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9 de setembro de 2011
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17:46

Sul21 recomenda e confirma: há vida além do Porto Alegre Em Cena e da Bienal

Por
Sul 21
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Sul21 recomenda e confirma: há vida além do Porto Alegre Em Cena e da Bienal
Sul21 recomenda e confirma: há vida além do Porto Alegre Em Cena e da Bienal
O livro da Arquipélago Editorial

Milton Ribeiro

Com a abertura da 8ª Bienal do Mercosul amanhã e com o Porto Alegre Em Cena já em plena atividade, esta edição do Sul21 recomenda traz uma visão geral sobre as exposições do primeiro e a grade de programação de shows e espetáculos teatrais do segundo. O cinema traz novidades, porém a música está quase paralisada na cidade voltada para seus grandes eventos.

Como está se tornando hábito, o Sul21 promoverá o sorteio de 3 (três) exemplares de As melhores entrevistas do Rascunho – Vol. 1, livro com as melhores entrevistas já realizadas pelo jornal literário curitibano Rascunho. Este jornal mensal já está em sua edição de Nº 137 e costuma publicar a cada número uma longa entrevista que é realizada no Teatro Paiol, em Curitiba, sempre com grande público. O sorteio será feito entre os que curtem a nossa página no Facebook.

Cinema – Estreias

Medianeiras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual (****)
(Medianeras), de Gustavo Taretto, Argentina / Espanha / Alemanha, 2011, 95 minutos

Melhor filme estrangeiro do Festival de Gramado, além de vencedor do mesmo prêmio pelo juri popular, Medianeiras — Buenos Aires na Era do Amor Virtual traz novamente o criativo cinema argentino a nossas telas. Simpático e inteligente, o filme é uma pequena joia que conta uma história que poderia ocorrer em qualquer outra grande cidade do mundo. Até mesmo em São Paulo ou Porto Alegre, se tivéssemos melhores roteiristas… Martín e Mariana são vizinhos em Buenos Aires, mas não se conhecem. São pessoas comuns. Solitários, compartilham as angústias conhecidas de todos: problemas nos relacionamentos amorosos, solidão, abandono, internet por largas horas. A namorada de Martín foi para os Estados Unidos passar um mês e não voltou, deixando-lhe apenas um poodle; Mariana terminou um relacionamento de quatro anos e voltou ao apartamento onde vivia antes do namoro. Martín é um webdesigner que trabalha em seu apartamento cheio de quinquilharias eletrônicas; Mariana é uma arquiteta que faz vitrines para lojas e bate papos manequins de plástico. Construído de forma delicada e bem-humorada, o roteiro vai aos poucos abrindo uma possiblidade para ambos. Sim, a velha comédia romântica, mas com muito charme e inteligência. Com Pilar López de Ayala e Javier Drolas.

No GNC Moinhos 3, às 21h40.

Mamute (***)
(Mammuth), de Gustave de Kervern e Benoît Delépine, França, 2010, 92 minutos

Serge (Gérard Depardieu) trabalha numa fábrica de presuntos e quer se aposentar. Começou a trabalhar aos dezesseis anos: nunca perdeu um dia de serviço ou faltou por motivos de doença. Então, numa entrevista na previdência, descobre que alguns de seus ex-patrões “esqueceram” de registrá-lo como funcionário e de pagar seus impostos previdenciários. Agora ele precisa correr atrás de provas com a finalidade de reunir a documentação para a aposentaria. Montado em sua antiga moto dos anos 70, uma Munch Mammut (o Mamute do título), símbolo dos anos 70, ele inicia uma jornada em busca de seus antigos empregadores. Sobre sua máquina, Serge parece um herdeiro inculto e amalucado da contracultura Na busca, acaba visitando os lugares de sua infância, encontrando com velhos amigos, parentes e o que sobrou de seu grande amor. A dupla Gustave de Kervern e Benoît Delépine escreveu e dirigiu esse bom road movie, que acompanha o périplo deste homem enorme, de longos cabelos loiros e cara de poucos amigos, montado em sua moto. Com Gérard Depardieu, Yolande Moreau, Isabelle Adjani, Benoît Poelvoorde, Miss Ming, Blutch e Philippe Nahon.
http://youtu.be/e4uBc2axiMA
No Guion Certer 2, às 22h15.

