Agenda
|
26 de agosto de 2011
|
17:33

Sul21 recomenda Lucia, Orestes Dornelles, Xico Stockinger e mais

Por
Sul 21
[email protected]
Sul21 recomenda Lucia, Orestes Dornelles, Xico Stockinger e mais
Sul21 recomenda Lucia, Orestes Dornelles, Xico Stockinger e mais

Milton Ribeiro

Os destaques da semana ficam para a pré-estreia do elogiado filme A Viagem de Lucia, para a mostra do MARGS — que focaliza Xico Stockinger — e para o show de Orestes Dornelles. Não obstante os poucos lançamentos, temos em cartaz um respeitável grupo de filmes, exposições e peças de teatro.

Este guia do Sul21 traz, a cada sexta-feira, indicações de filmes, exposições, peças de teatro e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Para acessar esta matéria durante a semana, basta clicar sobre Agenda, em nossa capa.

Cinema – Pré-estreia

A Viagem de Lucia
(La Llamada/Il Richiamo), de Stefano Pasetto, Argentina / Itália, 2010. 93 minutos.


Em A viagem de Lucia, Lea (Francesca Inaudi) é uma jovem trabalhadora de uma fábrica de alimentos que espera algo que a arranque de sua rotina. Já Lucia (Sandra Ceccarelli), de meia idade, trabalha como comissária de bordo enquanto tenta ter um filho, apesar da vida tensa que leva com o marido. O psiquiatra de Lucia pede a ela que aproveite melhor seus dias e a vida. Ela decide dar aulas de piano e então conhece Lea. Apesar de totalmente opostas, elas encontram força uma na outra e desenvolvem forte relação. Quando Lea consegue um emprego na Patagônia e está prestes a deixar Buenos Aires, Lucia percebe que tem que se mover para sobreviver e não perder a pessoa que trouxe sua cores a sua vida. A Viagem de Lucia foi selecionado para as mostras oficiais dos festivais de Toronto, Londres e São Paulo. Com Francesca Inaudi, Sandra Ceccarelli, César Bordon, Arturo Goetz.

A Viagem de Lucia from Eva Comunicação on Vimeo.

As sessões de pré-estreia ocorrem às 21 horas, no Instituto NT de Cinema e Cultura, nesta sexta (26) e sábado (27).

Cinema – Estreias

A Missão do Gerente de Recursos Humanos
(The Human Resources Manager), de Eran Rikilis, França / Alemanha / Israel, 2010. 103 minutos.


O gerente de RH da maior padaria de Israel está em apuros. Ele se separou da mulher, quase não vê a filha e odeia seu trabalho. Mas, como se não bastasse, uma de suas funcionárias morre em um atentado terrorista e ele é acusado de comportar-se de forma desumana e insensível. O filho da funcionária é um jornalista que está determinado a arruinar a reputação do gerente. Em resposta, ele embarca em uma missão desde Jerusalém até a Romênia, num estranho comboio que o levará até o vilarejo da mulher morta, onde encontrará seu filho. Baseado no romance de Abraham B. Jehoshua, participou da Seleção Oficial do Festival de Toronto e foi premiado no Israeli Academy Awards 2010 (melhor filme e melhor direção) e no Festival de Locarno (prêmio do público). Com Mark Ivanir, Reymond Amsalem, Gila Almagor e Noah Silver.


No Guion Center 2, às 15h e 21h25
No Guion Center 3, 18h30.

Cinema – Em cartaz

Tudo ficará bem (****)
(Alting Bliver Godt Igen), de Christoffer Boe, Dinamarca, 2010. 90 minutos.


Tudo ficará bem é um thriller psicológico cuja estrutura enigmática leva os espectadores a constantemente rejuntarem as peças de um quebra-cabeça cujos novos pedaços vão sendo jogados pelo diretor Christoffer Boe, alterando a história contada. Porém, o thriller, no momento em que conseguimos conectar devidamente seus pontos, pode também ser visto como um melodrama apoiado num excelente grupo de autores. O roteirista e diretor Jacob (Jens Albinus) está lutando para chegar ao final de um roteiro cujo prazo está estourando, enquanto sua esposa Helena (Marijana Jankovic) e ele estão à beira de adotar um menino da Europa Oriental. Helena está preocupada que algo vai dar errado com a fase final da adoção, mas Jacob tranquiliza-a de que tudo ficará bem. Em uma história paralela, um jovem de ascendência árabe, Ali (Igor Rado), é recrutado pelo exército dinamarquês para trabalhar como intérprete no Iraque, deixando para trás sua namorada Mira (Ozlem Saglanmak, tão parecida com a mulher de Jacob que causa confusão). Ali também diz para Mira que tudo ficará bem. Só que surgem as tais fotografias… Grande filme! Com Jens Albinus, Igor Radosavljevic, Marijana Jankovic, Thomas Hoite Meersohn e Paprika Steen.

