A TV Sul21 debate a Reforma Política, entrevistando o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), relator do projeto na Câmara, e o cientista político da UFRGS Maurício Moya. No comentário político, o diretor do Sul21 Benedito Tadeu César fala sobre os protestos contra a corrupção realizados no dia 7 de setembro.

Veja como foi a estreia da TV Sul21.

Henrique Fontana defende redução nos custos das campanhas eleitorais

Relator do projeto de Reforma Política na Câmara, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) defende o financiamento público das campanhas eleitorais como forma de combater a corrupção.

“Será que pode funcionar bem um sistema em que todos aqueles que têm interesses em governos são os mesmos que financiam as campanhas? Isso não pode acabar bem”, afirma.

Para o deputado, o atual modelo de financiamento privado gera gastos estratosféricos nas campanhas eleitorais. Em 2006, as campanhas de candidatos a deputado federal custaram R$ 399 milhões, valor que pulou para R$ 926 milhões em 2010. “É cada vez mais difícil que os mais pobres cheguem ao parlamento brasileiro”, destaca.

Assista à entrevista com o deputado Henrique Fontana.

Maurício Moya: “Acho difícil haver acordo para a reforma política”

O doutor em Ciência Política pela USP e professor da UFRGS Maurício Moya também fala sobre a proposta de Reforma Política em debate no Congresso Nacional. Para o cientista político, é difícil que os parlamentares mudem as regras nas eleições que eles próprios irão disputar daqui para frente.

“Muito se fala na reforma política, mas acho difícil haver algum acordo com relação às mudanças nas regras do jogo”, alerta. Maurício Moya também defende o financiamento público das campanhas eleitorais. “Em termos de tornar a disputa mais igual, é uma boa proposta. Mas, sozinha, vai continuar a favorecer os grandes partidos”, ressalta.

Assista à entrevista com o cientista político Maurício Moya.

Benedito Tadeu César: “A origem do ‘Agora Chega’ precisa ser explicitada”

No seu comentário, o cientista político e diretor executivo do Sul21 Benedito Tadeu César fala sobre o movimento contra a corrupção, batizado de “Agora chega”, que ganhou as ruas do Brasil no dia 7 de setembro. Para o cientista político, a grande imprensa fez parecer que o movimento nasceu de “geração espontânea”. “Há sempre um fator deflagrador, que está além das redes sociais. As origens desses movimentos precisam ser explicitadas”, defende.

Benedito Tadeu César alerta para o sentimento “antipolítica” por trás desses movimentos. “Como se bastasse ser político para ser corrupto. Isso joga força no autoritarismo”, afirma.

Assista ao comentário de Benedito Tadeu César.