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6 de outubro de 2011
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17:49

O nanico Obama

Por
Sul 21
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O nanico Obama
O nanico Obama

Desde a emergência do conservadorismo no final dos anos 70, os EUA vivem um processo de degradação que agora culmina no arruinamento das instituições democráticas por corporações e lobistas capazes de minar qualquer iniciativa política que os atinja. A sintomatologia social desse processo de corrupção generalizada que se ampliou mundialmente sob o nome “globalização” (na realidade, processo restrito à expansão dos mercados financeiros) fez-se sentir a partir de eventos ultraviolentos que vão desde massacres em escolas, intoxicação crônica, solidão e depressão como formas-de-vida majoritárias, vulgarização extrema da indústria cultural até os próprios atentados terroristas. Antes que acusem esse texto de cair de algum lugar desconhecido do marxismo embolorado dos anos 80, não custa ressaltar que todos esses processos são permeados de tensões, contradições, ambivalências e resistências cuja delimitação não é possível fazer sem escrever muitos textos.

De alguma forma é possível dizer que há algum tempo se fazia sentir um esgotamento geral desse modelo. A hipocrisia e o cinismo como formas discursivas dominantes iam se tornando problemáticas até um nível insuportável. O mundo cada vez mais se transformava em um lugar inóspito e absurdo, e talvez nada representasse isso melhor do que a figura incontroversamente ridícula de George W. Bush. Atacar Bush virou um esporte de tanta facilidade que as críticas perderam um pouco seu sentido. Além de completamente estúpido, o ex-presidente dos EUA representava a mentira no seu estado mais explícito, quase um escárnio em relação ao resto do mundo e aos próprios norte-americanos. Admissão de tortura, guerras imperialistas, rejeição de novos rumos nas políticas ambientais, políticas comportamentais puritanas e defesa de um modelo econômico indiferente à pobreza eram apenas alguns dos pontos que Bush não cansou de repetir à custa de uma repulsa generalizada de gerações que conquistaram o direito de viver em um mundo menos sombrio. E, no entanto, Bush estava aí. Apoiado por grande parte do sistema midiático e pelos setores fascistas ou ultraconservadores da população, emparedava o restante com a chantagem: conservadorismo ou terrorismo, esquerdismo, comunismo, todas essas “ideologias” subversivas e contestatórias ao sagrado american way of life.

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