No Instituto NT, às 19h20.

Balada do Amor e do Ódio (***)
(Balada Triste de Trompeta), de Álex de la Iglesia, França / Espanha, 2010. 107 minutos.


No final da ditadura de Franco na Espanha, dois palhaços — Sergio (Antonio de la Torre) e Javier (Carlos Areces) — lutam pelo amor da mesma mulher, a sexy trapezista Natália (Carolina Bang). O tema clássico, que inspirou muitos dramaturgos e óperas como I Pagliacci de Leoncavallo, é retomado de forma delirante, sombria e grotesca, além de ganhar fundo político. De la Iglesia é um Tim Burton enlouquecido. Flerta com o bizarro e o fantástico, porém entorna grandes doses de terror em seus filmes. O Dia da Besta, de 1995, por exemplo, narra a história de um padre que procura o anticristo acompanhado de um metaleiro e um guru televisivo. Em Balada do Amor e do Ódio, temos os palhaços (vestidos como palhaços) lutando desde a Guerra Civil Espanhola até os anos 70. Natália fica dividida entre a paixão pura de Javier e o amor bandido de Sergio, república e fascismo. Um filme que é um liquidificador de Tim Burton, Tarantino, Hitchcock e Almodóvar. Prato cheio para quem gosta de terror grotesco. Com Carlos Areces, Antonio de la Torre, Carolina Bang, Sancho Gracia e Santiago Segura.

No Guion Center 2, às 16h30.

Diário de uma busca (*****)
de Flávia Castro, Brasil / França, 2011. 105 minutos.


Diário de uma busca é um estupendo e multipremiado documentário. Celso Afonso Gay de Castro morreu em 1984, aos 41 anos, em Porto Alegre. Exilado pela ditadura militar brasileira, percorreu Argentina, Venezuela, Chile e França em sua fuga, sempre carregando consigo a família. Sua morte ocorreu em circunstâncias nunca esclarecidas. Foi encontrado morto no interior de um apartamento de um ex-oficial nazista, onde entrara à força. Mesmo já dentro do período de anistia política, o laudo concluiu que Celso teria se suicidado a fim de não ser preso pela polícia, que estaria chegando ao local. Mas legistas acham a hipótese altamente improvável. O filme, dirigido pela filha de Celso, Flávia, é uma história privada e pública — privada na busca da identidade e pública de reconstrução de uma época e de uma memória dilacerada pela violência. Nele, a filha do guerrilheiro colhe imagens e depoimentos da mãe, de policiais, de companheiros de luta de Celso e de seus colegas jornalistas. Não poupa ninguém, nem o retratado, que acabou desiludido com a política, envolvido em problemas com o álcool e as drogas.

No Unibanco Arteplex 8, às 19h40.

Melancolia (*****)
(Melancholia), de Lars von Trier, Dinamarca / França / Alemanha / Itália / Suécia, 2011. 137 minutos.


Esqueça as polêmicas que cercaram o cineasta no último Festival de Cannes, pois Melancolia é um imenso filme. Pontuado de cenas e imagens deslumbrantes, conta a história de duas irmãs que se afastaram. Elas são Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg). Dividido em duas partes, primeiramente a ação focaliza o casamento entre Justine e Michael (Alexander Skarsgård). A festa do casório não consegue aproximar as irmãs e é evidente que a noiva não está nada feliz. A segunda parte dedica-se mais a Claire, a irmã controladora de Justine, amedrontada a partir do anúncio da colisão da Terra com outro planeta (chamado Melancolia), enquanto Justine permanece conformada. No possível fim do mundo de von Trier não há explosões, heróis e muito menos a Bíblia. O acompanhamento íntimo e pessoal da aproximação da e de Melancolia é apaixonante. Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland, Charlotte Rampling, John Hurt e Alexander Skarsgård.