Cinema – Em cartaz

Um Conto Chinês (****)
(Un Cuento Chino), de Sebastián Borensztein, Argentina / Espanha, 2011, 93 minutos

Enorme sucesso de público e crítica na Argentina, Um Conto Chinês estreia em Porto Alegre neste sexta-feira. Bem, prezados leitores do Sul21, a notícia a seguir é verídica, apesar das risadas que normalmente a acompanham. “Uma vaca caiu do céu e afundou nosso barco”, explicou, anos atrás, um grupo de pescadores japoneses aos tripulantes de uma lancha patrulheira russa, ao serem resgatados. Na dúvida, foram presos. Tal notícia foi publicada pelo diário Komsomolskaja Pravda e pela televisão russa para gáudio, pasmo e ceticismo de milhares de leitores e espectadores. Depois, descobriu-se que o conto dos pobres náufragos japoneses era mesmo real… (Mais detalhes, por exemplo, aqui). Pois a vaca que caiu do céu é o ponto de partida para o excelente filme argentino Um Conto Chinês, estrelado pelo grande Ricardo Darin.

Buenos Aires. Roberto (Darín) é um sujeito mal humorado e cheio de manias, dono de uma pequena ferragem que administra sozinho. Suas horas vagas são passadas recluso em casa. Um dia, ele conhece o chinês Jun (Ignacio Huang), que acabara de ser assaltado e arremessado de um táxi. Roberto não entende chinês nem Jun sabe falar espanhol. Roberto fica entre a obrigação moral de ajudá-lo e a vontade de livrar-se do homem a fim de voltar a sua rotina. Eles acabam descobrindo que o verdadeiro motivo para terem se conhecido foi a vaca que caiu do céu. Com Ricardo Darin, Huang “Ignacio” Sheng Huang, Muriel Santa Ana, Javier Pinto e Julia Castelló Agulló.

No GNC Moinhos 2, às 14h, 16h, 18h, 20h e 22h.
No Unibanco Arteplex 6, às 14h, 16h, 18h, 20h e 22h.

Submarino (*****)
(Submarino), de Thomas Vinterberg, Dinamarca, 2010, 110 minutos

Estupendo filme dinamarquês de Thomas Vinterberg. Quando crianças, Nick e seu irmão cuidam do caçula enquanto a mãe está sempre bêbada. Quando o bebê morre, os irmãos se culpam pela tragédia e acabam separados. No funeral da mãe, os irmãos se reencontram. Nick esteve preso por roubo, bebe muito, vive num abrigo, mas tenta colocar sua vida em ordem. O irmão, que permanece sem nome, é viciado em heroína e pai solteiro de um garotinho. Diante de uma oportunidade e pensando em garantir financeiramente o futuro do filho, torna-se traficante de drogas. O acontecimento da infância marca a trajetória dos irmãos de forma incondicional. Thomas Vinterberg é o notável diretor dos extraordinários Festa de Família (Dogma #1) e Querida Wendy. Como dá para notar pela sinopse, não é um filme leve e este não é mesmo o estilo do diretor. Com Jakob Cedergren, Peter Plaugborg e Morten Rose.

No Instituto NT, às 15h20 e 19h.

A Viagem de Lucia (***)
(La Llamada/Il Richiamo), de Stefano Pasetto, Argentina / Itália, 2010, 93 minutos.

Em A viagem de Lucia, Lea (Francesca Inaudi) é uma jovem trabalhadora de uma fábrica de alimentos que espera algo que a arranque de sua rotina. Já Lucia (Sandra Ceccarelli), de meia idade, trabalha como comissária de bordo enquanto tenta ter um filho, apesar da vida tensa que leva com o marido. O psiquiatra de Lucia pede a ela que aproveite melhor seus dias e a vida. Ela decide dar aulas de piano e então conhece Lea. Quando esta consegue um emprego na Patagônia e está prestes a deixar Buenos Aires, Lucia percebe que tem que se mover para sobreviver e não perder a pessoa que trouxe sua cores a sua vida. A Viagem de Lucia foi selecionado para as mostras oficiais dos festivais de Toronto, Londres e São Paulo. Com Francesca Inaudi, Sandra Ceccarelli, César Bordon, Arturo Goetz.

No Instituto NT, às 17h20 e 21h.

