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15 de junho de 2011
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11:30

DCE da PUCRS: denúncias de agressão mobilizam Câmara, Assembleia e Governo

Por
Sul 21
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Felipe Prestes

A confusão e as denúncias de agressão envolvendo alunos da PUCRS já mobilizam parlamentares da Câmara dos Vereadores e da Assembleia Legislativa, além do próprio governo estadual. A secretaria de Políticas para as Mulheres realizou uma reunião entre as estudantes que disseram ter sido agredidas e representantes do Ministério Público e da Delegacia da Mulher.

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Na segunda-feira, a presidente da Câmara Sofia Cavedon (PT) e outros parlamentares já tiveram reunião com os representantes do movimento que contesta a atual gestão do DCE da universidade. Uma nova reunião ocorrerá nesta quarta, às 20h, e deve ter a presença de integrantes do DCE, dos manifestantes e da reitoria da PUCRS.

O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Miki Breier (PSB), anunciou nesta terça que a Casa também irá monitorar o caso. Nesta terça (14) estudantes foram recebidos por Breier, pelo presidente da Assembleia, Adão Villaverde (PT) e pelo deputado Raul Pont (PT). “Recebemos denúncias de agressões e de fraudes. Vamos visitar a reitoria da universidade e pedir que garantam a segurança dos alunos”, afirmou Miki Breier. O parlamentar disse que a Assembleia deve estar presente na reunião marcada para esta quarta. Além de Miki, o deputado Jeferson Fernandes (PT) também está encarregado de acompanhar a questão.

Já a secretária de Políticas para as Mulheres, Márcia Santana, recebeu nesta terça as estudantes que denunciaram agressões. Tábata Silveira dos Santos, estudante de Ciências Jurídicas, e Paola Piumato, de Serviço Social, contaram que foram agredidas por representantes do DCE. Elas foram ouvidas pela desembargadora Maria Berenice Dias, pela titular da Delegacia da Mulher, Flávia Faccini, e pela promotora do Ministério Público Estadual, Veleda Dobke. “Estaremos monitorando o processo de investigação do caso e disponíveis para fazer encaminhamentos, evitando que a violência contra a mulher se torne assunto corriqueiro”, afirmou a secretária Márcia Santana.

Nota

O Sul21 procurou a PUCRS para que a entidade comentasse a atuação de sua segurança, acusada de ser omissa durante as agressões registradas nos protestos recentes e também sobre a postura da universidade diante de problemas que se repetem há mais de quinze anos. Em nota, a instituição ressaltou a autonomia da representação estudantil e disse que atua como mediadora do diálogo entre DCE e manifestantes.

A íntegra da nota abaixo:

A PUCRS vem a público para esclarecer fatos que têm ocorrido nos últimos dias no Campus Universitário. Dissidências em relação à representação atual do Diretório Central de Estudantes foram acirradas com o processo de eleição para delegados do CONUNE (Congresso Nacional de Estudantes).

O posicionamento que a Universidade tem mantido em relação às ocorrências prende-se ao fato de que os centros acadêmicos têm personalidade jurídica prevista em Estatuto e Regimento, o que lhes garante autonomia em suas atividades. A partir desta concepção, a Universidade tem acompanhado, de forma sistemática, tal representação, propiciando a vivência e o diálogo democrático.

Reiteramos nossa missão de oportunizar uma educação qualificada e dialógica, em conformidade às normas estatutárias e regimentais.  Assim, procuramos evitar interferência na política estudantil, sem dispensar orientações que promovam a boa convivência de nossos acadêmicos. Frente aos últimos acontecimentos, nova agenda de reuniões está definida com diferentes representações, visando ao retorno do diálogo.

Esclarecemos, também, que está garantida pela PUCRS a normalidade das atividades acadêmico-administrativas.

SPM acompanha caso de mulheres estudantes agredidas no DCE da PUCRS

A secretária de Políticas para as Mulheres, Márcia Santana, recebeu hoje (14) as mulheres agredidas durante o processo eleitoral no Diretório Central de Estudantes (DCE) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. As estudantes Tábata Silveira dos Santos, do curso de Ciências Jurídicas, e Paola Piumato, de Serviço Social, procuraram a SPM/RS para relatar violência física e moral sofridas desde o dia 8 de junho.

Nas eleições, algumas chapas foram impedidas de apresentar candidatura, o que foi questionado por  estudadantes da PUCRS. Ao tentar impedir o pleito, a estudante Paola relata que foi agredida por representantes do DCE, presentes na sala de votação. “As manifestações de machismo por parte dos membros da gestão do DCE, são correqueiras”, destacou a estudanteTábata. O caso foi registrado no 19º BPM, de Porto Alegre.

As estudantes também foram ouvidas pela desembargadora Maria Berenice Dias, delegada da Delegacia da Mulher de Porto Alegre, Flávia Faccini, e promotora do Ministério Público Estadual, Veleda Dobke. Na audiência, a secretária Márcia enfatizou: “estaremos monitorando o processo de investigação do caso e disponíveis para fazer encaminhamentos, evitando que a violência contra a mulher se torne assunto corriqueiro”. A partir de agora, o caso terá atenção especial da Delegacia da Mulher e do Ministério Público Estadual.

Estiveram presentes também a diretora do Centro de Referência da Mulher – RS, Marília Menezes, representante da Presidência da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Angelise Silveira, além da Diretora do Departamento de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Yara Stockmanns e assessoras da SPM/RS, Josiani Arruda, Maíra Taborda, Anita Kieling, Vanessa Rezende e Clarananda Barreira.


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