No Guion Center 3, às 19h.
Sala Paulo Amorim, às 14h45, 19h10.

Vênus Negra (***)
(Venus Noire), de Abdellatif Kechiche, França / Itália / Bélgica, 2010. 160 minutos


Vênus Negra conta a história de Saartjie Baartman, uma mulher africana que, durante o século XIX, vai para a Europa na esperança de se tornar artista, como lhe havia sido prometido. Lá, a “negra” acaba sendo exibida como uma aberração em forma de mulher durante shows de horror para a alta sociedade londrina. Ela costumava ser apresentada numa jaula com correntes no pescoço, como um animal selvagem. Quando a jaula era aberta, a “Vênus Hotentote”, como era chamada por fazer parte desse grupo étnico, saía dançando, além de poder ser tocada e medida pelos mais curiosos. Os hotentotes tem como característica predominante o acúmulo de gordura nas nádegas e o chamado “avental hotentote” (termo médico para designar a hipertrofia dos pequenos lábios). Livre e escravizada ao mesmo tempo, Saartjie é uma poderosa representação de onde pode chegar a soma de curiosidade e morbidez. A cruel superexposição da mulher hotentote não pode ser mais atual.

No Instituto NT, às 21h, exceto nos dias 26 e 27 de agosto (sexta e sábado).

Lola (****)
(Lola), de Brillante Mendoza, Filipinas / França, 2009

O elogiado filipino Brillante Mendoza, apesar de desconhecido das grandes plateias, já ganhou até mostra exclusiva no Brasil. Por este Lola, o diretor ganhou o prêmio de melhor diretor do Festival de Cannes de 2009. Mantendo um olhar naturalista sobre seu país, Lola narra a vida de duas idosas que tomam a frente do sustento financeiro de suas respectivas famílias, servindo também como uma espécie de reseva moral delas. Lolas é como são chamadas as vovós nas Filipinas. Ambas lidam com as consequências de um crime. Enquanto uma lola acende uma vela em memória do neto, vítima de latrocínio, a outra busca a libertação de seu neto, suspeito de ter cometido o crime. Na cidade de Manila, suja e chuvosa, a burocracia e os assaltos dificultam as missões das lolas. A sequência final, com as duas matriarcas cara a cara, é comovente. A fotografia e o áudio são fundamentais neste filme em que a chuva está tão presente quanto os diálogos. Com Anita Linda e Rustica Carpio. 110 minutos.

No Instituto NT, às 15h20.

A Árvore da Vida (***)
(The Tree of Life), de Terrence Malick, EUA, 2011. 138 minutos.


Em rumorosa discussão interna, rebaixamos a cotação deste filme de Malick. A Árvore da Vida, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2011, é o novo filme do genial ermitão perfecccionista Terrence Malick. Autor de apenas cinco notáveis filmes nos últimos 40 anos e dono de um estilo de filmar que privilegia a plasticidade, ele retorna não apenas com as imagens espetaculares de sempre — este filme deve ser visto em sala de cinema — mas com uma história que expõe inquietações existenciais. A Árvore da Vida acompanha o crescimento do filho mais velho de uma família americana, desde a infância até à desilusão da vida adulta, tendo por base a relação complicada com o pai autoritário (Brad Pitt). Jack, vivido por Sean Penn na vida adulta, vê-se como uma alma perdida no mundo moderno, procurando respostas para a origem e sentido da vida, enquanto questiona a existência da fé. A narrativa apoia-se no tanto no plano humano, como no do reencontro e do cosmológico. Com um tripé desses, torna-se um filme difícil de ser explicado numa sinopse… Com Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.

No Cinemark BarraShopping 3, às 12h05, 15h, 18h, 21h e 24h.
No GNC Moinhos 3, às 16h e 21h.
No Guion Center 1, às 14h30, 17h, 19h30 e 22h.
No Unibanco Arteplex 6, às 13h20, 16h, 18h40 e 21h20.

