Vivian Virissimo
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anunciou nesta segunda-feira (22) recursos de R$ 20,6 milhões em projetos com o governo do Estado. As ações contemplam não só Porto Alegre, mas diversas cidades do interior com verbas federais e contrapartidas do governo do Estado. A ministra também anunciou a liberação de recursos para a conclusão da reforma do Capitólio, aguardada desde 2004.
Os recursos são para o programa Mais Cultura RS, que contempla uma série de atividades. De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Vitor Ortiz, os Pontos de Leitura terão investimentos de R$ 3,2 milhões. Em 2011, será feita a modernização de 50 bibliotecas em todo Estado, com um investimento total R$ 2,7 milhões. Além disso, o programa Agentes de Leitura terá verba de R$ 6,4 milhões.
O secretario-executivo informou que a implantação da nova geração do programa Pontos de Cultura vai totalizar o investimento de R$ 18,9 milhões até 2013. Essa nova geração inclui uma rede de pontos de cultura que vão tratar de inovação, comunicação, direitos humanos, meio ambiente, fronteira, diversidade, além de cultura urbana e rural. Na área do Patrimônio Cultural, serão restauradas edificações em Pelotas, Jaguarão, Antônio Prado, Bagé, Júlio de Castilhos e São Leopoldo.
Recursos para o Capitólio
A prefeitura de Porto Alegre e o governo federal aplicarão R$ 960 mil para conclusão das obras de restauração do antigo Cine-Theatro Capitólio, que será transformado em cinemateca. A confirmação também ocorreu nesta segunda, em encontro do prefeito José Fortunati com a ministra da Cultura. A União destinará R$ 800 mil, com contrapartida do município de R$ 160 mil, equivalente a 20% do aporte federal.
“Já está aprovada a reforma, com a previsão de recuperação do acervo que guarda muito da memória da produção cultural do Rio Grande. A verba já está liberada”, disse Ana de Hollanda. A reforma do Capitólio começou em 2004, após uma parceria da prefeitura com a Fundacine, com o apoio da Associação dos Amigos do Cinema Capitólio (AAMICA).
De acordo com o secretário municipal de Cultura, Sergius Gonzaga, os recursos serão aplicados na conclusão da obra civil e infraestrutura. “Com a liberação dos recursos federais em cerca de 90 dias, o prédio poderá estar pronto no início do primeiro semestre de 2012”, revelou o secretário. Conforme Gonzaga, ainda serão captados recursos para os equipamentos cinematográficos.
A Cinemateca Capitólio contará com uma sala principal de exibição, com lotação de 188 lugares, cinco salas para exibição de recursos multimídia com espaço para pesquisa, café, lojas e salas de exposição. O prédio vai armazenar a memória audiovisual do Rio Grande do Sul.
Nova sede da Ospa começa a ser construída este ano, diz Assis Brasil
O secretário estadual da Cultura, Luiz Antônio de Assis Brasil, afirmou ter convicção de que o novo teatro da Ospa começará a ser construído ainda em 2011. “É o nosso grande desejo, tanto da ministra quanto do governo, mas é fundamentalmente o desejo da comunidade cultural”, disse Assis Brasil.
O programa Mais Cultura RS não prevê verbas para as obras da Ospa, porém sinaliza mais um gesto de estreitamento de relações entre o governo federal e o Estado para consolidação de projetos culturais. “Este instante é o símbolo do reatamento de relações com o Ministério da Cultura, o que rompe um injustificável isolamento de anos, que nada nos ajudava e só nos constrangia. Este momento não se trata apenas de um simples anúncio de destinação de recursos, significa nossa consonância com o Plano Nacional de Cultura”, disse Assis Brasil.
Ana de Hollanda garantiu que o ministério vai se empenhar na garantia da liberação da verba para a nova sede da Ospa. “A gente vai continuar com a batalha da Ospa. Eu sei o que isso representa, por isso nós vamos imediatamente dar início as obras quando as verbas forem liberadas. Essa é uma demanda muito grande, pois a Ospa deve ter uma sede em condições para receber o cidadão e para receber outras orquestras, não só nacionais como internacionais”, destacou. A nova sede da Ospa está orçada em R$ 20 milhões, com recursos de emenda parlamentar articulada pela bancada gaúcha.