Melancolia (*****)
(Melancholia), de Lars von Trier, Dinamarca / França / Alemanha / Itália / Suécia, 2011, 137 minutos.

Esqueça as polêmicas que cercaram o cineasta no último Festival de Cannes, pois Melancolia é um imenso filme. Pontuado de cenas e imagens deslumbrantes, conta a história de duas irmãs que se afastaram. Elas são Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg). Dividido em duas partes, primeiramente a ação focaliza o casamento entre Justine e Michael (Alexander Skarsgård). A festa do casório não consegue aproximar as irmãs e é evidente que a noiva não está nada feliz. A segunda parte dedica-se mais a Claire, a irmã controladora de Justine, amedrontada a partir do anúncio da colisão da Terra com outro planeta (chamado Melancolia), enquanto Justine permanece conformada. No possível fim do mundo de von Trier não há explosões, heróis e muito menos a Bíblia. O acompanhamento íntimo e pessoal da aproximação da e de Melancolia é apaixonante. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Charlotte Rampling, John Hurt e Alexander Skarsgård.


No Guion Center 2, às 18h10.
Na Sala Eduardo Hirtz, às 16h40.

Diário de uma busca (*****)
de Flávia Castro, Brasil / França, 2011, 105 minutos.


Diário de uma busca é um estupendo e multipremiado documentário. Celso Afonso Gay de Castro morreu em 1984, aos 41 anos, em Porto Alegre. Exilado pela ditadura militar brasileira, percorreu Argentina, Venezuela, Chile e França em sua fuga, sempre carregando consigo a família. Sua morte ocorreu em circunstâncias nunca esclarecidas. Foi encontrado morto no interior de um apartamento de um ex-oficial nazista, onde entrara à força. Mesmo já dentro do período de anistia política, o laudo concluiu que Celso teria se suicidado a fim de não ser preso pela polícia, que estaria chegando ao local. Mas legistas acham a hipótese altamente improvável. O filme, dirigido pela filha de Celso, Flávia, é uma história privada e pública — privada na busca da identidade e pública de reconstrução de uma época e de uma memória dilacerada pela violência. Nele, a filha do guerrilheiro colhe imagens e depoimentos da mãe, de policiais, de companheiros de luta de Celso e de seus colegas jornalistas. Não poupa ninguém, nem o retratado, que acabou desiludido com a política, envolvido em problemas com o álcool e as drogas.

No Unibanco Arteplex 8, às 17h30.

Lola (****)
(Lola), de Brillante Mendoza, Filipinas / França, 2009

O elogiado filipino Brillante Mendoza, apesar de desconhecido das grandes plateias, já ganhou até mostra exclusiva no Brasil. Por este Lola, o diretor ganhou o prêmio de melhor diretor do Festival de Cannes de 2009. Mantendo um olhar naturalista sobre seu país, Lola narra a vida de duas idosas que tomam a frente do sustento financeiro de suas respectivas famílias, servindo também como uma espécie de reseva moral delas. Lolas é como são chamadas as vovós nas Filipinas. Ambas lidam com as consequências de um crime. Enquanto uma lola acende uma vela em memória do neto, vítima de latrocínio, a outra busca a libertação de seu neto, suspeito de ter cometido o crime. Na cidade de Manila, suja e chuvosa, a burocracia e os assaltos dificultam as missões das lolas. A sequência final, com as duas matriarcas cara a cara, é comovente. A fotografia e o áudio são fundamentais neste filme em que a chuva está tão presente quanto os diálogos. Com Anita Linda e Rustica Carpio. 110 minutos.

No Instituto NT, às 13h20.

A Árvore da Vida (***)
(The Tree of Life), de Terrence Malick, EUA, 2011. 138 minutos.


Em rumorosa discussão interna, rebaixamos a cotação deste filme de Malick. A Árvore da Vida, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2011, é o novo filme do genial ermitão perfecccionista Terrence Malick. Autor de apenas cinco notáveis filmes nos últimos 40 anos e dono de um estilo de filmar que privilegia a plasticidade, ele retorna não apenas com as imagens espetaculares de sempre — este filme deve ser visto em sala de cinema — mas com uma história que expõe inquietações existenciais. A Árvore da Vida acompanha o crescimento do filho mais velho de uma família americana, desde a infância até à desilusão da vida adulta, tendo por base a relação complicada com o pai autoritário (Brad Pitt). Jack, vivido por Sean Penn na vida adulta, vê-se como uma alma perdida no mundo moderno, procurando respostas para a origem e sentido da vida, enquanto questiona a existência da fé. A narrativa apoia-se no tanto no plano humano, como no do reencontro e do cosmológico. Com um tripé desses, torna-se um filme difícil de ser explicado numa sinopse… Com Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.