Gainsbourg — O Homem que Amava as Mulheres (***)
(Gainsbourg, vie héroïque), de Joann Sfar, França, 2010


A música popular francesa é dose, mas o que interessa aqui é que este é um belo filme que retrata a vida de Serge Gainsbourg (1928-1991) desde a infância durante a ocupação nazista até a consagração como cantor. Sendo muito mais uma fábula do que uma cinebiografia, o filme — cujo título brasileiro devemos ignorar — traz, de quebra, todas as notáveis, esplêndidas e imbatíveis conquistas amorosas do músico narigudo, baixinho, feio e fascinante: apenas mulheres como Brigitte Bardot e Jane Birkin, mãe, aliás, da atriz Charlotte Gainsbourg. O diretor Joann Sfar fez o longa baseado numa história em quadrinhos de sua autoria. O delírio visual e a pouca fidelidade aos fatos não fazem jus à complexidade humana de Gainsbourg, um compositor, cantor, produtor e arranjador mas também um tremendo polemista, criador de confusões e, principamente,… de casos amorosos. Sfar dribla a responsabilidade de retratar a bissexualidade assumida do fascinante Gainsbourg e toca apenas de leve na questão das drogas, mas mesmo assim o resultado final está muito acima da média. Com Eric Elmosnino, Lucy Gordon, Laetitia Casta, Doug Jones, Sara Forestier, Anna Mouglalis, Yolande Moreau e Claude Chabrol.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 16h50.

A Última Estação (****)
(The Last Station), de Michael Hoffman, Alemanha / Rússia / Inglaterra, 2009

A Última Estação é uma narrativa centrada nos dias finais da vida do escritor Leon Tolstói, mostrando o dilema ético vivenciados por ele a respeito dos direitos autorais de sua obra literária. Em uma época que não se falava em propriedade intelectual e tampouco se imaginava que pudesse existir o Creative Commons, o fato de ceder os direitos autorais era considerado extremamente subversivo e inovador — um debate extremamente atual colocado num contexto antigo, portanto. Estimulado por seu companheiro de ideologia política, o qual argumentava sobre a importância da ampla difusão de sua obra, Tolstói se vê num campo de batalha contra sua esposa e companheira de uma vida inteira, a condessa Sofia, que não aceita uma ideia que poderia ter impactos drásticos na economia familiar. O filme dialoga com duas posições antagônicas, mostrando as contradições e imperfeições de cada uma delas. Com James McAvoy, Helen Mirren, Christopher Plummer e Paul Giamatti. (Vivian Virissimo)

No Guion Center 3, às 16h50.

Meia-Noite em Paris (***)
(Midnight in Paris), de Woody Allen, EUA / Espanha, 2011

Meia-Noite em Paris foi ovacionado em Cannes. O filme, visto com grande curiosidade por ter em seu elenco a atual primeira-dama da França, a ex-modelo Carla Bruni, é uma homenagem a Paris que tocou os franceses do festival. A qualidade da luz da cidade, que já recebera referências elogiosas de Allen em filmes anteriores, como Todos dizem eu te amo, volta a ser tema de entrevistas do diretor. No filme, Owen Wilson interpreta Gil, roteirista de Hollywood que passa férias em Paris com a família da noiva, Inez (Rachel McAdams). Gil ama a cidade. É lá que ele se reconecta com a “grande arte” os “grandes temas”, longe dos enlatados americanos. Seu maior sonho seria o de viver nos anos 1920, quando F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso circulavam pelos cafés da cidade. Certa noite, Gil misteriosamente realiza esse sonho. E mais não devemos contar. Um Allen médio, mas muito charmoso e simpático. Com Owen Wilson, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy. Duração: 100 minutos.

No GNC Moinhos 3, às 13h30 e 19h.
Na Sala Eduardo Hirtz, às 14h50 e 19h10.

O Homem ao Lado (****)
(El Hombre de al Lado), de Mariano Cohn e Gastón Duprat, Argentina, 2009


Leonardo (Rafael Spreguelburd) é um designer industrial que vive com a esposa Anne, a filha Lola e a empregada Elba. Eles moram na única casa feita na América pelo famoso arquiteto Le Corbusier, localizada na cidade de La Plata. Eles levam uma vida chique e tranquila até o início das obras em uma casa contígua, onde um vizinho com alma de vileiro (Daniel Aráoz) resolveu fazer ilegalmente uma janela a poucos metros e bem na frente de outra, da casa-obra de arte do designer. O filme é delicioso, barato e de grande roteiro, com notável atuação de Daniel Aráoz. Com Rafael Spreguelburd, Daniel Aráoz, Ruben Guzman, Eugenia Alonso. Duração: 110 minutos.

No Instituto NT, às 13h20 e 17h20.

