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3 de agosto de 2011
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13:20

Alunos das classes C, D e E são maioria nas federais, mas negros são menos de 10%

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Sul 21
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Da Redação

Cerca de 43% dos estudantes das universidades federais são das classes C, D e E. É o que mostra uma pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), lançada nesta quarta-feira (3), sobre o perfil dos estudantes das universidades federais. A entidade atribui os resultados apontados no levantamento às políticas afirmativas e à expansão das vagas no ensino público. Os estudantes negros, no entanto, ainda são menos de 10% das universidades federais.

Segundo o presidente da Andifes, João Luiz Martins, a associação avalia que se não houvessem as políticas afirmativas, o atendimento aos alunos de baixa renda nessas instituições teria diminuído no período. Além disso, o resultado desmistifica a ideia de que a maioria dos estudantes das federais é de famílias ricas.

O estudo teve como base 22 mil alunos de cursos presenciais e mostra, entretanto, que o percentual de alunos das classes mais baixas permaneceu estável em relação a outras pesquisas feitas pela entidade em 1997 e 2003. O percentual de alunos de baixa renda é maior nas instituições de ensino das regiões Norte (69%) e Nordeste (52%) e menor no Sul (33%).

Martins destaca que se forem considerados os estudantes com renda familiar até cinco salários mínimos (R$ 2.550), o percentual nesse grupo chega a 67%. Esse é o público que deveria ser atendido – em menor ou maior grau – por políticas de assistência estudantil.

A entidade defende um aumento dos recursos para garantir a permanência do aluno de baixa renda na universidade. “Em uma família com renda até cinco salários mínimos, com três ou quatro dependentes, a fixação do estudante na universidade é um problema sério”, avalia Martins, que é reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

O estudo identifica que 2,5% dos alunos moram em residência estudantil. Cerca de 15% são beneficiários de programas que custeiam total ou parcialmente a alimentação e um em cada dez recebe bolsa de permanência.

Os reitores destacam que a inclusão dos estudantes das famílias mais pobres não é a mesma em todos os cursos. Áreas mais concorridas como medicina, direito e as engenharias ainda recebem poucos alunos com esse perfil. Cerca de 12% das matrículas nas federais são trancadas pelos alunos e, para a associação, a evasão está relacionada em grande parte à questão financeira.

Para 2012, a Andifes reivindicou ao Ministério da Educação (MEC) que dobre os recursos destinados à assistência estudantil. A previsão é que a verba seja ampliada dos atuais R$ 413 milhões para R$ 520 milhões, segundo a entidade.

Estudantes negros são minoria

Apesar de políticas afirmativas direcionadas para a população negra, esse público ainda é minoria nas universidades federais. O estudo da Andifes mostra que apenas 8,72% deles são negros. Os brancos são 53,9%, os pardos 32% e os indígenas menos de 1%.

Ainda que a participação dos negros nas federais seja pequena, houve um crescimento em relação à pesquisa produzida pela Andifes em 2003, quando menos de 6% dos alunos eram negros. Isso significa um aumento de 47,7% na participação dessa população em universidades federais.

Para João Luiz Martins, a evolução é “tímida”. Ele defende a necessidade de políticas afirmativas mais agressivas para garantir a inclusão. “A universidade tem uma dívida enorme em relação a isso. Há necessidade de ampliar essas ações porque o atendimento ainda é muito baixo”, avalia.

Com informações da Agência Brasil


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