Na Sala Paulo Amorim, às 14h40 e 19h10.
No Guion Center 3, às 15h30, 17h30 e 20h.

Gainsbourg — O Homem que Amava as Mulheres (***)
(Gainsbourg, vie héroïque), de Joann Sfar, França, 2010


A música popular francesa é dose, mas o que interessa aqui é que este é um belo filme que retrata a vida de Serge Gainsbourg (1928-1991) desde a infância durante a ocupação nazista até a consagração como cantor. Sendo muito mais uma fábula do que uma cinebiografia, o filme — cujo título brasileiro devemos ignorar — traz, de quebra, todas as notáveis, esplêndidas e imbatíveis conquistas amorosas do músico narigudo, baixinho, feio e fascinante: apenas mulheres como Brigitte Bardot e Jane Birkin, mãe, aliás, da atriz Charlotte Gainsbourg. O diretor Joann Sfar fez o longa baseado numa história em quadrinhos de sua autoria. O delírio visual e a pouca fidelidade aos fatos não fazem jus à complexidade humana de Gainsbourg, um compositor, cantor, produtor e arranjador mas também um tremendo polemista, criador de confusões e, principamente,… de casos amorosos. Sfar dribla a responsabilidade de retratar a bissexualidade assumida do fascinante Gainsbourg e toca apenas de leve na questão das drogas, mas mesmo assim o resultado final está muito acima da média. Com Eric Elmosnino, Lucy Gordon, Laetitia Casta, Doug Jones, Sara Forestier, Anna Mouglalis, Yolande Moreau e Claude Chabrol.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 14h30.

Meia-Noite em Paris (***)
(Midnight in Paris), de Woody Allen, EUA / Espanha, 2011

Meia-Noite em Paris foi ovacionado em Cannes. O filme, visto com grande curiosidade por ter em seu elenco a atual primeira-dama da França, a ex-modelo Carla Bruni, é uma homenagem a Paris que tocou os franceses do festival. A qualidade da luz da cidade, que já recebera referências elogiosas de Allen em filmes anteriores, como Todos dizem eu te amo, volta a ser tema de entrevistas do diretor. No filme, Owen Wilson interpreta Gil, roteirista de Hollywood que passa férias em Paris com a família da noiva, Inez (Rachel McAdams). Gil ama a cidade. É lá que ele se reconecta com a “grande arte” os “grandes temas”, longe dos enlatados americanos. Seu maior sonho seria o de viver nos anos 1920, quando F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso circulavam pelos cafés da cidade. Certa noite, Gil misteriosamente realiza esse sonho. E mais não devemos contar. Um Allen médio, mas muito charmoso e simpático. Com Owen Wilson, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy. Duração: 100 minutos.

Na Sala Paulo Amorim, às 17h10.

O Homem ao Lado (****)
(El Hombre de al Lado), de Mariano Cohn e Gastón Duprat, Argentina, 2009


Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa feita na América pelo famoso arquiteto Le Corbusier, localizada na cidade de La Plata. Eles levam uma vida chique e tranquila até o início das obras em uma casa contígua, onde um vizinho com alma de vileiro (Daniel Aráoz) resolveu fazer ilegalmente uma janela a poucos metros e bem na frente de outra, da casa-obra de arte do designer. O filme é delicioso, barato e de grande roteiro, com notável atuação de Daniel Aráoz. Com Rafael Spreguelburd, Daniel Aráoz, Ruben Guzman, Eugenia Alonso. Duração: 110 minutos.

No Instituto NT, às 11h20.