Cópia Fiel (*****)
(Copie Conforme), de Abbas Kiarostami, Itália/França/Irã, 2010


Há quatro possibilidades de interpretação para o título deste excelente filme realizado pelo iraniano Abbas Kiarostami na Itália. Em italiano Copie significa Cópia, mas Coppie é Casal, enquanto Conforme pode ser Fiel ou Conformado. Pelo título começa o brilhante quebra-cabeça do filme. Durante uma visita à Toscana com a finalidade de lançar seu novo livro sobre história da arte e a importância das cópias nas artes plásticas, o ensaísta inglês James (William Shimmel) é acompanhado por Elle (Juliette Binoche), uma franco-italiana proprietária de galeria de arte, durante um passeio que tem a duração de uma tarde. Logo iniciam uma discussão — entre o irônico e o azedo — sobre os conceitos do livro. Tudo começa a mudar depois de antológica cena com a dona de um café. Ela, cheia de experiência, admira e elogia a dupla com alguma sabedoria de vida. Então, os dois passam a se comportar como um experiente, velho e cansado casal, transformação que já vinha ocorrendo discretamente. Aquilo que vimos antes era uma cópia? Ou aqui a temos? E o que tem isto a ver com o filtro interior através do qual analisamos um quadro? E a má relação entre Elle e seu filho não é outra cópia fiel desta que nos é apresentada? Quantas cópias, quantas vezes repetimos padrões de relacionamento? Com Juliette Binoche, William Shimell, Jean-Claude Carrière e Agathe Nathanson. Duração: 106 minutos.

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h.

Exposições

Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma
no MARGS, Endereço: Praça da Alfândega, s/nº

Na mostra Stockinger: Os Diversos Tempos da Forma, o MARGS reúne todas as obras do escultor presentes em seu acervo, incluindo também trabalhos em xilogravura. A exposição é um panorama da obra de Xico Stockinger, trazendo obras significativas de sua trajetória, como seus conhecidos guerreiros e os mais recentes homens-gabiru, mas também abrangendo facetas menos conhecidas do artista, como bustos convencionais do início de sua carreira e peças em mármore e basalto que integram sua fase abstrata. A mostra faz parte das comemorações dos 57 anos do MARGS, instituição que o artista dirigiu duas vezes, e do cinquentenário do Atelier Livre, do qual Stockinger foi o primeiro diretor. É mais uma iniciativa da nova gestão de dar visibilidade ao acervo do museu e uma oportunidade imperdível de se conhecer a obra do artista em suas diversas vertentes. A visitação ocorre até dia 9 de outubro, de terças a domingos, das 10h às 19h. (Carolina Marostica)

Empilháveis
na Galeria Augusto Meyer da CCMQ, Rua dos Andradas, 736,
nas segundas, das 14h às 21h; de terças a sextas, das 9h às 21h e sábados e domingos, das 12h às 21h

O Projeto Empilháveis chega à sua quarta edição com uma exposição na Galeria Augusto Meyer da CCMQ, tendo 40 artistas participantes, cada um interpretando a seu modo o conceito de empilhar. Assinada pelo Atelier de Arte Plano B e com realização do Instituto Estadual de Artes Visuais – Ieavi, a exposição agrega desde artistas já consagrados como Esther Bianco e Ena Lautert, até jovens criadores como Jana Castoldi e Leonardo Fanzelau. Assim, o tema da exposição se desdobra em várias leituras, podendo ser através da sobreposição, da aglomeração, do enfileiramento, ou da colagem, cada artista adaptando sua linguagem ao conceito da mostra. As mídias utilizadas pelos artistas são as mais variadas: há trabalhos que se utilizam do som e obras que propõem interações com o espectador convivem com técnicas mais tradicionais como pintura e cerâmica, mas que dialogam no contexto contemporâneo. Mais informações sobre o projeto podem ser conferidas no blog do projeto. A visitação segue até 28 de agosto. (Carolina Marostica)

Pedro Weingärtner – Desenhos
No Espaço das Artes da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre),
R. Sarmento Leite, 245, Prédio 1, térreo.

