípios brasileiros, o PIB per capita era inferior a R$ 8.394,97, o que confirma a distribuição irregular da renda.
O menor PIB por habitante no ano de 2009, equivalente a R$ 1.929,97, foi encontrado no município de São Vicente Ferrer (MA), cuja atividade principal é a agropecuária. “Em 2009, por causa das chuvas, praticamente acabou a produção de mandioca”. O município teve perda de 77,6% da quantidade produzida e de 83,4% do valor bruto de produção daquela raiz.
A pesquisa mostra ainda que metade dos municípios com menor PIB per capita foi encontrada na Região Nordeste. A pesquisa aponta que 96% dos municípios do Piauí, Ceará e da Paraíba têm PIB por habitante menor do que esse valor.
Considerando as capitais, o maior PIB per capita foi apurado em 2009 em Vitória (ES), R$ 61.790,59. O segundo foi encontrado em Brasília (R$ 50.438,46). Seguem-se São Paulo, com R$ 35.271,93, o Rio de Janeiro (R$ 28.405,95) e Porto Alegre (R$ 26.312,45).
A pesquisa do IBGE constata também que 1.968 municípios brasileiros, equivalentes a 35,4% do total, apresentavam mais de um terço da economia dependente da máquina pública administrativa. Os destaques são Uiramutã/RR (80%) e Areia de Baraúnas/PB (71,4%).
Com informações da Agência Brasil