Cópia Fiel (*****)
(Copie Conforme), de Abbas Kiarostami, Itália/França/Irã, 2010


Há quatro possibilidades de interpretação para o título deste excelente filme realizado pelo iraniano Abbas Kiarostami na Itália. Em italiano Copie significa Cópia, mas Coppie é Casal, enquanto Conforme pode ser Fiel ou Conformado. Pelo título começa o brilhante quebra-cabeça do filme. Durante uma visita à Toscana com a finalidade de lançar seu novo livro sobre história da arte e a importância das cópias nas artes plásticas, o ensaísta inglês James (William Shimmel) é acompanhado por Elle (Juliette Binoche), uma franco-italiana proprietária de galeria de arte, durante um passeio que tem a duração de uma tarde. Logo iniciam uma discussão — entre o irônico e o azedo — sobre os conceitos do livro. Tudo começa a mudar depois de antológica cena com a dona de um café. Ela, cheia de experiência, admira e elogia a dupla com alguma sabedoria de vida. Então, os dois passam a se comportar como um experiente, velho e cansado casal, transformação que já vinha ocorrendo discretamente. Aquilo que vimos antes era uma cópia? Ou aqui a temos? E o que tem isto a ver com o filtro interior através do qual analisamos um quadro? E a má relação entre Elle e seu filho não é outra cópia fiel desta que nos é apresentada? Quantas cópias, quantas vezes repetimos padrões de relacionamento? Com Juliette Binoche, William Shimell, Jean-Claude Carrière e Agathe Nathanson. Duração: 106 minutos.

Na Sala Norberto Lubisco, às 17h.

Exposições

8ª Bienal do Mercosul

Abre nesse sábado a 8ª Bienal do Mercosul – Ensaios de Geopoética, com exposições em vários espaços da cidade. No MARGS, estará a mostra Além Fronteiras, com curadoria de Aracy Amaral, que propõe pensar a noção de fronteiras no Rio Grande do Sul. Já o Santander Cultural se voltará inteiramente para a obra do chileno Eugenio Dittborn, homenageado dessa edição, exibindo vídeos e, principalmente, aquilo que o artista chama de Pinturas Aeropostais (obras que são dobradas para serem enviadas em um envelope postal). Nos armazéns do cais do porto, haverá duas mostras: Geopoéticas, que trata de questões de Estado e Nação, e Cadernos de Viagem; na qual nove artistas produziram obras a partir de viagens pelo Rio Grande do Sul, cada artista tendo ido para uma cidade. Há ainda obras espalhadas por diversos pontos de Porto Alegre, fazendo parte da mostra Cidade Não Vista, como a obra de Tatzu Nishi nos altos da Prefeitura, propondo um novo olhar sobre esses pontos. A Casa M e o Atelier Subterrânea também estarão com atividades que integram a Bienal. As mostras são gratuitas e vão até dia 15 de novembro, podendo ser visitadas diariamente. (Carolina Marostica)

Eny Schuch, Vide
no Museu do Trabalho, Andradas, 230
até dia 23 de outubro, de terça à sábado, das 13h30 às 18h30, e nos domingos e feriados, das 14h às 18h30

Eny Shuch, artista visual e professora do Instituto de Artes da UFRGS, apresenta no Museu do Trabalho (Andradas, 230) a exposição Vide, em que parte da natureza para propor interações entre o observador e sua obra. Essa é composta em sua maioria de vídeos, apesar da artista ter iniciado seu percurso como escultora, tendo explorado diferentes materiais, como papier maché e resina. No entanto, essa origem matérica pode ainda ser vista na sala menor desta exposição, em que Eny mostra uma série de pequenos objetos que contrapõe (no seu exterior e interior) o papier mâché misturado ao gesso, e o vídeo. Esses objetos caracterizam-se por incitar um voyeurismo, propondo uma íntima relação com o espectador. Já na sala maior, diferentes projeções de vídeo são sobrepostas, criando-se uma colagem que ocupa todas as paredes, o que gera uma sensação de imersão no observador. As imagens capturadas encerram, em sua maioria, fenômenos naturais, como o movimento das águas,ventanias e o nascer ou pôr do sol. (Carolina Marostica)

Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma
no MARGS, Praça da Alfândega, s/nº

Na mostra Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma, o MARGS reúne todas as obras do escultor presentes em seu acervo, incluindo também trabalhos em xilogravura. A exposição é um panorama da obra de Xico Stockinger, trazendo obras significativas de sua trajetória, como seus conhecidos guerreiros e os mais recentes homens-gabiru, mas também abrangendo facetas menos conhecidas do artista, como bustos convencionais do início de sua carreira e peças em mármore e basalto que integram sua fase abstrata. A mostra faz parte das comemorações dos 57 anos do MARGS, instituição que o artista dirigiu duas vezes, e do cinquentenário do Atelier Livre, do qual Stockinger foi o primeiro diretor. É mais uma iniciativa da nova gestão de dar visibilidade ao acervo do museu e uma oportunidade imperdível de se conhecer a obra do artista em suas diversas vertentes. A visitação ocorre até dia 9 de outubro, de terças a domingos, das 10h às 19h. (Carolina Marostica)

Pedro Weingärtner – Desenhos
No Espaço das Artes da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre),
R. Sarmento Leite, 245, Prédio 1, térreo.

