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23 de setembro de 2011
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22:36

Governo diz que continuará negociando com os servidores da Brigada

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Sul 21
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Governo diz que continuará negociando com os servidores da Brigada
Governo diz que continuará negociando com os servidores da Brigada
Pestana e Michels entregam projeto de lei com reajuste salarial para a Brigada Militar ao presidente da Assembleia, Adão Villaverde | Foto: Claudio Fachel/ Palacio Piratini

Rachel Duarte

Ao protocolar nesta sexta-feira (23), na Assembleia Legislativa, o projeto de lei para o reajuste da Brigada Militar, o governo estadual não pretende encerrar as negociações com a categoria. O governo chegou a um acordo parcial sobre os vencimentos dos cabos e soldados. A proposta de reajuste em 23,5% foi aceita pela Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), mas rejeitada pela Associação de Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM).

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O Executivo propôs um reajuste sobre o vencimento básico da categoria, dividido em duas etapas – out/2011 e abr/2012. No caso dos soldados, por exemplo, o reajuste acumulado será de 23,5%, e no caso dos Sargentos, de 18,5%. Para os 1ºs Tenentes, o reajuste será de 10,5%. As funções intermediárias receberão reajustes proporcionais entre esses índices.

De acordo com o integrante da ASSTBM, Olivo Moura, a rejeição foi unânime. “Nós falamos que os percentuais deveriam ser iguais para todos, desde o soldado até os sargentos e tenentes. Se não, não queremos nada”, afirmou. A postura da entidade será conversar com as regionais para decidir pela recusa dos percentuais oferecidos ou se aceitarão a oferta dada para seguir pleiteando a recomposição ideal na futura negociação com o governo sobre o reajuste sob a matriz salarial.

Para o presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf) Leonel Lucas, o acordo foi um avanço. “Passamos o primeiro objetivo que era a reivindicação dos 25%. Não deu, ficamos em 23,5%. Mas, em nenhum outro governo houve tanto diálogo quanto nesse”, destacou. “Agora temos que mudar o fator da matriz salarial que permite as diferenças nos valores que recebem sargentos e tenentes. Mas, independente da ASSBPM não ter aceito, nós tivemos oito regionais a favor e só quatro contra”, salientou.

Urgência urgentíssima

O Executivo solicitou esforço dos líderes partidários para aprovar o texto antes dos 30 dias do regime de urgência, no qual foi enviado. A pressa seria para conseguir pagar o próximo salário já com o reajuste proposto aos policiais militares. “A folha fecha no dia 20 e queremos pagar o aumento no mês de outubro, por isso, pedimos o esforço das lideranças para aprovar a votação antecipada para não termos que esperar os 30 dias”, pediu Carlos Pestana.

Pestana voltou a ressaltar o esforço do governo dentro das limitações financeiras do Estado. “Até onde temos informações, este foi o maior aumento para os policiais nos últimos 20 anos.  O governo tem ciência de que os salários dos servidores gaúchos da segurança pública são baixos, mas é inegável o avanço que tivemos nesses oito meses de gestão. Agora eles não serão mais o salário mais baixo do país”, frisou.

O chefe da Casa Civil afirmou que as negociações para o reajuste da matriz salarial dos brigadianos para 2012 serão retomadas em breve. Mas, alertou os critérios para a nova rodada de negociações sobre a matriz salarial. “Tem a reivindicação de alteração dos percentuais e outra de valores. Já argumentamos que não temos condições hoje de fazer uma proposta para os próximos quatro anos em função de não sabermos como irão se comportar a arrecadação e a economia do Estado”, disse. Perguntado sobre se isso comprometer a promessa de campanha de Tarso Genro sobre alcançar um teto salarial de R$ 3,2 mil nos quatro anos de governo, disse: “Os 3,2 mil não foram prometidos pelo governo. Reafirmamos uma política de ganho real que já foi iniciada este ano, onde iríamos tirar RS do pior salário e tiramos”, falou.

Nova rodada

O bater do martelo no reajuste aos brigadianos não encerra a discussão com a categoria. Além da matriz salarial, os oficiais da Brigada Militar também deverão ser motivo de novas conversas na Casa Civil. Nesta quinta-feira (22), a Associação dos Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM) deliberou em plenária uma postura ofensiva para evitar futuras “promessas indecorosas” do governo. Eles reivindicam aumento salarial igual aos valores dados às demais carreiras criminais de nível superior. “Já estamos escaldados com os mecanismos de governo. Sabemos como eles fazem as coisas. Não confiamos muito em governo. Antes de chegar um possível proposta que nos constranja, já estamos mobilizados para uma postura firme”, disse o presidente da ASOFBM, Riccardi Guimarães.

O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, que está na linha de frente das negociações salariais do governo falou que nos próximos dias deverá conversar com os oficiais e entende a forte postura dos agentes da segurança pública no estado. “Temos que ler este processo dentro da conjuntura nacional. A segurança está mobilizada em razão da PEC 300. A nossa preocupação aqui no RS era oferecer uma proposta que deixasse clara a valorização aos servidores da BM. Isso conseguimos fazer”, avaliou.


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