A maior parte da produção gráfica de Pedro Weingärtner não foi feita com o objetivo de ser exposta; sua principal característica é a de serem desenhos feitos como estudos de formação, para aprimoramento da técnica, para registros ou como projetos. Considerando a temporária ausência de um levantamento exaustivo de sua obra pictórica, torna-se difícil saber, com exatidão, as intenções e objetivos dos desenhos de Weingärtner: alguns são indiscutivelmente desenhos de formação, tais como as academias, os desenhos anatômicos ou os retratos. Sobre a maior parte somente podemos tecer suposições: se são simples registros, projetos para pinturas ou exercícios de observação. Eles se dividem em “Desenhos de Figuras”, “Desenhos de Moldagens”, “Osteologia”, “Miologia e Fisiologia das Paixões” e “Desenhos de Modelo Vivo ou Academias”. (Paulo Gomes)

Vagas naus, de Carla Barth e Nina Moraes
Na Casa de Cultura Mario Quintana, Rua dos Andradas, 736
Segundas, das 14h às 21h; de terças a sextas, das 9h às 21h e sábados e domingos, das 12h às 21h.

Na CCMQ, no Espaço Maurício Rosemblatt, está a exposição “Vagas naus”, de Carla Barth e Nina Moraes. As artistas desenvolvem um trabalho cheio de cores e grafismos, dialogando pela temática do universo feminino e pela relação com a cidade, já que ambas tiveram experiências com intervenções no espaço urbano. Nessa exposição, as artistas apresentam uma série de desenhos e pinturas sobre papel e telas em pequeno e médio formatos, além de uma instalação, que se dá pela apropriação da estrutura do próprio espaço expositivo, onde as artistas pintam sobre seus elementos estruturais. A mostra tem realização do IEAVi (Instituto Estadual de Artes Visuais) e fica em cartaz até dia 28 de agosto, com visitação nas segundas, das 14h às 21h; de terças a sextas, das 9h às 21h e sábados e domingos, das 12h às 21h. (Carolina Marostica)

A linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo
no 4º andar Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000),
de terças a domingos das 12h às 19h e nas quintas das 12h às 21h.
Entrada franca. Até 30 de outubro.

Está em cartaz na Fundação Iberê Camargo a exposição A linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo. Com curadoria do jornalista e crítico de arte Eduardo Veras, trata-se da sexta exposição de acervo que a fundação apresenta, reunindo 110 obras que percorrem mais de meio século da produção do artista. Dentre essas, 99 são desenhos, mas há também pinturas, cadernos e uma gravura. A opção por focar nos desenhos do artista veio da constatação do curador de que o Iberê desenhista era pouco conhecido, recebendo pouca atenção em pesquisas recentes dedicadas à sua obra. Analisando mais de três mil desenhos do artista, Eduardo Veras encontrou ali um “Iberê em convulsão, intenso, apaixonado, como aquele que nos acostumamos a admirar na pintura”. (Carolina Marostica)

Música erudita

OSPA – 17° Concerto Oficial
Terça-feira (30/8), às 20h30
Igreja São Geraldo, Av. Farrapos, 2611, Porto Alegre
Entrada franca

Programa:

A. Honegger – Pastoral d’Été
Breno Blauth – Concertino para Oboé e Cordas
Beethoven – As Criaturas de Prometeus
Beethoven – Sinfonia Nº1

Solista: Javier Balbinder (oboé)
Regente: Maestro Cláudio Ribeiro

Entrada franca.

Bom programa que vale pela pouco executada abertura As Criaturas de Prometeus e pela Sinfonia Nº 1 de Beethoven, mas principalmente pelo raro Concertino de Brenno Blauth. Abaixo, apresentamos o primeiro movimento do Concertino para oboé e cordas do porto-alegrense Blauth, que também foi autor, aos 15 anos de idade, do hino do Grêmio que se usava antes do de Lupicínio, chamado de Marcha de Guerra do Grêmio.

Música popular

Orestes Dornelles — Urbi e Orbi (para a cidade e para o mundo)
Sábado, 27 de agosto, às 20h,
na Casa da Música, Rua Gonçalo de Carvalho, 22 (Atrás do Shopping TOTAL)

Orestes Dornelles é compositor cancionista de mão cheia. Formou-se na faculdade de Música da UFRGS e lançou os discos Tribufu (2003) e Grafitti (2008), que lhe renderam elogios rasgados da crítica e a conquista de dois troféus Açorianos nas categorias Melhor Compositor e Melhor CD. Apresenta canções com belas melodias, harmonias bem construídas e letras inteligentes, mesclando a música urbana com a rural, a canção popular com a folclórica, intercalando temas intimistas e canções embaladas, indo do baião ao reggae e do rock ao chamamé. Eclético por formação, o compositor mantém intacta sua identidade. Ao seu lado nesse show, Orestes está muito bem acompanhado pelo percussionista Lucas Kinoshita e o baixista Filipe Narcizo. O local é pequeno e aconchegante, dispensando o uso de amplificação dos instrumentos, possibilitando um recital totalmente acústico, 100% desplugados mesmo! (Marcelo Delacroix)

