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3 de agosto de 2011
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13:37

“Gay friendly”, Brasil se consolida como destino do turismo gay

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Sul 21
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Parada Gay em São Paulo | Maurício Morais/Rede Brasil Atual
Parada Gay em São Paulo | Maurício Morais/Rede Brasil Atual

Rachel Duarte

O turismo voltado para o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Transgêneros e Travestis) cresce 20% ao ano em todo o mundo, segundo dados do  Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Para sensibilizar os principais destinos turísticos brasileiros para as oportunidades no segmento, o governo federal realiza capacitações para qualificar o atendimento em locais de lazer, restaurantes e hotéis. Segundo o diretor de Produtos e Destinos da Embratur, Marco Lomanto, o país está se tornando cada vez mais atrativo para o turismo LGBT. “Depois da decisão do Supremo sobre a união homoafetiva, a imagem do Brasil só melhorou internacionalmente”, ressalta.

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O Brasil disputa mercado no turismo de homossexuais com o Peru, México e a Argentina. “Na Argentina eles estão mais avançados na garantia dos direitos dos LGBTs, portanto, o país é mais procurado”, afirma Lomanto. Porém, a tradição do Brasil em ter um povo acolhedor, festeiro e alegre, ainda atrai muitos turistas. “O mundo já vê o Brasil como um país gay friendly, ou seja, amigo dos gays, e que respeita a diversidade e combate a discriminação”, fala o diretor da Embratur.

Esta imagem, apesar de na realidade ainda ter contradições, resultou na vinda do maior evento LGBT do mundo ao Brasil. A Convenção Anual da IGLTA (International Gay & Lesbian Travel Association), que este ano ocorreu em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, será realizada em Florianópolis, em 2012.

São esperados cerca de 450 congressistas no evento e, destes, 70% estrangeiros. A capital catarinense contou com o aval do jornal norte-americano The New York Times, destacando-se perante suas concorrentes, Berlim e Madri, e sendo escolhida pela diretoria da IGLTA para sediar o evento.

Segundo dados da IGLTA, o turista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) viaja em média 29 dias por ano e movimentou cerca de US$ 65 bilhões, nos Estados Unidos, em 2007. A IGLTA é a entidade mais importante do segmento turístico LGBT do mundo, congregando operadores e agentes de turismo, mídia, empresas de marketing e outras empresas do setor turístico internacional.

O diretor de Produtos e Destinos da Embratur, Marco Lomanto, diz que, no Brasil, este público costuma gastar em média de US$ 1,5 a US$ 3 mil no período de férias. Os principais destinos do turismo LGBT são Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. “Eles são provenientes dos EUA, Argentina, França, Itália e Espanha. A vantagem deste público é que ele viaja fora da alta estação e com maior freqüência do que os públicos em geral. São considerados casais com renda dupla e sem filhos, ou seja, resta mais dinheiro e tempo para ser empregado em lazer”, explica o diretor.

Segundo Lomanto, o Ministério do Turismo e a Embratur tem um acordo de cooperação com a Associação Brasileira de Turismo GLS (Abrat-GLS) há cinco anos e desenvolvem ações conjuntas voltadas à estruturação, promoção e apoio à comercialização nacional e internacional dos produtos, serviços e destinos brasileiros do segmento LGBT.


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