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30 de agosto de 2011
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19:52

PSOL vai doar valor do aumento dos vereadores em Porto Alegre

Por
Sul 21
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Fernanda Melchionna e Pedro Ruas anunciaram que irão repassar para entidades o valor correspondente ao reajuste dos vereadores | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Rachel Duarte

Os dois vereadores do PSOL em Porto Alegre anunciaram nesta terça-feira (30) uma lista de entidades para as quais irão repassar o valor do reajuste salarial acordado pela mesa diretora da Câmara. A decisão de doar os recursos foi anunciada pela direção do partido como um gesto para organização de um movimento de “indignação coletiva”. Segundo o PSOL, a decisão é inédita no país.

Leia mais:
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Os vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna repassarão os valores a entidades como a Associação Gaúcha de Proteção Ambiental, Associação dos Pescadores e Ilhas, ONG Cirandar, Central Única das Favelas, Educandário São João Batista e Casa das Sopas da Restinga. “As entidades deverão se deslocar até a Praça da Matriz e queremos fazer os repasses todos juntos”, explicou Pedro Ruas.

Em coletiva de imprensa na sede do partido, a executiva do PSOL classificou como “concessão de privilégio” o aumento de R$ 10.335,72 para R$ 14.837,94, aprovado pela Mesa Diretora da Câmara e que ainda irá à votação. “Nenhuma outra categoria tem esse tipo de reajuste. Por mais organizada que seja, não consegue nem o reajuste inflacionário integral. Nós já tivemos na Câmara o reajuste integral das perdas da inflação. Não tem por quê esse novo aumento. Por isso estamos indignados”, afirmou Ruas.

Caso reajuste seja derrubado, PSOL realizará um protesto contra os aumentos abusivos | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

A ex-deputada federal Luciana Genro disse que há vereadores descontentes com o aumento. “Existem alguns vereadores que estão constrangidos e agora é a hora deles recusarem. Convidamos os descontentes ou outras bancadas que não concordem com este aumento imoral que se juntem a nós. Esperamos que o nosso gesto não fique isolado”, declarou.

Luciana também recordou que o PSOL foi contrário ao aumento dos deputados no final de 2010, e que provocou o “efeito cascata” nos legislativos estaduais e municipais. Para o presidente estadual do PSOL, Roberto Robaina, o partido tem a pretensão de provocar a opinião pública. “Eles aprovaram o aumento e daqui a pouco isso será esquecido pela população. Queremos marcar a memória dos gaúchos para que os que aceitam este salário desproporcional ao restante da população não sejam esquecidos”, argumentou.

Os repasses serão feitos assim que entrarem os valores do novo reajuste e seguirão até o final dos mandatos dos vereadores do PSOL. Caso saia o veto pedido nesta terça pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, o PSOL manterá a realização de um ato público contra aumentos abusivos e de combate à corrupção no dia 22 de setembro.


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