Ingresso: R$ 10,00

Orestes Dornelles – violão e voz
Lucas Kinoshita – percussão e vocais
Filipe Narcizo – contrabaixo e vocais

Peña Musical
Boteco Tchê, José do Patrocínio, 885, esq. Bar Opinião, Cidade Baixa

Em meio a tanta caricatura de gauchismo por aí, eis uma oportunidade de ouvir música regionalista de altíssimo nível. Todas as sextas-feiras está acontecendo a Peña Musical no Boteco Tchê, onde o cantor Ernesto Fagundes promove um encontro ao estilo das peñas argentinas, cantando e tocando seu inseparável bombo leguero, acompanhado do violonista Paulinho Fagundes e do acordeonista Luciano Maia. Os três músicos são expoentes máximos em seus instrumentos, muito acima dos rótulos de regionalistas ou jazzistas, etc. e transformam as zambas, chacareras, milongas e demais ritmos regionalistas em música universal. (Marcelo Delacroix)

Couvert artístico: R$ 15,00
Informações: (51) 3228 5262

Teatro

5 tempos para a morte
Teatro Renascença, Erico Verissimo, 307

Cinco histórias populares — lendas e contos — , constituem o ponto de partida do qual o conjunto de criadores pretende dar vazão não apenas aos anseios humanos contra a morte, mas também para caracterizar as dimensões políticas e éticas que o tema implica. O enredo não é uma sucessão linear de acontecimentos, mas uma trama de ações e imagens que visa a materializar a comunicação com o público. Trata-se de falar da vida mais do que da morte. Em cenas fragmentadas o cômico e o melancólico se misturam para traçar pedaços de muitas vidas. É assim que a morte aparece como metáfora do fim da inocência, da memória e do esquecimento, como remorso e paixão. Esse espetáculo, construído a partir de diferentes processos de improvisação, conduz o espectador em elementos oníricos, singelos e, por vezes, absurdos, ao apresentar personagens, tipos, alegorias e os próprios atores contando fragmentos de vida.

Exercício Sobre a Cegueira
Sexta, sábado e domingo, às 20h, últimas apresentações
Sala Álvaro Moreyra, na Erico Verissimo, 307

Adaptação de Camilo de Lélis para a peça do belga Michel de Ghelderode (1898-1962) que, por sua vez, inspira-se no quadro de Bruegel (1525-1569), A Parábola dos Cegos. Diferentemente da obra original, quase um sermão espiritual, Camilo se utiliza do humor cáustico de Samuel Beckett para contar a história dos três cegos que partem em direção a Roma, na esperança de que o Papa opere um milagre e os cure da cegueira. Quando aparece um caolho, os outros desconfiam e dão cabo de seu olho… Em vez de peregrinos medievais, desta vez eles surgem vestidos de terno. Será que o Papa resolve? A conferir.

Breves entrevistas com homens hediondos
De hoje a domingo, às 20h, no Teatro de Arena (Borges de Medeiros, 835).
R$ 20,00 com 50% de desconto para artistas, estudantes e idosos


A peça vencedora do Prêmio de Incentivo à Pesquisa teatral no Teatro de Arena e Secretaria de Estado da Cultura para 2011, Breves entrevistas com homens hediondos, estreia nesta quinta-feira, 28 de julho, no Teatro de Arena. A montagem é uma adaptação do livro de contos homônimo do norte-americano David Foster Wallace, vencedor do Prêmio MacArthur Fellowship e dá voz a diversos homens que respondem às perguntas de uma mulher ausente. Todos revelam seus segredos: são entrevistas hediondamente pessoais. “Mas por trás dos argumentos imorais, chantagens emocionais, fantasias sexuais e crises de relacionamento, há sempre um ponto fraco, um desejo de amor ou redenção”. Com o grupo Teatro Sarcaustico. Direção geral: Daniel Colin.
http://youtu.be/taOHCLhd0-Y.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora