No sábado, nasceu um país. O Sudão do Sul é fruto de mais de 50 anos de guerras civis entre um amálgama de etnias majoritariamente cristãs e seus ex-conterrâneos árabes do Sudão. Calcula-se que esses conflitos tenham matado cerca de 3 milhões de pessoas. A nova nação é uma das mais pobres do planeta, ainda que rica em petróleo, e tem o desafio de consolidar relações com o norte, organizar coalizões dos povos que a compõem e construir instituições a partir dos grupos guerrilheiros que conquistaram a independência.
O Sudão é o local de encontro dos dois Nilos, azul e branco, e foi incorporado ao império britânico ao fim do século XIX, principalmente por sua importância econômica para o cultivo do algodão, matéria-prima essencial à revolução industrial e pela localização estratégica como um corredor ligando o Magreb à África Central. Os britânicos governaram o norte e o sul do país como entidades administrativas diferentes até quase o fim da colonização, que terminou na década de 1950.