A maior parte da produção gráfica de Pedro Weingärtner não foi feita com o objetivo de ser exposta; sua principal característica é a de serem desenhos feitos como estudos de formação, para aprimoramento da técnica, para registros ou como projetos. Considerando a temporária ausência de um levantamento exaustivo de sua obra pictórica, torna-se difícil saber, com exatidão, as intenções e objetivos dos desenhos de Weingärtner: alguns são indiscutivelmente desenhos de formação, tais como as academias, os desenhos anatômicos ou os retratos. Sobre a maior parte somente podemos tecer suposições: se são simples registros, projetos para pinturas ou exercícios de observação. Eles se dividem em “Desenhos de Figuras”, “Desenhos de Moldagens”, “Osteologia”, “Miologia e Fisiologia das Paixões” e “Desenhos de Modelo Vivo ou Academias”. (Paulo Gomes)

A linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo
no 4º andar Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000),
de terças a domingos das 12h às 19h e nas quintas das 12h às 21h.
Entrada franca. Até 30 de outubro.

Está em cartaz na Fundação Iberê Camargo a exposição A linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo. Com curadoria do jornalista e crítico de arte Eduardo Veras, trata-se da sexta exposição de acervo que a fundação apresenta, reunindo 110 obras que percorrem mais de meio século da produção do artista. Dentre essas, 99 são desenhos, mas há também pinturas, cadernos e uma gravura. A opção por focar nos desenhos do artista veio da constatação do curador de que o Iberê desenhista era pouco conhecido, recebendo pouca atenção em pesquisas recentes dedicadas à sua obra. Analisando mais de três mil desenhos do artista, Eduardo Veras encontrou ali um “Iberê em convulsão, intenso, apaixonado, como aquele que nos acostumamos a admirar na pintura”. (Carolina Marostica)

Música erudita

OSPA – 19° Concerto Oficial
Terça-feira (13/09), às 20h30
Salão de Atos da UFRGS, Avenida Paulo Gama, 110, Porto Alegre

Programa:

BeethovenAbertura Coriolano, op.62
J.HaydnSinfonia em dó maior, Nº. 82 “O Urso”
W.A.MozartSinfonia,nº 39

Regente: Lavard Skou-Larsen

Ingressos: R$20 (público em geral), R$10 (estudantes e maiores de 60 anos).

O maestro e violinista Lavard-Skou-Larsen | Foto: Melanie-Stegeman/Divulgação

O conhecido violinista e maestro Lavard Skou-Larsen estará em Porto Alegre na próxima terça-feira (13/9) para reger a Ospa no Salão de Atos da UFRGS. Serão executadas obras de três compositores tidos como pilares da música erudita ocidental – Abertura Coriolano, de Ludwig van Beethoven (1770-1827); Sinfonia em dó maior Nº. 82 (“O Urso”), de Joseph Haydn (1732-1809) e Sinfonia nº39, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791).

Lavard Skou-Larsen vem de uma família ligada à Ospa. Seus pais, Perly e Gunnar Skou-Larsen se apresentaram como violinistas no concerto de inauguração da Ospa, em 1950, sob a regência do maestro húngaro Pablo Komlós. Eles foram musicistas da Orquestra até o final dos anos de 1960, quando se mudaram para Salzburg, na Áustria. Nesta época, Lavard tinha 4 anos de idade. Hoje, a mãe de Lavard, Perly, reside em Porto Alegre.

Lavard começou os estudos musicais com seu pai, Gunnar. Mais tarde, foi aluno de Ernst Moravec, em Viena. Estudou violino na Academia de Música e Artes em Salzburg, com os professores Helmut Zehetmair e Sandor Végh. Ganhou inúmeros prêmios, tanto como solista, quanto como músico de câmara, incluindo o “Concertino Praga” e “Sergio Lorenzi”, em Trieste. Foi membro da Camerata Academica, sob a regência de Sandor Végh, entre os anos de1983 a1986.

