Da Redação
Na próxima segunda-feira (28), a política de cotas estará em debate na Procuradoria Geral do Rio Grande do Sul. Um dos palestrantes será o juiz federal Roger Raupp Rios, atuante na área dos direitos sexuais e “antidiscriminatórios”. Segundo ele, apesar de gerar polêmica na sociedade, as cotas não são novidade. “Existe cotas desde a década de 20 do século passado. No Brasil, depois da Constituição de 88 previu-se cotas, principalmente para pessoas com deficiência”, fala.
“Antes das cotas, Brasil tinha menos negros nas universidades do que a África do Sul no Apartheid”
O juiz federal defende que especialmente para o público homossexual, não há necessidade de cotas, uma vez que não se tratam de pessoas sem acesso e sim, na maioria das vezes, discriminadas moralmente. “Tem um estudo da Unesco que mostra que antes da reserva de vagas tínhamos menos negros do que a África do Sul em tempos de Apartheid na universidade”, disse.
No seu comentário, o cientista político e diretor executivo do Sul21 Benedito Tadeu César comenta a sanção dos projetos de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade e a Lei Geral de Acesso às Informações Públicas. Ele afirma que, mesmo sendo fundamental para recuperar a memória das vítimas da ditadura militar, a Comissão Nacional da Verdade não é como a de outros países. “Nestes países que também tiveram ditaduras, houve uma revisão da Lei de Anistia para punição dos torturadores”, afirma.
Benedito Tadeu César analisa sanção da Comissão da Verdade
Assista o comentário de Benedito Tadeu César sobre a sanção da Comissão da Verdade e Lei de Acesso à Informação, definida na semana passada pela presidenta Dilma Rousseff.