Política
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25 de setembro de 2011
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14:48

Rei da Arábia Saudita anuncia maior participação da mulher nas instituições políticas

Por
Sul 21
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Da Redação

O rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, permitu neste domingo (25) o ingresso das mulheres, na condição de candidatas e votantes, na vida política do país. “As mulheres estarão aptas a se candidatar na eleição municipal e terão direito a voto”, declarou. Elas também poderão ingressar no Conselho Shura, uma espécie de parlamento, embora sem poderes legislativos.

“Porque nós rejeitamos marginalizar mulheres na sociedade em todas as esferas da sociedade… nós decidimos, depois de deliberação com o nosso ulama (clérigo) sênior, envolver mulheres no conselho Shura como membros, com início no próximo mandato”, disse.

A decisão do rei Abdullah atende a uma importante meta de ativistas liberais que vêm promovendo protestos na tentativa de consolidar uma série de direitos. Movimentos feministas têm há muito tempo reivindicado mais direitos para as mulheres, que são impedidas de viajar, trabalhar ou receber atendimento médico sem a permissão de um parente do sexo masculino e são proibidas de dirigir.

Com a medida, a Arábia Saudita se torna o único estado do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, formado por Emirados, Omã, Catar, Bahrein e Kuwait, com conselho consultivo no qual é permitida a participação feminina.

As atribuições do Conselho Consultivo consistem na elaboração de recomendações e conselhos a respeito de assuntos internos do reino, mas não têm nenhum poder de censura ou controle do Governo. A Arábia Saudita é governada por uma monarquia com poderes absolutos e nela rege uma estrita interpretação da sharia (ou lei islâmica), que impõe, entre outros fatores, a segregação de gênero em espaços públicos.

Nos últimos meses, sob influência da primavera árabe, os sauditas participaram de vários protestos, o mais importante em 17 de junho quando ativistas desafiaram a proibição de dirigir e guiaram carros pela cidade. Recentemente, em 24 de agosto, a Polícia deteve a ativista Mayla Hariri por desafiar essa proibição em uma cidade ao oeste do país.

Com informações da Reuters e Efe


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