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11 de novembro de 2011
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08:30

Estudantes alegam arbitrariedade em eleição no Direito da PUCRS

Por
Sul 21
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Estudantes alegam arbitrariedade em eleição no Direito da PUCRS
Estudantes alegam arbitrariedade em eleição no Direito da PUCRS
“Nunca ocorreram eleições e agora fizeram um processo com uma falsa aparência de democracia”, acusa líder da chapa que foi impedida de concorrer | Foto: Wikimedia Commons

Samir Oliveira

Cinco meses após as denúncias de irregularidades nas eleições do DCE da PUCRS, outra acusação ecoa na vida estudantil da universidade. Dessa vez, no pleito do Centro Acadêmico Maurício Cardoso (CAMC), da Faculdade de Direito. A Chapa 2 (Reiventiar o CAMC – Oposição) alega que foi impedida de forma arbitrária de participar do processo eleitoral. A presidente do grupo, Gabriela Tremarin, do 7º semestre, diz que a inscrição de sua chapa não foi homologada pela Comissão Eleitoral do centro acadêmico e a eleição acabou sendo decidida sem votação dos estudantes.

“Nunca ocorreram eleições e agora fizeram um processo com uma falsa aparência de democracia”, critica, ressaltando que o presidente da Comissão Eleitoral – que fiscaliza e gere todo o processo – é o mesmo que preside do CAMC: o estudante Adriano Weinmann.

Ela explica que sua chapa cumpriu todos os requisitos do edital que convocou as eleições, dentre eles o de ter 20 integrantes e representantes de todos os semestres do curso. “É patético, exigiram até que a chapa tivesse um departamento religioso e um representante do campus da Zona Norte, que nem existe mais”, relata.

Gabriela diz que Adriano deixou para dar o resultado da inscrição da Chapa 2 na terça-feira (8), último dia para que as concorrentes fizessem campanha – na quarta-feira (9) e na quinta-feira (10) já seria a votação. “Nos inscrevemos na sexta-feira (4) e ele disse que me avisaria sobre a homologação ou o indeferimento no sábado. Depois disse que o resultado sairia na terça. Nos reunimos lá para esperá-lo no CAMC, havia mais de 40 pessoas, e ele disse para todos saírem para que a Comissão Eleitoral pudesse se reunir”, conta a estudante.

Impugnação por suposta irregularidade em matrícula

Em seguida, de acordo com Gabriela, Adriano se dirigiu à sede da OAB-RS, pois ele alegava que um representante da entidade estava acompanhando o processo eleitoral. Ainda sem saber o resultado da inscrição de sua chapa, Gabriela foi chamada para se reunir a sós com Adriano e o representante da OAB-RS na sede da Ordem. “Não havia representante coisa nenhuma. E lá ele me comunicou que a nossa chapa havia sido impugnada.”

De acordo com ela, a impgunação se baseou numa suposta irregularidade no atestado de matrícula de Tábata Silveira. No documento, fornecido, carimbado e assinado pela PUCRS, consta que a aluna está no 6º semestre. Mas a Comissão Eleitoral alega ter a informação de que ela estaria no 7º semestre.

Para Gabriela, a controvérsia sugere interferência da PUCRS no processo eleitoral. Isso porque Tábata é alvo de uma sindicância interna na universidade por ter participado de um movimento que acampou em frente ao DCE no primeiro semestre desse ano. E trancou algumas cadeiras no início do segundo semestre – com o aval da PUCRS.
Mas a Comissão Eleitoral alega que no regimento da PUCRS há um artigo que proíbe que os alunos sob sindicância interna de trancarem cadeiras.

“A universidade permitiu que ela trancasse as cadeiras, mesmo estando sob sindicância. Então a PUCRS desrespeitou seu próprio regimento”, denuncia Gabriela.
Como a Chapa 2 foi impugnada e a Chapa 3, intitulada O movimento é sexy mas é comprometido, também estava irregular, a Chapa 1 acabou vencendo as eleições sem a necessidade de os alunos votarem. De acordo com as regras da eleição, se há apenas uma chapa inscrita, a vitória ocorre por aclamação.

Atualmente, o CAMC permanece fechado, pois a direção alega que os integrantes da Chapa 2 vandalizaram as dependências do centro acadêmico. “Nos acusam se ser vândalos, anarquistas, partidários. Não quebramos nem depredamos nada, só algumas pessoas pintaram as paredes com palavras de ordem”, esclarece Gabriela.

Atual presidente do CAMC se negou a falar com o Sul21

Após ouvir o relato de Gabriela Tremarin, presidente da Chapa 2, a reportagem do Sul21 entrou em contato com o presidente do Centro Acadêmico Maurício Cardoso (CAMC), da Faculdade de Direito da PUCRS, Adriano Weinmann, para ouvir a sua versão dos fatos. Mas ele se negou a conversar, alegrando que “o Sul21 é tendencioso”.

“Já distorceram minhas palavras em outra ocasião. Não falarei mais com vocês”, disse o aluno, que se recusou a conversar mesmo após saber que a entrevista seria gravada.


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