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12 de agosto de 2011
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10:02

Esperada há 4 anos, pista de skate no Marinha terá terceira licitação

Por
Sul 21
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Primeira licitação foi feita em 2008 mas, para sair do papel, será preciso uma terceira | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Rachel Duarte

Esperada há cerca de quatro anos, a pista profissional de skate no Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre, ainda tem um longo caminho a percorrer para sair do papel. Com os R$ 203 mil destinados à obra parados na Caixa Econômica Federal desde 2008, a prefeitura de Porto Alegre pode perder o recurso se não fizer, até setembro, a terceira licitação desde o começo do projeto. Os skatistas gaúchos alertam que, passado tanto tempo, a verba disponível já está defasada, mas a prefeitura municipal garante a complementação.

Em 2008, o então deputado federal Beto Albuquerque (PSB) destinou, por meio de emenda parlamentar, cerca de R$ 150 mil para a pista de skate, com a contrapartida de R$ 53 mil da prefeitura. Foram feitas duas licitações na gestão do ex-prefeito José Fogaça (PMDB). Na primeira, nenhuma empresa se interessou. A segunda licitação foi vencida pela Gres Engenharia mas, três anos depois, a empresa não executou o serviço, alegando que os recursos eram insuficientes.

O presidente da Federação Gaúcha de Skatistas (FGSKT), Jean Felipe de Andrade, conta que a prefeitura de Porto Alegre garantiu que uma nova licitação será feita. Ele teme, porém, não ver a pista construída, uma vez que o valor da obra aumentou nestes quatro anos. “O mercado da construção civil está muito forte, os preços dos materiais estão aumentando. O projeto precisará de 50% do valor do total a mais para ser realizado em uma nova licitação”, estima.

Antes da nova licitação, a prefeitura precisa encerrar o contrato com a Gres Engenharia. O processo já foi encaminhado para a procuradoria do município. “Emiti na semana passada um parecer jurídico para a Procuradoria Geral do Município. Agora é tudo uma questão jurídica. Tem os prazos burocráticos da justiça. Mas, estamos atentos para não perder os recursos da obra”, garante o secretário municipal de Esporte, José Edgar Meurer.

“A empresa se negou a fazer o serviço um ano depois de vencer a licitação e 30 dias depois de assinada a ordem de serviço. Alegou que o custo teria elevado e seria necessário um aditamento no projeto para mais recursos da prefeitura. Ela ainda falou que estava com mão de obra comprometida com outras obras e não poderia dar conta”, justifica o secretário. Só depois de resolver o processo jurídico da primeira contratação que a prefeitura poderá abrir nova licitação para construção da pista.

Segundo o secretário se até setembro, quando encerra o prazo limite para a realização de uma nova licitação, tudo estiver resolvido juridicamente, a prefeitura irá colocar os valores necessários para execução da obra. “Se for preciso, falaremos com o prefeito (José Fortunati) e complementamos o dinheiro”, garante.

Federação critica falta de apoio

O projeto da pista foi desenvolvido pela FGSKT em 2007. Segundo Jean Felipe de Andrade, houve má vontade política da secretaria de Esporte na época. “O projeto foi dificultado todo o tempo. Primeiro disseram que a cidade não tinha local para construir a pista. Depois exigiram modificações no tamanho. Eram 1 mil m² e reduzimos para 600 m²”, critica.

O novo titular da secretaria de Juventude, Luizinho Martins, que assumiu a pasta há poucos meses após denúncias de corrupção na gestão do Projovem, diz ter sido informado pelo Sul21 sobre o andamento do assunto dentro do governo. “Até onde eu sabia o processo jurídico já tinha sido resolvido. Essa informação é nova e preocupante”, afirma. “Se for preciso, podemos assumir este projeto. A prefeitura tem condições de fazer a obra. Eu quero ver a pista de skate lá”, defende.

Parque Marinha do Brasil é ponto de encontro de skatistas em Porto Alegre | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Por enquanto, os skatistas gaúchos têm apenas a pista do bairro IAPI para treinar. “É a única pista pública adequada para a modalidade, mas está precária e com muitos usuários. Três mil skatistas utilizam a pista no final de semana, ela tem capacidade de 1,5 mil”, relata Jean Felipe. Uma reforma foi feita no ano passado, com recursos da iniciativa privada, mas a federação aguarda o salto no esporte com a construção da pista do Parque Marinha do Brasil. “Pode potencializar os atletas gaúchos e beneficiar a zona sul de Porto Alegre. Por enquanto, não estamos motivados nem em realizar o circuito estadual na capital. Nem o apoio com estrutura de som e segurança a prefeitura não ajuda nos eventos”, queixa-se.

A entidade está em negociação com outras dez prefeituras gaúchas para construção de novas pistas no Estado. “Estamos tratando com diversos partidos, só aqui (Porto Alegre) que não conseguimos fazer nada”, afirma.


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