Em 1991, começou a dar aulas no Mozarteum, em Salzburgo, como assistente do professor Dr. Helmut Zehetmair. A partir de 2002 passou a ministrar suas próprias aulas. Fundou a excelente Salzburg Chamber Soloists, em 1991.

Música popular

Caro editor!

Nosso comentarista de Música Popular nos manda ler ou trabalhar em casa...

Não vá pensar que foi preguiça ou falta de pesquisa!

Num fim de semana sem grandes atrações musicais, a dica é ficar em casa lendo um livro, namorando, pegando um cineminha com a patroa (ver acima), ou então fazendo  aquela arrumação prometida nas gavetas cheias de quinquilharias ou, quem sabe, instalando mais prateleiras… Se não for isso, resta o show do Justin Bieber, sábado, no Beira Rio. Os ingressos já estão à venda ao módico e simpático valor de 160 a 650 reais. O horário de início do show também é juvenil: 20 horas.

Bom fim de semana! De qualquer maneira, fica uma dica para a próxima segunda-feira.

Abraços,
Marcelo Delacroix.

The Brothers Orchestra
Pub INSANO BAR (Rua Gen. Lima e Silva, 601, Porto Alegre)
todas as segundas feiras às 22hs

Um excelente programa musical em Porto Alegre, seja para os amantes mais exigentes do jazz, como para quem deseja simplesmente se divertir e ouvir boa música. THE BROTHERS ORCHESTRA é uma Big Band formada por 20 integrantes (5 saxofones, 5 trompetes, 5 trombones, piano, guitarra, contrabaixo, percussão e bateria), dentre os melhores músicos da cidade. É uma experiência sonora inesquecível. No repertório, músicas para todos os gostos, desde clássicos do jazz como “Fly me to the Moon” e “April in Paris”, Glenn Miller, Gershwin, Miles Davis e Joe Zawinul, passando por Tom Jobim, Ari Barroso, trilhas de cinema e versões instrumentais de Stevie Wonder, James Brown e Michael Jackson, em arranjos primorosos para essa formação. Uma atração à parte é a apresentação de Paulo Moreira (do programa Sessão Jazz da Fm Cultura) costurando cada bloco com informações e curiosidades sobre as músicas, sempre com o bom humor e a descontração que fazem seu estilo inconfundível.

Abaixo, interpretação da Big Band para Birdland (Joe Zawinul).

Teatro

O cenário teatral de Porto Alegre está inteiramente dominado pelo Porto Alegre em Cena. Para acessar a Grade de Programação, clique aqui. Por incrível que pareça, alguns espetáculos ainda não tiveram seus ingressos esgotados.

Valores:

Shows Internacionais – R$ 50,00
Shows Nacionais – R$ 40,00
Teatro / Dança / Ópera Internacional – R$ 40,00
Teatro Nacional – R$ 30,00
Teatro / Show Mercosul (Argentina/Uruguai) – R$ 20,00
Prêmio Braskem – R$ 20,00
Teatro de rua/Descentralização  – Entrada Franca
Mostra Petrobras – confira na grade

Vendas:

Serviço de venda pela Internet (www.ingressorapido.com.br)
Quatro ingressos por espetáculo. Funcionará 24 horas por dia, a partir das 13h do dia 28 de agosto. Na pagina inicial do site, um banner do festival redirecionará a um portal “Porto Alegre em Cena” com todos os espetáculos que ainda dispuserem de ingressos e onde o público poderá escolher, nos teatros com lugar marcado, o que quiser dentre os assentos disponíveis.

Call Center –  4003.1212
Com horário de funcionamento de segunda à sexta das 9 às 22h e domingos e feriados das 12 às 18h.

Entrega de ingressos
A)    R$ 18,00 por entrega, independente da quantidade adquirida (via motoboy);
B)    R$ 20,00 via sedex
C)    Sem taxa: retirada dos ingressos adquiridos no dia do espetáculo, na bilheteria da sala.

Horários das bilheterias:

Usina do Gasômetro: de 6 a 26 de setembro, das 12h às 18h
Pela Internet, 24h por dia.


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