Vivian Virissimo
Depois da paralisação promovida nesta quinta-feira (30), a segunda em seis meses, os operários da Arena do Grêmio já retornaram às atividades. Um acordo com a empreiteira OAS garantiu o cumprimento de parte das exigências dos trabalhadores.
Esta é a segunda paralisação dos operários desde o início das obras da Arena do Grêmio no bairro Humaitá, zona norte de Porto Alegre. A primeira ocorreu em fevereiro, com duração de 20 dias.
Nesta quinta, cerca de 600 trabalhadores resolveram bloquear o portão principal da entrada do canteiro de obras para pressionar a construtora a atender suas reivindicações. Eles exigiam a diminuição do período de retorno para seus Estados de origem, melhorias nos alojamentos, além de reajuste salarial.
Das exigências, apenas a última não foi atendida, em função do reajuste para R$ 900 concedido na primeira paralisação. “Os operários aceitaram as condições dos empregadores para retorno das obras sem o aumento salarial porque o último reajuste de 8% foi realizado em maio”, afirmou Isabelino dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (SITICEPOT).
Em virtude da baixa temperatura registrada nos últimos dias, o pedido dos trabalhadores de melhoria nos alojamentos foi garantido pela mobilização. “As condições do alojamento não atendiam as exigências para suportar a frente fria que chegou ao Estado essa semana, assim a empresa concordou em promover reformas para garantir um ambiente mais confortável, além de sinalizar com a possibilidade de instalação de condicionadores de ar”, explicou Santos.
O frio intenso é um problema maior em virtude da maioria dos trabalhadores serem nordestinos, acostumados a altas temperaturas o ano todo. De acordo com o presidente do sindicato, cerca de 95% dos trabalhadores são originários do nordeste, principalmente da Bahia, Pernambuco e Piauí.