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26 de agosto de 2011
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20:53

Maria do Rosário e Celso Amorim se reunirão para discutir estupro em quartel

Por
Sul 21
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Maria do Rosário e Celso Amorim se reunirão para discutir estupro em quartel
Maria do Rosário e Celso Amorim se reunirão para discutir estupro em quartel
Ministra dos Direitos Humanos diz não ter recebido retorno do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Igor Natusch

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, garante não ter deixado para trás o caso do soldado estuprado por colegas dentro de um quartel do Exército em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. Em conversa com o Sul21 nesta sexta-feira (26), ela afirmou ter agendado para a próxima semana uma reunião com o ministro da Defesa, Celso Amorim. A ideia é exigir que o 3ª Divisão Militar do Exército seja rigorosa na investigação e eventual punição dos responsáveis.

Leia mais:
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A ministra garantiu ter enviado um ofício no final de maio, por meio da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, solicitando esclarecimentos sobre o caso. Até o momento, teria recebido apenas uma lacônica resposta, na qual se anuncia a criação do inquérito junto à Justiça Militar. Desde então, silêncio. Tentativas de audiência com o ex-ministro Nelson Jobim também teriam sido infrutíferas.

“Conversaremos agora com o ministro Amorim para nos assegurarmos de que o caso seja investigado com rigor. Não podemos admitir, em um momento em que lutamos para esclarecer crimes do passado com a Comissão da Verdade, que possíveis crimes como esse fiquem sem resposta”, disse Maria do Rosário. As declarações foram feitas durante a inauguração de memorial ao sargento Manoel Raymundo Soares, opositor da ditadura militar morto em 1966, em um crime que tornou-se conhecido como “O Caso das Mãos Amarradas”.

O soldado de 19 anos teria sido estuprado por outros quatro colegas enquanto cumpria pena administrativa no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria. Após a violência, o jovem ficou oito dias internado no hospital militar, metade deles sem nenhum contato com seus familiares. A mãe da vítima alega ter sofrido ameaças veladas quando finalmente pôde visitar o filho – segundo ela, foram feitas insinuações de que o sexo teria sido consentido e que o jovem violentado era homossexual.


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